18.5.11


Trabalho - taxa real de desemprego atinge 780 mil portugueses

Ignorados 238 mil desempregados

Há 238 mil portugueses sem trabalho que não entram para as estatísticas. O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelou ontem que em Abril havia cerca de 542 mil desempregados inscritos nos centros de emprego, uma redução de cinco por cento relativamente ao mesmo mês do ano passado. A taxa real de desemprego é, contudo, bastante mais elevada: perto de 780 mil portugueses, segundo o INE. Pelo caminho da estatística perdem-se 238 mil portugueses sem trabalho.
Para Eugénio Rosa, economista, os motivos que explicam a quebra nos inscritos nos centros de emprego prendem-se essencialmente com a falta de eficácia: "Os desempregados inscrevem-se nos centros do IEFP porque é obrigatório para terem direito ao subsídio de desemprego. Conforme vão perdendo o subsídio, com as regras apertadas, não há motivos para continuarem inscritos porque o IEFP não consegue encontrar emprego para eles. Desistem do centro de emprego e tentam encontrar algo sozinhos", explica Eugénio Rosa. Os números mostram que os desempregados que conseguiram emprego em Abril através do IEFP foram apenas um por cento dos inscritos: 5671.
Se tivermos em atenção a taxa real de desemprego (13,8 por cento) e o número de beneficiários do subsídio de desemprego, há quase meio milhão de portugueses sem trabalho e sem subsídio. Os docentes e os quadros da administração pública lideram os aumentos no desemprego em Abril.
"DIFICULDADES DE RETORNO"
 O Governo considera que a redução do número de desempregados inscritos nos centros de emprego em Abril, pelo quarto mês consecutivo, resulta da queda do número de despedimentos, mantendo-se a dificuldade de retorno ao mercado de trabalho.
"Há menos destruição de postos de trabalho, mas mantêm-se as dificuldades de retorno ao mercado de trabalho por parte daqueles que estão desempregados", afirmou o secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional.
Em declarações à Lusa, Valter Lemos considerou que "não se estão a perder tantos postos de trabalho, mas também não se estão a criar os suficientes para permitir o retorno ao mercado de trabalho, o que está de acordo com os últimos sinais da eco-nomia". 

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