15.8.09
1070
1069
Isabel Pires de Lima, a ex-ministra da Cultura que se demitiu do Governo em Janeiro do ano passado, é a novidade da lista do PS candidata à Câmara de Matosinhos, apurou o GRANDE PORTO junto de fonte próxima do processo.
14.8.09
1066
Uma discussão inútil
Em período de defeso futebolístico, a discussão sobre as listas eleitorais para as legislativas confunde-se com a da constituição dos plantéis das principais equipas para a próxima época. Só que, no futebol, uma equipa ter um jogador e não outro pode fazer, e faz habitualmente, a diferença, ao passo que na AR tanto faz. Porque, no estado a que chegou a nossa democracia, os deputados não jogam, são meros espectadores, claques organizadas constituídas por gente sem vontade, e muitas vezes sem carácter, incapaz (ao contrário do que acontece no futebol) do mínimo sobressalto crítico.
Por algum motivo o Parlamento, que deveria constitucionalmente ser o coração da democracia, é hoje a instância mais desprestigiada da vida política portuguesa. Mesmo as suas competências legislativas foram progressivamente apropriadas pelos governos. Aí, no Governo, é que tudo se joga. E, aí, os eleitores não metem prego nem estopa. Os partidos deviam anunciar a composição dos governos que propõem aos portugueses e não as inúteis listas de "yes men" que eles irão principescamente pagar durante os próximos quatro anos.
1065
Homenagem a Daniela Mercury (JN)
1064
Fim da crise? Ça dépend!
por Ferreira FernandesHojeComentar
O crescimento foi de 0,3%. Fui ouvir o Governo. Este garantiu que, depois de um ano de recessão, o país "saiu, enfim, da crise." Suspirei de alívio mas, prudente, fui ouvir a Oposição. Esta desmentiu a euforia: "Os 0,3% de crescimento não devem iludir-nos, a crise continua profunda e durável." Sempre pessimistas, estes socialistas... Aqui, soprou-me um leitor: "Desculpe, não quer dizer socialistas, pois não? Os socialistas estão no Governo, não na Oposição." Oh, peço desculpa pela confusão: eu não falava de Portugal! Os 0,3% a que me referia eram os números de França. Quem anunciou, ontem, o fim da crise foi a ministra da Economia Christine Lagarde (do UMP, partido que corresponde ao nosso PSD); e quem foi pessimista foi Michel Sapin, do PS francês, na Oposição. Em Portugal, com os mesmos 0,3% de crescimento, as opiniões foram as mesmas, invertendo o que há para inverter. Moral da história: um socialista francês é um PSD português, quando ambos na Oposição; e, quando no Governo, um socialista português é um PSD francês. Então, saímos ou não da crise? Depende. Ou ça dépend.
1063
1062
no CORREIO DA MANHÃ
Matosinhos: Agentes da Polícia Municipal revoltados
Acusam Câmara de dívida
A versão dos polícias municipais é bem diferente. "Desde Fevereiro que não nos pagam. A justificação que nos deram foi a de que com a mudança de lei, que entrou em vigor em Janeiro de 2009, é necessário lançar os mapas do pessoal, no início do ano, e que isso não foi feito", disse um agente da PM.
As fontes ouvidas pelo CM afirmam que o conflito entre os agentes e a hierarquia se agravou na passada segunda-feira, quando numa reunião com o coordenador-principal da PM, António Gil Vaz, o problema foi colocado.
"A resposta fez-se em tom de ameaça. Disse-nos que se levantássemos muitas ondas, ficaríamos sem subsídio de turno, o que representa 25 por cento do vencimento. Para os agentes mais novos, que ganham muito mal, é uma forma de pressão muito grande", revelou a fonte. "Sentimo-nos descriminados", acrescentou.
O comandante Salgado Rosa responde com surpresa. "Não temos problema em pagar, como nunca tivemos. Estou muito surpreendido com essas acusações porque foi a pedido deles que não pagámos ao ser alertados para a sobrecarga fiscal", salientou. Ao que apurámos há já agentes que estão a negar fazer horas extraordinárias, o que está a gerar complicações a quem faz o escalonamento do pessoal.
PORMENORES
46 ELEMENTOS
O efectivo da PM de Matosinhos é de 46 elementos.
FERIADOS
Os agentes queixam-se ainda de discriminação pelo facto de o trabalho em dia de feriado não ser pago a 200% e de não terem direito a um dia de folga.
SERVIÇOS IMPORTANTES
Salgado Rosa diz que não há recusas a fazer horas extraordinárias. "Eles até pedem, porque é uma forma subir os ordenados baixos."
COMANDANTE
Salgado Rosa, enquanto ex- comandante da PM do Porto, foi testemunha no julgamento do autarca Nuno Cardoso.
13.8.09
1058
Moral da história: o moleiro vende sempre a farinha do mesmo saco.
1057
1055
Um governo prometedor
Um putativo governo da dra. Ferreira Leite promete: nas Finanças, a gerir os impostos, António Preto, pronunciado por crimes de fraude fiscal e falsificação, delfim da líder e imposto por ela como deputado; na Habitação e Obras Públicas, Helena Lopes da Costa, arguida por crimes relacionados com a atribuição irregular de casas enquanto vereadora, igualmente imposta pela líder; na Saúde, o cunhado cirurgião vascular do dito António Preto, que lhe engessou o braço no dia em que ele devia sujeitar-se a uma perícia na PJ para apurar se falsificara ou não documentos; e na Justiça, a própria Ferreira Leite que, após ter assegurado aos pacóvios eleitores que a acusação contra Preto "não tem pés nem cabeça", justifica agora o facto de o meter na AR por não querer "antecipar-se à justiça".
Entretanto, aproveitou a deixa para ir condenando antecipadamente Lopes da Mota, até ver não acusado criminalmente de coisa nenhuma. Diz a dra. Ferreira Leite: "Eu não tomo atitudes que considero incorrectas do ponto de vista ético". O problema é justamente o do que ela considera correcto do ponto de vista ético.
1054
1053
Não havia necessidade
Um divertido grupo de monárquicos trepou à histórica varanda da Câmara Municipal de Lisboa e substituiu a bandeira da cidade pelo símbolo da monarquia. É evidente que a gracinha deu uma trabalheira dos diabos aos seus autores.Para além das reacções indignadas de algumas almas mais sensíveis às coisas da República e da polémica sobre a falta de segurança na cidade, importa dizer que a acção desencadeada na calada da noite foi totalmente desnecessária. Se o grupo de monárquicos tivesse falado com o presidente António Costa é certo e sabido que teria autorização para hastear a bandeira sem correr qualquer tipo de riscos. Físicos e penais.
É que o socialista está um autêntico mãos largas. Meteu o movimento de Helena Roseta nas suas listas às eleições de Outubro, manteve o acordo com o vereador José Sá Fernandes, garantiu o apoio de José Saramago a troco do pagamento de uma fita sobre a vida do escritor com a mulher e conseguiu juntar à sua volta um estranho grupo de individualidades que garantem ser intelectuais. Seria por isso muito natural que Costa esquecesse a ética republicana e autorizasse o grupo de monárquicos a animar este Agosto bem quentinho com a bandeira azul hasteada na Câmara. Porque nisto de votos não se olham a cores. E os azuis são iguais aos vermelhos.