15.12.06

O espelhoda Nação
Nos meus tempos de tropa (3 anos e 3 meses da minha vida, da minha única vida!), avultava "em todas as esquinas da cidade", como no poema de Daniel Filipe, um "slogan" célebre "O Exército é o espelho da Nação". A ideia era pôr a soldadesca a ataviar-se garbosamente na esquisita expectativa de que, melhorando a imagem virtual da Nação no espelho, a Nação real se tornasse garbosa, assim a modos como se a Nação fosse (ó Lewis Carroll!) a imagem da sua imagem. 40 anos passados (agora de modo conforme às leis da óptica), é o futebol, e não o Exército, "o espelho da Nação": da Nação político-partidária, da Nação económica, da Nação empresarial. Que ninguém se iluda, o livro "best seller" deste Natal não põe à vista apenas o mundo sujo do futebol; olhando com atenção, é o rosto da Nação que nele difusamente se vislumbra. E isso gera naturalmente a suspeita e põe o cidadão comum de pé atrás em relação a factos que, noutras circunstâncias, talvez lhe passassem despercebidos, como o aparecimento (e rápido desaparecimento…) de magistrados do MP, um deles com funções no DIAP (onde se investiga o "Apito Dourado") numa lista candidata aos órgãos da Federação de Futebol ao lado de dois arguidos nesse processo. Muito descuidada anda a mulher de César!

13.12.06

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Narciso Miranda no "Matosinhos Hoje":

«A vida das pessoas, e sobretudo a vida íntima dos casais, não pode servir para questões financeiras, nem deve ser exposta como arma de arremesso»

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"Número dois" do DIAP onde se investiga Apito Dourado aceita cargo na Federação de Futebol
Tânia Laranjo



A ler aqui:
http://jornal.publico.clix.pt/noticias.asp?a=2006&m=12&d=13&uid=&id=112061&sid=12365

Porque será que os senhres procuradores tem esta vertigem para o abismo.
No «curriculum» do Dr. Almeida Pereira falta a sua intervenção no processo, obviamente arquivado, onde se investigava o enriquecimento, eventualmente ilícito, do camarada Narciso.
Que a Tânia conhece muito bem. Curiosa, e se calhar oportuna, omissão.

11.12.06

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Lê-se e dificilmente se acredita:

http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2006/12/sempre-fixes.html#comments

Sobretudo quando se sabe que quem escreve isto é suposto estar nos tribunais a defender a legalidade.

Mas também não se percebe como é que quem, estando nas magistraturas e tendo formação democática e passado anti-fascista, lendo coisas destas não vem publicamente tomar posição e demarcar-se delas e dos seus autores.

No «sine die», no «granum salis» ninguém tem nada a dizer?

10.12.06


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ESCLARECEDOR E DEFINITIVO:
josé diz, 3:21 PM, Dezembro 10, 2006

"Os tribunais plenários, juntamente com a PIDE, as forças Armadas, a censura, a banca, a esmagadora maioria do episcopado português e outros elementos da hierarquia da Igreja Católica foram os principais sustentáculos da ditadura que se prolongou de 28 de Maio de 1926 a 24 de Abril de 1974."

Quem assim começa a escrever, perde a objectividade, porque denuncia uma opção política militante e que diminui a lucidez de análise, sem no entanto diminuir, antes pelo contrário, a vivacidade do relato.

Mas...não é destas análises que aqui deixei que procuro. Estas análises e relatos, não bastam para perceber e entender e principalmente dar a perceber, toda a complexidade do regime de Salazar/ Caetano.

Não deixam de ser verdadeiras, mas são subjectivas, eivadas de enviesamentos políticos e empenhadas em militantismo.É possícvel escrever sobre o assunto de modo diferente e melhor, acho eu.