31.1.07

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Citações intrigantes:

Data da emissão: 26 de Janeiro de 2007
Hora: das 19 às 20.
Protagonistas: João Lourival a perguntar e Narciso Mirandaa responder
7ª. edição de “Olhos nos Olhos” na RCM, segundo o «Matosinhos Hoje»

O que se passa na Câmara de Lisboa não é bom para o prestígio dos autarcas. Há suspeições, mas a marca fica para sempre. A área do Urbanismo é muito melindrosa e, por isso, nunca a quis, quando presidente, sobre a minha directa responsabilidade, delegando poderes nos meus vereadores. Entendi que devia sempre alijar tais responsabilidades nos outros.
E agora "something completely different"

Há que ter calma e ser generoso. A actual Câmara Municipal ainda só tem 15 meses de trabalho. Agora é que irá arrancar para mostrar o que vale.
(será que a campanha já se vai virar contra o Guilherme Pinto e o seu vice-presidente, ambos potenciais candidatos à Câmara?)

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Lidas e ouvidas as notícias do dia fica confirmado que dos ministros que andam pela China, um é um idiota: o da Economia, dadas as afirmações que fez sobre a vantagem que constitui o baixo nível de vida dos portugueses.
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O outro, dos Negócios Estrangeiros, também confirma aquilo que já se sabia: que entende que os direitos humanos são uma questão menor que deve ceder perante outros interesses que tem por mais relevantes. Desta vez opina que se lhes sobrepõe as vantagens da concorrência e da economia de mercado

29.1.07

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"A independência não é um direito dos tribunais é um direito dos cidadãos"
Laborinho Lúcio

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Para além da questão do aborto o PS está, neste momento, afundado em duas questões fundamentais da cidadania das quais está a sair muito mal.
Uma é a questão da luta contra a corrupção e as propostas Cravinho para esse efeito.
Podem a propostas não ser as tecnicamente mais correctas, podem conter erros e insuficiente apuramento jurídico.
Mas é inadmíssivel que não se tenha aproveitado a circunstância para legislar sobre o assunto e ir mais longe.
E não pode a estrepitosa defesa da presunção de inocência - e nem será esse o caso - impedir a imputação do ónus da prova nos casos de evidente enriquecimento injustificado dos titulares de cargos políticos e de cargos da administração pública.
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A segunda é a questão do trânsito de presos para Guantanamo.
Não há considerações de política internacional que justifiquem a recusa de esclarecer completamente o sucedido. Não o fazer é, também nesta matéria, pactuar com as mais indecorosas violações dos direitos humanos.

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O referendo acerca do aborto é um erro político que poderá ter consequências extremamente graves, não só para o PS mas, mais do que isso, o que é muito pior, para as mulheres deste País.
O direito a abortar é um direito pessoal essencial; não pode pois, nem deve, ser sujeito a qualquer referendo.
É dever dos partidos, e sobretudo daqueles que se afirmam de esquerda e portanto paladinos dos direitos liberdades e garantias essencias e da dignidade humana, pugnar pela reforma do sistema legal, deixando a decisão livre de abortar na disponibilidade total da mulher.
Aceitar submeter a questão a referendo é demitir-se desse dever, e pactuar com formas incorrectas de limitação dos direitos essenciais
E é arriscar que continue a não haver solução para um problema que há muito devia estar ultrapassado.
Se por ventura a decisão do referendo não for vinculativa no sentido da despenalização - mesmo no estreito e curto âmbito que a pergunta pressupõe - que se segue?
O PS vai propor a alteração legislativa na Assembleia?
Era de facto aí que a questão desde sempre deveria ter sido resolvida.
Não me parece, contudo, que tenha coragem de fazer.
Será que vai ficar tudo na mesma?
É, lamentavelmente, bem possível.