8.1.11

Campanha eleitoral








Como é sabido, qualquer voto validamente expresso em qualquer candidato diminui a maioria do dr. Cavaco.


Ainda não sei em quem vou votar.


Mas sei em quem não vou votar.

























2362












6.1.11

2360

E se o professor Cavaco Silva pudesse nascer duas vezes?

por Ana Sá Lopes,
O mito cavaquista, enquanto fenómeno popular, é umas das coisas mais bem-sucedidas que o Portugal democrático produziu - como Salazar foi a coisa mais bem-sucedida do Portugal da ditadura.
Em Cavaco já não existe propriamente o elogio da "pobreza" salazarista, mas permanece a insistência propagada pelo próprio na sua "seriedade pessoal", um mantra contínuo desde o dia 1 da sua carreira de político profissional (actividade que rejeita assumir, como, de resto, o outro fazia, não porque isso seja em si verdadeiro, mas porque continua a ser extremamente conveniente para "subir na vida" no quadro do miserabilismo democrático nacional). 
Cavaco Silva conhece a mais-valia desse património político que conquistou "a pulso" - a do "homem sério". E utiliza-a despudoradamente: primeiro, recusando esclarecimentos cabais sobre actividades da sua vida privada (venda de acções não cotadas em bolsa) impossíveis de recusar se não fôssemos infelizmente um arremedo de democracia, às vezes patética, num país que funciona com os rituais de uma corte ridícula com três ou quatro príncipes.
No entanto, embora todos soubéssemos que "o homem sério" não tinha nem ouvidos nem olhos (o enriquecimento súbito daqueles que o rodeavam durante os anos gloriosos do cavaquismo nunca o perturbou, que se saiba), o património do "sério n.o 1 do reino" manteve-se e raras vezes foi questionado, mesmo pelos adversários. Como se houvesse, de facto, políticos de primeira e de segunda: o "rei", ungido por Deus, e a plebe. 
Repare-se que Cavaco Silva não deu resposta nenhuma desde o famoso Novembro de 2008, em que declarou - por comunicado da presidência, depois de os serviços de Belém terem sido insistentemente questionados - "nunca ter comprado nem vendido nada ao BPN". Ora, uma vez que Cavaco Silva e a filha compraram e venderam acções da Sociedade Lusa de Negócios, detentora do capital do Banco Português de Negócios, ao desmentir a existência de qualquer ligação ao BPN o Presidente tornou o caso uma anedota monstruosa. 
O negócio foi feito dentro do chamado "universo BPN", por sugestão de alguém (Oliveira Costa? Dias Loureiro?) que o Presidente sempre se recusou a explicitar. A relação de Cavaco Silva com os envolvidos do caso BPN, pessoal e política, não faz obviamente do Presidente um "cúmplice" do BPN caso de polícia, mas obriga-o a explicações essenciais em sociedades democráticas, que Cavaco sempre recusou dar, refugiando-se nas patéticas autoproclamações de que para se ser "mais sério" do que ele seria "preciso nascer duas vezes".
Cavaco Silva toma, e sempre tomou, os portugueses por parvos. De certa maneira tem razão: o seu sucesso eleitoral prova que a sua estratégia costuma funcionar - e nisso é mimética da de José Sócrates, nos sucessivos casos que vieram a público. 
A gigantesca vitimização agora desencadeada pela campanha cavaquista contra Manuel Alegre, onde não faltam as acusações de "campanha suja", de violação "do mais elementar dever de decência democrática", e incluindo de "desonestidade", apelando ao "repúdio" dos "portugueses", podia ter sido assinada por qualquer "spin doctor" de Sócrates.
Sim, somos todos parvos. É provável que sim. Perante um político em transe de vitimização aderimos como a um íman, desejosos de aprovação "divina". Temos o que merecemos.

2359




Por mero acaso

Foi decerto só por mero acaso que as medidas de austeridade que se traduzem em reduções de salários e prestações sociais ou em aumentos de impostos, como também os aumentos dos preços dos bens essenciais, entraram em vigor no exacto momento em que acabou de soar a 12ª badalada da meia-noite de 31/12/10, enquanto a propagandeada contribuição extraordinária sobre a banca, que Sócrates apresentou como forma de também os bancos participarem nos famosos sacrifícios "para todos", ficou à espera, comodamente sentada, de uma portaria regulamentadora. A notícia foi dada pelo "Público", que tentou, sem sucesso, obter do Ministério das Finanças explicação para o estranho caso da portaria inexistente (ou da porcaria existente).

O "sacrifício" da banca (a quem todos somos devedores da presente crise) seria de um a cinco centésimos por cento sobre o passivo de cada banco, isto após várias deduções, e um a dois décimos de milésimo por cento sobre os valores dos instrumentos financeiros de derivados (os cortes nos salários da Função Pública são de 3,5 a 10%).
Mas talvez, quem sabe?, a portaria "esquecida" seja um dia publicada. Só que, nessa altura, a banca dirá que a sua décima de milésima parte nos "sacrifícios" é... retroactiva, e a coisa acabará no TC. E, aí, ao contrário do que aconteceu com o aumento extraordinário do IRS, os juízes "do" PS e "do" PSD já estarão certamente todos do mesmo lado.

5.1.11

ele há cada coisa...

O Sexto Candidato



Já aqui disse que nestas eleições é importante ir votar, não para eleger nenhum dos outros candidatos, mas para tentar evitar que o Palácio de Belém seja habitado por mais cinco anos pelos Silvas de Boliqueime. 
Quem estava sem candidato para votar, vote neste. Não vai aparecer muito nas televisões, que aí só são visitas diárias os candidatos com 15 minutos de Cavaco, 5 de Alegre e um para o Chico.
Não vai ganhar, mas pelo menos vai-nos fazer rir.

2356




Em nosso nome

Não me incomoda que os EUA tenham os meus dados biográficos e biométricos ou o meu ADN. Eu próprio lhos forneceria se os EUA mos pedissem e calhasse de estar para aí virado. Incomoda-me (porque, que diabo!, os dados afinal são "meus") é que o Governo, a quem confiei esses dados para fins específicos como o BI (felizmente ou infelizmente não tenho, mas nesta altura já não estou certo de nada, cadastro criminal), os ceda, venda, empreste ou de qualquer forma negoceie sem me dar cavaco.

O acordo entre o Governo português e os EUA para cedência dos meus dados pessoais (e dos seus, leitor, e dos de todos os portugueses) vai agora à AR que, em minha representação, mesmo sem que eu lhe tenha passado mandato para tal, lhe dará a bênção democrática. E lá seguirão fotografia, impressão digital, nome, data de nascimento, residência, filiação e até um escasso metro e 67 de altura, tudo supostamente "meu", a caminho da Califórnia sem eu nisso ser tido nem achado. Se ao menos pudesse trocar a foto! Na do BI pareço um terrorista curdo e isso já em tempos me causou problemas em Berlim quando tentei comprar um frasco de álcool numa farmácia ("Vocês, no Curdistão, não usam 'after shave'?", quis saber, desconfiado, o farmacêutico).
Um cidadão ou empresa que fizessem o que o Governo se prepara para fazer acabariam em tribunal por crime de abuso de confiança. Mas os governos estão acima das leis, não estão?

2355

BPN, mentira pegajosa
Pedro Santos Guerreiro 



Um dos mistérios da comunicação política é que não tem de ser factual para se tornar real.
A grande invenção está na frase "o que parece é", que faz crível o que nem é credível: a mentira e a ficção são toleradas como o sal e a pimenta na comida. "É a política, estúpido!" E o estúpido, tributado e eleitor, pergunta: e o BPN?
Nem Estado Social, nem crise de soberania, nem funções do Presidente: as eleições são marcadas pelo BPN. Porque é um ponto fraco de Cavaco e um ponto morto do Governo. Para os contribuintes, o BPN é uma bomba-relógio; para os políticos, é um relógio-bomba. Os partidos são assim: agendam escândalos para as eleições.
Cavaco não está a ser justo com a administração do BPN. Nem quer: está a defender-se, supondo que em legítima defesa, do ataque sobre o seu envolvimento naquela fraude. Está a fazer política. Porque Cavaco Presidente nunca perguntou à Caixa o que Cavaco candidato quer saber. E porque a comparação com os bancos ingleses é abusiva, por várias razões. Incluindo esta: o Estado inglês injectou milhões, o português ainda não.
Esse é o problema do Governo. Nunca disse aos portugueses, mais de dois anos depois da nacionalização, quanto lhes vai custar o banco. Nem deu uma justificação para o fracasso da privatização. O banco está em situação ilegal, precisa de aumentar o capital em 500 milhões só para ter as portas abertas. Nas suas contas há um buraco supõe-se que superior a dois mil milhões de euros de imparidades, que está a ser desmamado para sociedades-veículo, onde ficarão a ruminar durante anos para uma venda controlada de activos, como se faz com uma massa falida.
A antiga administração era da gesta PSD, a actual é da gesta PS. É isso que está em causa. Tanto que o ataque de Cavaco é feito contra o presidente do BPN, Francisco Bandeira, que tem linha socialista directa para Sócrates como tinha com Vara; e preserva o presidente da Caixa, Faria de Oliveira, social-democrata e membro da Comissão de Honra de Cavaco. Até porque há outro presidente que é recandidato: o da Caixa... 
Está demonstrado que Cavaco foi usado no BPN. O seu nome foi caução moral para uma actuação de facínoras, não se percebendo por que tardou em desvincular-se. A questão que Cavaco não esclareceu quando devia foi a mais-valia das acções na SLN. Há razões para as perguntas: não eram acções cotadas em bolsa, tinham assinatura e não tinham liquidez. Como se valorizaram tanto e tão depressa? Era fácil explicar. Cavaco não quis porque, diz, é um homem sério. Claro que é. E nós, não somos?
Há ano e meio, Oliveira e Costa disse, compungido: "Ter pegado no BPN foi uma tragédia". Nessas audiências no Parlamento fomos diariamente insultados por ex-administradores e accionistas do banco: de nada sabiam, confundiram responsabilidades, citaram nomes - Joaquim Nunes, Almiro Silva, Fernando Fantasia, António Franco, Emanuel Peixoto, Ricardo Pinheiro, António José Duarte... Dias Loureiro foi uma vítima no resguardo no Conselho de Estado, Oliveira Costa nem "password" do banco tinha, Joaquim Coimbra pensava que BI (Banco Insular) era Bilhete de Identidade, Daniel Sanches, "coitado", assinou o contrato do Siresp quase sem saber; havia acções vendidas com contratos de recompra através de "offshores", manipulando a acção e os investidores, muitos dos quais, como Rui Nabeiro, foram enganados. Só Miguel Cadilhe interrompeu essa falsidade, quando recusou cumprir essas cláusulas "indemnizatórias".
O debate eleitoral é uma arena onde os políticos lutam contra as suas próprias menoridades. Mas as "tretas", como lhes chamou Cavaco, não podem fazer Portugal esquecer jamais o escândalo do BPN, a corrupção ao mais alto nível, as avenças a políticos, as comissões, assinaturas falsas, bancos inexistentes, negócios de um euro que custaram 35 milhões.
O BPN não está ser gerido, está a ser digerido. Há-de custar-nos centenas de milhões. Mas não é um caso de política, é um caso de polícia. Alguém tem de pagar. E não podem ser só os contribuintes.

2354




Campanhas sujas

Sempre houve enormes suspeitas relativamente ao financiamento das campanhas eleitorais. Com a nova legislação, recentemente promulgada, será pior. Temos a certeza de que correrá dinheiro sujo e a rodos, em todas as eleições. A nova lei tem uma só vantagem: diminui as dotações públicas às campanhas eleitorais por três anos, como se impõe em tempos de crise.

Quanto ao resto, o novo diploma constitui uma galeria de horrores. Começa por permitir que os candidatos financiem as campanhas dos seus próprios partidos. Doravante, iremos assistir a autênticos leilões de lugares nas listas para o Parlamento, em que o mandato será licitado por quem fizer o maior donativo. Com esta possibilidade, e como o próprio presidente Cavaco reconhece, "é potenciado o risco de, por via indirecta, um candidato fornecer a um partido contribuições financeiras que haja obtido junto de terceiros, sem que exista possibilidade de controlo formal desta realidade". Os critérios de selecção dos deputados para integrarem as listas já eram misteriosos. Mas esta nova modalidade ultrapassa a mais bizarra imaginação.
E há pior! A pretexto de diminuir as despesas, a legislação agora em vigor permite também que haja donativos indirectos ou em espécie. Ou seja, um amigalhaço poderá pagar uns cartazes ou umas jantaradas e até emprestar umas sedes. Claro que os ofertantes querem contrapartidas. E os partidos, não dispondo de meios próprios, só podem garantir essas contrapartidas à custa da utilização dos recursos públicos. Os políticos e dirigentes da Administração continuarão assim a exercer o poder público em benefício de quem lhes financia as campanhas. O financiamento partidário é hoje um investimento certo, de retorno rápido e colossal.
Aprovada pelo Parlamento, esta recente legislação incentiva a promiscuidade entre negócios e política, fomenta o roubo dos recursos colectivos. Legaliza a ladroagem. Incompreensivelmente, o presidente pactuou com esta vergonha, promulgando mais uma lei iníqua. Tornou-se co-responsável. Afinal, "tão ladrão é o que vai à horta, como o que fica à porta".

4.1.11

do socretismo...

Matosinhos quer comprar estádios por sete milhões

por SÉRGIO PIRES

O tempo é de crise, porém, a Câmara Municipal de Matosinhos encontrou nas últimas semanas de 2010 uma solução para tentar resolver as dificuldades financeiras do   Leixões e do Leça: o acor-do entre o executivo PS, liderado por Guilherme Pinto, e os dois vereadores eleitos pela coligação PSD/CDS-PP permite avançar para a compra dos estádios dos dois mais representativos clubes do concelho por uma verba que poderá rondar os sete milhões de euros (embora ainda falte a avaliação às infra-estruturas) como forma de impedir que o património desportivo caia nas mãos de privados.
A decisão autárquica, que não encontra paralelo desde o Euro 2004, merece o apoio por parte da direcção de ambos os clubes (apesar de o Leixões não querer tomar posição pública sobre a matéria).
O presidente do Leça, António Pinho, sublinha ao DN que esta será "a única hipótese para resolver a situação financeira" periclitante, já que o emblema leceiro, que actualmente milita na III Divisão, está em risco de extinção, por dívidas a rondarem os cinco milhões de euros, sendo que a municipalização do estádio deverá garantir um encaixe ligeiramente superior a um milhão de euros: "Essa verba ajudará a reequilibrar as contas. Temos todas as receitas penhoradas por dívidas ao fisco, à Segurança Social e ao BPN, que também penhorou o estádio. Estamos com 'a criança nos braços'..."
A situação financeira do Leixões é mais desafogada, mas tal não impediu que em Novembro o Estádio do Mar, penhorado pelo fisco, fosse leiloado em hasta pública por uma dívida de 209 mil euros de IRC. Apesar de não terem aparecido compradores, dada a base de licitação rondar os três milhões de euros, a autarquia teme perder o terreno para privados numa futura hasta pública.
Como tal, José Guilherme Aguiar, vereador do Desporto da Câmara de Matosinhos e presidente da empresa Municipal Matosinhos Sport, defende a posição de municipalizar os estádios. "Estamos a falar de equipamentos desportivos com história e função futura, que vão servir a comunidade e serão alvo de uma profunda intervenção urbana...", sublinha o vereador eleito pelo PSD, em total sintonia com o executivo PS, que como contrapartida para a aquisição do recinto leixonense quer abdicar da sua quota de 20 por cento na SAD, que entre 2002 e 2005 o levou a gastar mais de 800 mil euros para suprir dificuldades financeiras.
A posição do executivo está, no entanto, longe de ser pacífica, e tem merecido largas críticas - e até a proposta de um referendo local (ver destaque). Um dos mais ferozes opositores desta decisão é Narciso Miranda, actual vereador sem pasta (cujo movimento representa um terço dos eleitores de Matosinhos), que classifica como "escândalo" a posição da autarquia. "É uma ofensa para os milhares de pobres do concelho que a câmara diga 'a nossa prioridade agora é comprar estádios', numa decisão que beneficia a gestão duvidosa, para não dizer danosa, dos dois clubes", sublinha o ex-presidente da câmara, classificando esta decisão como um acto de "despesismo irresponsável".


Referendo causa divergências
Ao lançar a proposta de municipalização dos estádios, no início do passado mês de Novembro, o presidente da autarquia, Guilherme Pinto, lançou também a discussão em Matosinhos. A tal ponto que na última semana, a Comissão Política da Concelhia do PSD, em dissensão com a posição dos dois vereadores eleitos pelo partido, decidiu lançar a proposta de um referendo local sobre esta matéria aos 145 mil eleitores de Matosinhos. Guilherme Aguiar discorda completamente da posição dos seus correligionários. "É uma proposta idiota da Comissão Política do PSD de Matosinhos. É uma fuga cobarde de quem não sabe o que fazer. Deveria fazer-se um referendo se a compra dos estádios fosse uma situação anormal de gestão", sublinha o responsável com o pelouro do Desporto.
Pelo contrário, Narciso Miranda louva a intenção e oferece-se para recolher as cinco mil assinaturas requeridas para uma iniciativa popular: "Consulte-se a população, até porque o dinheiro é do povo..."
Facto é que mesmo que não haja referendo, a compra dos estádios ainda terá de passar pela aprovação da Assembleia Municipal, bem como das Assembleias Gerais dos dois clubes. Pelo que, depois da avaliação dos terrenos e infra- -estruturas, o processo, no cenário menos moroso, poderá estar concluído no primeiro trimestre deste ano de 2011.


3 PERGUNTAS A...

"É o mesmo que comprar um teatro"

por JOSÉ G. AGUIAR, 

Porquê esta decisão de comprar os estádios neste momento de crise?
Ao longo dos anos o município de Matosinhos, certamente, já gastou mais nos estádios do que a verba que eles vão custar agora. Comprar estádios é o mesmo que comprar um teatro. Aliás, a Câmara de Matosinhos adquiriu recentemente a casa onde nasceu Álvaro Siza Vieira ou o edifício da Real Vinícola, onde investiu cinco milhões de euros, e ninguém se opôs... Estamos a falar de equipamentos desportivos com história e função futura.
Como reage às críticas de que esta decisão é um acto de despesismo?
Trata-se de uma acusação gratuita. Despesismo é gastar mal o dinheiro. Estes equipamentos são úteis para a comunidade e aquilo que vamos investir - cerca de sete milhões de euros - não é uma verba proibitiva para os cofres da autarquia.
Existe algum projecto associado a esta aquisição de terrenos?
A aquisição do Estádio do Leça permitirá a reabilitação do clube. Já o Estádio do Mar será transformado na grande sala de espectáculos futebolísticos de Matosinhos. No complexo haverá zonas de serviços e uma remodelação do espaço desportivo. Esta aquisição do Estádio do Mar permitirá uma profunda intervenção urbana da zona envolvente - ao lado vão nascer hotéis, vai dar-se o alargamento da A28, entre outras obras... Será algo de comparável com o que aconteceu com o Está- dio do Dragão a propósito do Euro 2004.

2352

Freeport

Despacho salva PGR de ilegalidades

Procuradoria diz que foi gralha e que onde se lia “vice-procurador” devia ler-se “procurador-geral”. Retificação publicada em Diário da República.
Por:Tânia Laranjo/A.R.F.
A Procuradoria-Geral da República resolveu o imbróglio sobre a ilegalidade dos despachos do vice-procurador-geral da República – que despachou em vários processos, entre eles o Freeport, quando já devia ter sido jubilado – de uma forma verdadeiramente original. Os serviços da PGR fizeram publicar na II série do Diário da República uma rectificação onde se diz que os despachos assinados pelo vice-procurador-geral da República afinal foram feitos pelo procurador-geral.
É como se se tratasse de uma gralha e só os originais – que se encontram na PGR – estão correctos. Todas as cópias, assinadas pelo ‘vice’, estão erradas.
As declarações de rectificações não são assinadas por ninguém, sendo o erro atribuído aos "serviços" de uma forma genérica.

2351

BANCA

Contribuintes vão pagar buraco do BPN durante 10 anos

por Ana Suspiro
O Banco Português de Negócios (BPN) tornou-se num tema quente numa campanha presidencial morna (ver texto ao lado). Coincidência ou não, a verdade é que vários passos decisivos para o futuro do banco poderão ser dados no mês das eleições. Um deles é o aumento de capital de 500 milhões de euros.
O outro passo, já anunciado nos termos da privatização do BPN, é a cedência dos créditos com imparidades do banco a entidades terceiras na esfera do Estado. A separação destes activos, que são os principais responsáveis pela situação líquida negativa do banco, já está praticamente concluída com criação de três sociedades-veículos actualmente detidas pelo BPN. O passo que se segue é a sua cedência a uma entidade do Estado. Essa transferência deverá ser feita ao valor nominal dos créditos e activos, que ronda os 2 mil milhões de euros. Em simultâneo, serão transferidas as imparidades, designadas por Bad Bank (banco mau), associadas a esses créditos que passam a ser reconhecidas pela entidade que ficar com as novas sociedades.
Está previsto que o valor dos 2 mil milhões de euros associado a esses activos seja diluído ao longo de dez anos, com um prazo inicial de carência de juros. Este período alargado, para além de atenuar o impacto imediato nas contas públicas, também dá margem para a recuperação desses créditos, que no final deste prazo até pode correr melhor do que as perdas hoje reconhecidas no balanço do BPN. Aliás, essa foi a expectativa assumida pelo Ministério das Finanças quando lançou o concurso público que acabou por ficar vazio. Só no final dos dez anos é que se poderá fazer as contas ao balanço final para o Estado da nacionalização do banco. Mas até o governo já reconheceu que esse saldo será negativo.
Se essas perdas fossem assumidas hoje, o prejuízo para o Estado seria da ordem dos 2 mil milhões de euros, para além dos 500 milhões de euros do aumento de capital.
A passagem destes activos para fora do universo do BPN, combinada com o aumento de capital de 500 milhões de euros, é essencial para que o banco possa ultrapassar a situação líquida negativa e elevar os rácios de capital para os níveis exigidos pelo Banco de Portugal.
Uma das decisões a tomar em breve pelo governo é onde vai colocar estes activos tóxicos. Para já, eles foram transferidos para três sociedades detidas pelo próprio BPN - a Parvalorem, a Parparticipações e a Parups. Uma das hipóteses em cima da mesa é a sua cedência do grupo Parpública, tese que é apoiada pelo nome escolhido para estas sociedades-veículos. Fonte oficial da empresa do Estado disse contudo desconhecer qualquer intenção nesse sentido. O Ministério das Finanças não se pronunciou sobre a matéria. Fonte oficial do BPN também não avançou mais informação. O actual presidente, Francisco Bandeira, vai sexta-feira ao parlamento e o ministro Teixeira dos Santos irá também.
Os activos com imparidade que vão ser transferidos são o património imobiliário, os créditos com níveis mais elevados de perdas potenciais e ainda as participações financeiras em empresas do grupo BPN, como o banco de investimento Efisa, o BPN Gestão de Activos, o BPN Crédito, a Imofundos e a Real Vida.

3.1.11

manda quem pode



Há questões que não têm discussão

Manda quem pode : o capital financeiro.
Obedece quem deve: o governo que, ironicamente, se diz socialista.





Sistema de Justiça deixa desprotegidos os trabalhadores que são vítimas de acidentes

Por José Augusto Moreira
Interesses das seguradoras e empregadores prevalecem sobre os dos sinistrados e a adopção do sistema de mediação para acidentes laborais "é opção muito preocupante", conclui estudo

Os sinistrados em Portugal estão desprotegidos e os conflitos judiciais que daí advêm são travados com base numa relação muito desigual e com clara vantagem para os empregadores e as companhias seguradoras. As conclusões são de um estudo realizado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra no âmbito do Observatório Permanente da Justiça, tendo como tema central "a indemnização da vida e do corpo no contexto dos tribunais portugueses".

... ... ...

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2349

"Liberdade de imprensa na Hungria acabou"

Por Ana Fonseca Pereira
Entidade controlada pelo Governo pode aplicar multas elevadas por notícias que não sejam "politicamente equilibradas"
....
Durante alguns dias, as esperanças dos jornalistas húngaros estiveram concentradas na pressão europeia, mas Bruxelas limitou-se a pedir explicações a Budapeste. E um diplomata europeu disse à Reuters não ser previsível que a presidência húngara fique em causa ou Orban seja ostracizado, lembrando que o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, "nunca foi incomodado, apesar de controlar boa parte da imprensa do seu país". 

Mau Jornalismo
(1ª pág. do "Público" de hoje)
Medina Carreira diz: Seria necessário um aval do FMI que permita, com sossego, arrumar a casa durante 4 a 6 anos.
Víctor Bento diz: Inverter o rumo de insustentabilidade financeira em que se encontra não só o Estado mas também a economia como um todo.
Daniel Bessa diz: Ter um dos pés no travão e com o outro dar pequenos toques no acelerador para dar o estímulo possível ao crescimento económico
João Proença diz: Mais e melhores investimentos públicos e privados; políticas activas de emprego; combate à fraude e evasão fiscal e contributiva.
Analisemos o que dizem estas cabeças.
O sr. Medina passa a vida quando fala a piscar o olho. Está tudo dito; aliás ninguém lhe liga a ponta dum chavelho, nem á direita nem á esquerda.
O sr. Bento, é como a água do dito; mais claro do que o que disse só o La Palisse.
O sr. Bessa,pelo que diz percebe-se bem porque se aguentou no governo só meia dúzia de dias.
O sr. Proença, para parecer inteligente toma lá népias.
Estes senhores parecem as esferas de Magdgurgo. Eu explico para quem não deu física:
As esferas de Magdburgo foram as 1ªs na história da física a atingir o vácuo.
Podiam ter entrevistado o guarda-redes do cabeceiras de cima que o resultado seria o mesmo.
Depois queixam-se que os mercados(quem serão estes sacanas?)não acreditam em Portugal.
Falaram igualzinho ao sr. Abílio, o meu merceeiro.

do socretismo como modo de vida

SAÚDE

Tribunal de Contas arrasa prémios injustificados nos SUCH


Tribunal de Contas detecta prémios injustificados e atribuição de 25 carros no Serviço Comum dos Hospitais

O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), que centraliza serviços para vários hospitais portugueses, gastou dezenas de milhares de euros em prémios injustificados, revela uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) à aquisição de bens e serviços do Serviço Nacional de Saúde através do SUCH.

"Despesismo injustificado", é como o TC classifica os bónus atribuídos "por objectivos de cobranças, no biénio 2007-2008, aos três directores comerciais no total de 129,75 mil euros". A este valor acrescem "11,7 mil euros a outros colaboradores" e um novo prémio de 12,5 mil euros, "a título de trabalhador do ano, a um dos directores comerciais" já antes premiado.


O TC manifesta a sua incredulidade com os bónus, sobretudo por estarem associados à cobrança de dívidas a clientes do Estado. "Considerando que 90% do volume de negócios do SUCH respeita a entidades públicas, o risco de incobrabilidade de dívidas é muito reduzido [...] pelo que a atribuição de prémios de cobrança não acautela a boa gestão dos recursos, redundando num despesismo injustificado [...] que não contribui para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde."

O tribunal observou também que, em 2007, a administração do SUCH - entretanto foi substituída - "deliberou ajustar as ponderações e pagar os incentivos aos directores comerciais", apesar de "não terem sido alcançados os objectivos contratualizados". 

Como se não chegasse a atribuição de prémios injustificados, verificou-se a distribuição de carros a administradores e colaboradores e o pagamento de despesas de representação 14 vezes por ano - o que contraria a Resolução do Conselho de Ministros n.o 121/2005, "que fixou em 12 meses o abono de despesas de representação aos administradores das empresas públicas", lembra o Tribunal de Contas.

Segundo a auditoria do tribunal liderado por Guilherme d''Oliveira Martins, "à data de execução do trabalho de campo desta auditoria estavam atribuídas 25 viaturas a membros do conselho de administração e colaboradores do SUCH para fins que não exclusivamente profissionais". Entre estes carros contam-se "viaturas com cilindrada superior a 2.0 e igual ou inferior a 2.7", com "valores de renting mensais entre os 800 e os 1150 euros e sem limites anuais de despesas com a utilização de viaturas". Este é um tipo de remuneração, segundo o TC, que não foi avaliado pela comissão de vencimentos do SUCH.

Situações destas contribuíram para a "deterioração da situação económico-financeira do SUCH, que apresentou resultados líquidos negativos de 4,4 milhões em 2008 e de 5 milhões, em 2009", informa a auditoria do Tribunal de Contas.

Ionline


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2.1.11

somar 2 + 2

Eu sei, todos sabemos, que o tema BPN não é cómodo para o dr Cavaco, e também todos sabemos porquê.
E é óbvio que tem todo o interesse em desviar as atenções dos crimes cometidos pelos seus amigos, apoiantes e comparsas.


Mas para além disso há mais:


No debate com o candidato Alegre fez uma comparação entre a administração dos bancos ingleses que atravessam a crise e a administração do BPN.
Disse que as administrações  inglesas são independentes.

Na quinta feira, na quadratura do círculo o Lobo Xavier veio, sem explicitar, dizer da relevância dessa afirmação.

Tornou-se agora claro que o presidente do c. a. do BPN - Francisco Marques Bandeira - integra o «gang» do Vara do e do proto-eng.
E começam a conhecer-se métodos de actuação, que são sempre os mesmosBPN gasta 3,8 milhões em consultadoria durante dois anos .

De seguida veio a reacção violenta do clone Silva Pereira

Ora, basta somar dois mais dois e ficamos com uma ideia aproximada de para onde está a ir o dinheiro dos portugueses que o governo que temos enterra no BPN.

Como dizia o "falecido", basta fazer as contas

2345

2344

SEGURANÇA

Governo cede dados dos BI portugueses aos Estados Unidos

por LUÍS FONTES
Em nome da luta contra o terrorismo, os EUA querem aceder aos elementos do Arquivo de Identificação
Os Estados Unidos (EUA) querem ter acesso a bases de dados biométricas e biográficas dos portugueses que constam no Arquivo de Identificação Civil e Criminal. O FBI, com a justificação da luta contra o terrorismo, quer também aceder à ainda limitada base de dados de ADN de Portugal. O acordo com o Governo português está feito e só falta ser ratificado na Assembleia da República.