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Decisão de afastar Manuela Moura Guedes partiu de Lisboa, garante a Prisa
10h01m
A Prisa negou hoje, sexta-feira, qualquer interferência na polémica decisão tomada pela TVI de suspender o Jornal Nacional de 6ª-feira, insistindo que se tratou de uma decisão da equipa de direcção em Lisboa.
"Foi uma decisão que se insere no âmbito da gestão da direcção da cadeia (de televisão) e com o envolvimento da Direcção Geral da Media Capital", afirmou à Lusa fonte oficial da Prisa.
"Quando se coloca à frente de uma empresa uma equipa de direcção temos que respeitar a sua decisão. E isso é tudo", sublinhou.
A mesma fonte rejeitou ainda notícias de que o próprio Conselheiro Delegado da Prisa, Juan Luis Cebrián, se tenha envolvido directamente no caso, insistindo que a Prisa "respeita a independência de gestão" de todas as suas empresas.
"O Conselho Delegado tem o papel de marcar as directrizes gerais da empresa, definir por exemplo se vamos ou não reforçar a presença neste ou naquele país. Mas quando há uma empresa (Media Capital) que tem uma direcção-geral e um conselheiro delegado, são eles que gerem essa companhia", disse ainda.
Normalmente, frisou a fonte, decisões como estas na TVI são tomadas por cada equipa directiva, no local onde está, sem consultas prévias à sede em Madrid e porque a Prisa "confia nas equipas gestoras que tem em qualquer local".
"Naturalmente que depois, a nível interno, há uma cadeia de comunicação, mas as decisões não são tomadas com consultas prévias", frisou.
Seria impensável, insistiu a fonte, considerar que cada decisão que se toma pelas empresas do grupo Prisa tivesse que passar pelo crivo da sede em Madrid.
"A posição da Prisa é respeitar e confiar nas decisões das suas equipas de gestores, neste caso da TVI e da Media Capital", sublinhou.
"Cada uma das empresas tem a posição que tem e uma equipa de direcção que actua. A Media Capital tem demonstrado ter mantido uma gestão que se evidencia nas audiências", frisou.
Outras fontes da Prisa consultadas pela Lusa em Madrid manifestaram "surpresa" pela reacção em Portugal em torno à suspensão do jornal da TVI, considerando que é uma "decisão normal na gestão do dia-a-dia da empresa".
Frisando "total independência de gestão" da Media Capital e da equipa directiva da TVI, responsáveis da Prisa insistem que no caso de Portugal "o que não está partido não é preciso compor".
Em Julho de 2005 a Prisa, o maior grupo de comunicação social espanhol, que detém o El País, a rádio cadena SER e o canal de televisão Cuatro, tornou-se o accionista principal da portuguesa Media Capital, entrando deste modo na TVI.
Em Outubro de 2006, a Prisa lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade das acções representativas do capital social da Media Capital, passando a controlar o grupo.
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Outra "cabala"
Nunca vi o tão falado "Jornal Nacional" das sextas e agora, depois da decisão da Administração da TVI de acabar com ele, fico com a impressão de que perdi alguma coisa. Porque quando uma empresa privada, que supostamente produz tendo em vista o lucro, retira do mercado o seu produto mais vendável (o "Jornal Nacional" era líder absoluto de audiências), das duas uma: ou o lucro afinal não lhe interessa ou a coisa envolve algum negócio ainda mais lucrativo.
E há-de ter sido um negócio dos chorudos porque tudo sugere que, de caminho, a Administração da TVI tenha vendido também a hipótese de vitória do PS nas próximas eleições. Com efeito, do que o PS nesta altura menos precisava era da suspeita de estar por detrás (coisa que toda a gente sabe que seria incapaz de fazer) da bolivariana medida. O que aconteceu foi uma cabala, desta vez dos socialistas espanhóis da Prisa, feitos com o PSD, contra o PS, a sua credibilidade democrática e o seu respeito pela liberdade de informação. Eu, se fosse a Sócrates (que tanto contava com o "Jornal Nacional" para ganhar as eleições), cassava-lhes já a licença.
3.9.09
2.9.09
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Blog
Duvido (basta ver a sua idade) que Cordeiro se lembre de alguma professora primária do antigamente – sem desprimor para a sua infância moderna e progressista. Ele deve ter conhecido uma caricatura, leviana e indigente, injusta para uma classe que fez muito mais pelo país do que a pobre casta de dirigentes das ‘jotas’, que nunca trabalhou, estudou ou foi repreendida pelos seus disparates. O que confere como modo como constrói a sua imagem de mau gosto. Assim, indicou a alguma gente onde é que teria de votar – ou, pelo menos, mostrou em quem não se pode confiar.
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Bom Sucesso cidade do Porto
O Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto ordenou a demolição do Shopping do Bom Sucesso, no Porto, há já mais de ano e meio. E, no entanto, o edifício continua lá, ocupado, inamovível, numa inadmissível afronta à Justiça, representando o mais absoluto desprezo pelo estado de direito e pelo próprio regime democrático.
Aquela construção só foi possível porque a Câmara do Porto, à época liderada por Fernando Gomes, o licenciou, não obstante a firme oposição da então Comissão de Coordenação da Região Norte. A polémica foi ruidosa, os argumentos contra a construção pareciam evidentes, mas, como é infelizmente habitual, os promotores imobiliários impuseram a sua vontade, com a conivência dos autarcas de então.
Com um raro sentido de participação cívica, decidido a combater esta aberração urbanística, em 1995, o arquitecto José Pulido Valente iniciou uma longa batalha jurídica de que saiu vencedor e, com ele, o povo do Porto. Questões jurídicas à parte, o certo é que doze anos volvidos, o Supremo decidiu que a licença de construção é ilegal, decisão sem possibilidade de recurso, pelo que a não execução da demolição representa um total desrespeito pelos tribunais.
Esta sentença é inovadora em Portugal e deveria constituir exemplo de actuação da Justiça. Só demolindo o que é ilegal se dissuadem os especuladores. Confiscar bens ilicitamente obtidos é um procedimento aliás comum noutro tipo de crimes. Qualquer jóia roubada, apreendida pelas autoridades, é devolvida ao seu legítimo dono. E se assim se procede com os ladrões de jóias, por que não fazê-lo com os ladrões dessa jóia colectiva que é o equilíbrio urbanístico?
Em véspera de eleições, o município do Porto encontra-se numa encruzilhada que pode definir todo o seu futuro. Apenas com a demolição do edifício, ficará claro que na Invicta manda o seu povo e que a sua Câmara se não verga a interesses económicos nebulosos. O que está, pois, aqui em causa é muito mais do que a simples implosão de um prédio. É o (bom) sucesso do Porto como cidade.
Cabe aos principais candidatos à presidência da Autarquia declararem o que pretendem fazer, se eleitos nas próximas eleições de Outubro. Esperemos que a honestidade que Rui Rio tanto gosta de apregoar, ou a mundividência de que Elisa Ferreira se orgulha - sejam bastantes para deitar abaixo um edifício ilegal e símbolo acabado de interesses perversos e provincianos.
1.9.09
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31.8.09
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É cultura estúpido
31 de Agosto de 2009 por Tiago Mota SaraivaO mais típico e simples socranete pulula de felicidade com o alegado voto de Zé Pedro do Xutos & Pontapés em José Sócrates.
O próprio José Sócrates vangloria-se com a presença de Zé Pedro no JS Summer Fest 2009 (rico nome!) e entusiasma-se declarando que a banda foi uma “referência” da sua geração. Imagino Sócrates a assinar os seus projectos das Beiras fortemente inspirado pelo “Contentores”, a assobiar “Desemprego” nas reuniões da Jota ou a reler o novo Código Geral do Trabalho ao som do refrão do “Sem Eira nem Beira”:
Senhor engenheiro / Dê-me um pouco de atenção / Há dez anos que estou preso / Há trinta que sou ladrão / Não tenho eira nem beira / Mas ainda consigo ver / Quem anda na roubalheira / E quem me anda a comer (letra integral aqui)
Até que chega a ensaiada rima final, onde lhe cai a caraça:
“… Sócrates confessou que os Xutos & Pontapés são uma “referência” da sua geração, para se despedir dos jovens socialistas citando outra música (Aqui ao Luar) da banda: “Aqui ao luar, ao pé de ti, ao pé do mar, fica agora o sonho e a convicção de um país que quer avançar”
A letra que Sócrates pretende citar não se chama “Aqui ao luar”, mas sim “A Noite” e o original não é dos Xutos & Pontapés mas sim dos Sitiados.
“A Noite” foi apresentada pelos Sitiados no 5º Concurso de Música Moderna Rock Rendez Vous em 1988 – onde se classificaram em 2º lugar. Esta é uma das canções mais emblemáticas da banda e da música portuguesa nos anos 90:
30.8.09
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Intenções
por Pedro Marques Lopes
Corria uma piada que dizia que o PSD iria fazer um programa tão, digamos assim, económico em palavras que bastaria um sms para o divulgar. Pelo que nos foi dado a ver a graçola tinha um fundo de verdade. Bastava, afinal, uma palavra para resumir essa possível mensagem: intenção.
O PSD propõe-se fazer melhor na economia, na solidariedade, na justiça, na educação, na segurança, na saúde, na administração pública, no ambiente, na cultura, na ciência, no ordenamento do território e em tudo o mais.
Em praticamente todos os aspectos relevantes não existe uma proposta concreta ou uma linha bem definida de rumo.
Para quem passou um ano e meio a apregoar aos quatro ventos que os socialistas apenas tinham palavras e promessas para oferecer, não deixa de ser confrangedor verificar que os sociais-democratas não têm mais para oferecer que não sejam lugares-comuns, suspensões para melhor análise ou vaguíssimas opiniões.
Que pode um cidadão esperar de alguém que diz que quer um Estado menos dirigista e com menos peso na economia e depois nada diz sobre as golden-shares, o que fazer com as empresas públicas e municipalizadas, o excesso de funcionários públicos, as empresas da Caixa Geral de Depósitos (extraordinária e bem reveladora da diminuição de "dirigismo", a promessa de orientações a este banco público) ou como se vai reduzir a despesa?
De que tipo de seriedade estamos a falar quando se diz que se suspende o actual modelo de avaliação de professores sem que se proponha outro? Será que vamos retomar o que (não) existia ao tempo da dra. Ferreira Leite no Ministério da Educação? Que dizer quando se resume uma política educativa aos chavões do "combate ao facilitismo" e à "cultura de exigência e rigor"?
Como é que podemos levar a sério um programa que na Justiça não tem uma linha sobre a urgente reestruturação do Ministério Público e enuncia, sem qualquer detalhe, uma avaliação dos juízes?
A que tipo de comportamento ético-político nos pretendemos referir quando há um ano se apelidava a descida da taxa social única como inconsciência e agora se defende o seu decréscimo em dois pontos percentuais ou se pretende revogar medidas que se decretaram como é o caso do pagamento especial por conta?
Será que um plano - inexistente, claro está - para a recuperação económica e aumento de competitividade e produtividade não mereceria uma pequena nota que fosse sobre legislação laboral, nomeadamente no que às pequenas e médias empresas diz respeito?
Ficamos a saber que o TCV vai ser suspenso. Porém, não é certo: vão-se fazer novos estudos. Claro como água.
O programa do PSD não é, a bem da verdade, um calhamaço de propostas. São apenas quarenta páginas de intenções vazias de conteúdo.
Para quem tinha prometido um programa diferente, com soluções concretas para os problemas do País - definidos agora como verdades - soa a pouco, muitíssimo pouco.
Onde estarão os estudos do Instituto Sá Carneiro, as conclusões dos fora da verdade, os contributos das pessoas que telefonaram para a linha de atendimento do PSD? Das duas, uma: ou foram desperdiçados ou não mereceram consideração.
Portugal precisava, como provavelmente nunca desde que vivemos em democracia, do PSD. Do PSD reformista, corajoso, liberal, sem receio de propor medidas que invertessem este ciclo depressivo que promete levar o nosso país para um beco sem saída. Pedem-nos, apenas, que confiemos numa pessoa. A sua verdade vai-nos redimir. A sua verdade tudo vai resolver. A sua verdade vai tirar-nos da cauda da Europa e tornar-nos mais ricos e mais felizes.
De facto, não era preciso programa e, em bom rigor, ninguém vai lê-lo. Não vale a pena.
Agora, sim, temos escolha: o PS tudo irá resolver através da intervenção do Estado; o PSD tudo solucionará com boas intenções.
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PROMESSA ELEITORAL
Sócrates promete aprofundar lei das uniões de facto
..., num discurso que antecedeu o da mandatária do PS para a juventude, Carolina Patrocínio.
A mediática apresentadora de televisão leu um papel em que usou palavras técnicas como "retoma" ou "fim da recessão técnica" após um trimestre de crescimento económico.
Já sem ler o papel, Carolina Patrocínio disse que regressou agora de férias do estrangeiro.
"Salta Carolina salta" e "um, dois, três maioria outra vez" foram as palavras de ordem mais vezes gritadas da plateia pelos jovens socialistas ao longo do comício.
Até o DIÁRIO DE NOTÍCIAS...