28.2.09
26.2.09
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No caso vertente, poderiam os encarregados de educação presentes na feira ter admoestado (ou não) os seus rebentos atraídos pela “Origem do Mundo”. Não cabe, porém, às polícias substituirem-se às convicções e acções dos pais em tais situações e menos ainda praticar, sob qualquer pretexto, actos que privem eventuais compradores de ter acesso a uma obra cuja venda é livre e não pode ser impedida em qualquer ponto do território nacional.
Sendo esta a orientação que decorre da Constituição e da lei, será ela que prevalecerá no caso concreto e deverá ser seguida pelas forças de segurança, sejam quais forem as pressões sociais que os acasos gerem.
José Magalhães no site oficial do MAI
25.2.09
24.2.09
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O Carnaval da sintaxe
Agora que o ME divulgou novos programas de Português preconizando que, no final do Ensino Básico, os alunos devem ser capazes de produzir "textos coesos e coerentes" e "correctos em português padrão", o caso da DREN continua a ser exemplar do "português padrão" em uso no ME e do nível de exigência do Ministério em relação à avaliação das "competências" dos seus altos (ou baixos, sei lá) funcionários.
Depois do histórico ofício sobre os "Magalhães", a directora de Educação do Norte (que é suposto ter concluído o Básico) escreve agora, em novo ofício, coisas "coesas e coerentes" como: "Sendo certo que muitos docentes não se aceitam o uso dos alunos nesta atitude inaceitável"; ou: "a sua [da escola] missão de processos de socialização"; ou: "razão central porque", e por aí fora.
Pelos vistos, as palavras e a gramática insistem em não respeitar a autoridade da senhora directora e, folionas (o ofício é, apropriadamente, sobre o Carnaval), fazem dela gato-sapato e escrevem-se como muito bem lhes apetece. Eu já lhes teria posto, como ao outro da piada sobre a licenciatura, um processo disciplinar.
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23.2.09
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O país dos milagres
O Vaticano anunciou nova fornada de santos, entre eles o condestável Nuno Álvares Pereira, a quem atribui a cura do olho esquerdo de uma velhinha de Vila Franca de Xira, atingido por salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe.
O Vaticano que me perdoe, mas, então, e os milagres da multiplicação do solo edificável e dos milhões nas contas de autarcas e familiares que todos os dias se produzem por esse Portugal fora?
O das moradias, automóveis, casas de férias, barcos de recreio, do presidente, vice-presidente, vereadores e directores de serviços da Câmara de Braga que a ciência não pode explicar com base nos seus parcos rendimentos?
E o milagre da falta de "recursos humanos" para investigar tal milagre? E o da PJ ter, segundo o MP, atribuído prioridade a "outras investigações"? E o suavíssimo milagre da recusa do PS em criminalizar o enriquecimento ilícito? E os milagres das aparições, em cima de azinheiras, sobreiros e áreas protegidas, de PIN aprovados à pressa em vésperas de eleições? Irá o Vaticano canonizar, a seguir, a generalidade da classe política dirigente portuguesa?