29.3.08

130

Está constituída e é conhecida a lista que o Guilherme Pinto vai encabeçar na candidatura à C.P.C. a qual, em princípio, dados os apoios que tem na estrutura, deverá ganhar as eleições do próximo dia 5.
Pena que o voto secreto nos impeça de saber se todos os que a constituem vão votar nela!
Vale, de todo o modo a pena, analisar a sua constituição.
.
Antes de mais devem revisitar-se as razões pelas quais é o G.P. que se candidata á liderança local.
O Manuel Seabra tinha esgotado um ciclo de liderança da concelhia, caracterizado pelo total desaparecimento da vida política activa, quer da estrutura partidária quer dele próprio. Nos últimos tempos até as meras convocatórias para as raras iniciativas partidárias eram assinadas em conjunto por ele e pelo G. P.
Esta omissão de actividade não foi acidental. Percebe-se claramente que foi uma estratégia de sobrevivência pessoal.
Como ele próprio disse o seu ciclo político em Matosinhos estava acabado. Nem tinha alternativa a propor, nem capacidade de criar uma, nem coragem para a levar adiante.
Claudicou completamente na capacidade de colocar os «seus» na constituição da lista que ganhou a Câmara. Tinha prometido que os faria entrar em paridade com os indicados pelo G. P. e não meteu nem um. Como se sabe a lista foi feita pelo N. M. e apadrinhada pelo Jorge Coelho.
Restava-lhe recuar para uma posição que lhe assegurasse a calma e o conforto da segurança e a proximidade do poder, condições para fazer singrar uma carreira partidária.
Deixou órfãos os que se reuniam à sombra da sua bandeira e que agora repartem entre si – ainda amigavelmente – os restos do poder. Órfãos de factor aglutinador; não de liderança, de ideologia, de conceitos e interesses comuns porque esses nunca existiram, já que M. S. nunca teve capacidade de os criar.
Perante esta fuga «gueterro-barrosista» poderia ter avançado para a liderança uma das figuras que o apoiavam, designadamente um dos secretários coordenadores. E vários deles ponderaram essa possibilidade.
Em rigor nenhum dos possíveis candidatos conseguiria reunir um apoio unânime, nenhum tinha força para avançar em confronto com os demais.
E sobretudo nenhum quis enfrentar uma questão mais complicada: com uma eventual candidatura independente do N. M. a pôr em risco a vitória nas autárquicas, o líder da concelhia era o primeiro responsável político pela eventual derrota. (Mal, do meu ponto de vista, porque é óbvio que a decisão vai ser avocada por Lisboa).
Perante isto resolveram uma coisa mais simples: se o G. P. quer ser candidato à Câmara que assuma a responsabilidade política disso.
.
Voltando à lista, se analisarmos a sua constituição verificaremos que integra diversas matrizes do PS concelhio:
Em primeiro lugar aqueles que há muito, por diversas e diferentes razões, estão contra o N. M., e que estavam acantonados nas hostes seabristas.
As razões da divergência raramente são ideológicas ou políticas e antes se devem a questões pessoais, a conflitos de interesses, a razões menores.
Não tem unidade entre si, movem-se segundo interesses díspares, dificilmente constituirão um grupo coeso e articulado na concelhia até por não conseguirem encontrar uma liderança capaz.
Terão portanto dificuldade em sobreviver como facção organizada, dissolver-se-ão na voragem dos interesses e das questões concretas.
Ainda por cima vão ser obrigados a fazer campanha autárquica com e pelo G. P. - pois que muitos são presidentes de junta ou candidatos - quando sempre estiveram contra ele, discordam da forma como conduziu a gestão camarária e sofreram a má relação que teve com as Juntas.
Vão eleger uma parte significativa da C. P. C. porque conseguiram impor ao G. P. a colocação de gente sua em lugares elegíveis.
.
Em segundo lugar temos a coorte dos arrolados pelo G. P e que integra vereadores, administradores de empresas municipais, assessores, avençados, funcionários municipais, dirigentes de cooperativas de construção, etc, etc, etc.
E a figura inefável da senhora da DREN, de narcisismo até agora inquebrantável.
Desta turba é muito difícil saber quem e quais as posições que vão assumir na C. P. C.
Quantos se manterão fiéis ao G. P., quantos se bandearão imediatamente com o Alexandre Lopes, quantos se conservarão no limbo a ver em que param as modas. A muita desta gente conviria uma candidatura do N. M. nas listas do PS para evitar ter de se definir.
Alguns não poderão deixar de estar com uma candidatura independente, assim arruinando longos e cuidados anos de militância.
È aqui que está a incógnita da futura C. P. C. Para que lado cairão no momento próprio (vamos ver muitas votações por voto secreto).
Com jeito ainda vamos ver a C. P. a propor a candidatura do N. M. pelo partido.
.
Finalmente deve haver os incondicionais do G. P., que lhe serão leais.
Agradeço a quem souber onde estão e quem são, que me venha esclarecer.

129


27.3.08

127

Publico, por o ter por interessante um comentário de CARLOS ALBERTO
http://cadsf.blogspot.com/
.
1º – Convergimos na ideia de que a discussão interna, sobre a questão candidato a presidente da CM Matosinhos, deverá iniciar-se o mais cedo possível. Eu, prefiro que seja após o próximo verão.
2º – Qualquer militante, tem direito a apresentar-se como candidato a qualquer lugar de representação do partido, incluindo a CM Matosinhos.
3º – Guilherme Pinto, será o meu candidato, por tudo o que no meu artigo referi.
4º – Candidatos bacteriologicamente limpos, não conheço. Deus nos livre de uma Republica governada por Homens virtuosos. Veja-se a republica islâmica do Irão. Aliás quando partimos em busca de candidatos, moralmente superiores, acabamos por ver eleitos tipos como o ex.governador de NY, que se demitiu nas circunstâncias de todos conhecidos. Veja até que se apresenta uma candidatura à CPC, em nome de uma pertença reserva moral, seja lá isso o que for.
5º - Parece-me que o Leixão aponta para factos passados de alguém, mas que já foram avaliados e aferidos por quem tinha competência para tal. Se o fez mal, quem o fez, viverá com isso na sua consciência. Todo o individuo é considerado inocente até sentença transitada em julgado. A Justiça, mal ou bem, fez o seu trabalho.
6º – Eleição (primárias), e aqui aproveito para responder também a E.A..O debate interno a acontecer, terá de ter conclusões. Mas serão ilações fiáveis, se no jogo apenas participar uma equipa, e outra estiver a correr por fora, e apenas ficar-mos pelo debate. Não. Tem de haver respostas que indiquem claramente o que os militantes querem, e essas só podem ser aferidas com rigor, através do voto, e pela escolha em consciência da solução que considerada melhor para o partido e para o Concelho.
Preocupações, quanto ir colocar em evidência tudo de mau que aconteceu, ou com climas de guerrilha, para mim não serão maiores do que as que já hoje ocorrem. Com uma agravante, um dos lados ao colocar-se fora da corrida, não participa de forma solidária no esclarecimento. Foge ao debate e vitimiza-se. Acha mesmo que após as eleições do dia 5 de Abril, próximo, haverá acalmia. Não nos iludamos. Por isso considero que temos de trazer para o terreno do jogo, todos os PLAYERS, todos sem excepção. Como é evidente, tudo isto passa por uma condição, é a de todos acordarem em aceitar democraticamente aos resultados da votação.

Com submissão de todos ao escrutínio dos militantes, o vencedor sairá com uma legitimidade inquestionável. Não haverá mais Vassalos escolhidos ao “milímetro” por Suserano, onde se pretendia que o “eleito” fosse a sua marioneta, mas que afinal, espanto dos espantos, tem vida própria.
Quem não aceitar tal escrutínio, e quiser correr fora do partido, demonstra, que ao contrário dos sermões radiofónicos, se apresenta como candidato revanchista, que quer ajustar de contas com o passado, um voltar atrás para refazer a história. E tratando-se de refazer a história, apenas os regimes autoritários, Fascistas e Comunistas, são exímios nesse tipo de questões. Quando Estaline começou a ficar farto das críticas da esposa de Lénine, Nadejda Krupskaia, disse-lhe: "Ou te portas bem, ou arranjamos outra viúva para o camarada Lénine". Mas felizmente vivemos em Democracia, e a nossa história é o que é.
Realmente pode-se questionar, da conformidade com os estatutos, de um acto eleitoral dessa natureza, mas tudo passaria pela forma como o problema fosse abordado. Havendo vontade e todas as partes, este seria o menor dos problemas.
Cumprimentos
Carlos Alberto Ferreira
.
Permito-me tão só um comentário:
O princípio da inocência, que é um princípio fundamental e inquestionável é um principio do direito processual penal.
Não se aplica aos «julgamentos» políticos.
No campo da política os cidadãos não aplicam leis (strictu sensu); julgam as competências desempenhos e intervenções políticas.
Trazer para o campo da política os conceitos juris-penais é o argumento das Fátimas, dos Valentins, dos Isaltinos, dos Avelinos.
E dos Narcisos.
O argumento seguinte é: o povo julgou-me nas urnas, estou inocente!