O dr. Cavaco, o mr. Barroso, o sr. Trichet, o sr Junker, a D. Merkl não querem que haja auditoria às contas do eng. de domingo.
Ou seja, são de opinião que mais vale esconder a verdade que provocar os «mercados».
O dr. Coelho que a queria fazer já a «meteu para dentro».
Se ganha as eleições vai ter de resolver o buraco que todos querem esconder.
E como vai resolvê-lo?
Quem vai pagar o buraco do socretismo?
26.3.11
24.3.11
23.3.11
grande democrata, exemplo de isenção
Tenho para mim que os órgão políticos do partido - até dado o princípio proporcional da sua composição - não devem tomar posição enquanto tal na eleição de outros órgãos.
Pode, como é óbvio cada um dos militantes que os integram tomar posição, participar em listas, defender moções, participar em campanhas eleitorais.
Mas é do mais elementar bom senso que os órgãos políticos - e quem a eles preside - não intervenha nessa qualidade na campanha para outros órgãos, na eleição para secretário geral, quando há mais de um candidato.
E que não tome posição na discussão das moções de estratégia geral, quando há várias apresentadas e à votação.
É o mínimo que se exige para dar, pelo menos, uma aparência de isenção, um ar de democraticidade interna.
*
Não pensa assim o dr. Pinto.
E porque para ele, como para o candidato a secretário geral que apoia, essas questões das regras são meros formalismos, e os fins justificam sempre os meios, remeteu aos militantes inscritos no concelho o mail que aí vai.
Um mail da Comissão Política Concelhia a apelar no voto num dos candidatos e numa das moções em discussão.
Que o dr. Pinto assina na qualidade de presidente da Com. Pol. Conc.
É assim que se avaliam as convicções e a formação política de cada um.
A isenção com que é capaz de exercer os cargos para que foi eleito.
Resta dizer que nestas matérias de democraticidade, de rigor, de isenção de seriedade poltrica o dr. Pinto, como o eng. de domingo, não enganam ninguém.
Os princípios passaram por ali mas não pararam.
21.3.11
2699
O importante é escolher o timing da espada
por Ana Sá Lopes,
Entre quarta e sexta-feira o governo demite-se. E isso é o melhor que pode acontecer tanto a Passos como a Sócrates. Em partes iguais
Entre as metáforas quotidianas que repetimos sem que nos ocorra questionar o seu sentido está aquela em que alguém é tão, tão corajoso e tão, tão destemido que "entre a espada e a parede prefere sempre a espada". É a chamada metáfora sem interesse nenhum. Não existe nenhuma escolha, nem sequer direito de preferência, entre a espada e a parede. Seja por avanço seja por recuo, acaba-se sempre morto - ou inapelavelmente ferido pela espada. Porque diabo se terá popularizado a ideia de que um tipo corajoso e determinado prefere sempre a espada? Antecipa a morte cinco minutos? E isso é em si algo de relevante ou eventualmente louvável? No fim está sempre a espada.
Esta metáfora tem sido aplicada variadíssimas vezes, e equitativamente, entre quem percebe (e adora) a extraordinária resiliência do primeiro-ministro e entre quem a odeia e não a percebe de maneira nenhuma. A ideia de que Sócrates escolhe "a espada", em alguns momentos, em vez da parede é em si um absurdo. A parede e a espada são em si a mesma coisa - um prenúncio de morte. Não há escolha possível.
Em política, o que se pode escolher não é a espada em vez da parede, mas o momento em que se pode ficar entre a espada e a parede. E esse, evidentemente, José Sócrates escolheu-o primorosamente.
Não havia melhor timing para abandonar uma situação de pressão financeira, com a obrigação de cumprir as ordens da senhora Merkel e da sua nova governação europeia. Não havia melhor altura para sujeitar o PS a votos - uma derrota folgada será sempre encantadora para um partido que se arriscava a acabar, depois de toda a austeridade somada e diminuída, nos níveis do PS de Almeida Santos em 1985, no pós-Bloco Central associado ao FMI.
Ao facilitar a ideia, também Passos Coelho tem a ganhar por se pôr neste momento entre a espada e a parede. Era impossível ao líder do PSD continuar coadjuvante das políticas governamentais sem que nos próximos meses isso acabasse por o derrotar dentro do próprio partido. A hipótese de Pedro Passos Coelho chegar a primeiro-ministro é agora - e não daqui a um ano.
O fim do estado de graça do líder do PSD foi rápido e provavelmente a desastrada apresentação do projecto de revisão constitucional marcou um ponto de não retorno. Seguiu-se a interminável embrulhada à volta do Orçamento e a confusão em torno das alegadas alternativas. Hoje são cada vez mais aqueles que dentro do PSD duvidam das suas capacidades para levar o partido à "vitória final" (incluindo alguns dos antigos membros do chamado núcleo duro).
Assim, não existe alternativa ao chumbo das medidas, por muito que o governo tenha inventado um simulacro de diálogo à última hora apenas por razões tácticas - as de afastar de Sócrates o ónus da abertura da crise política.
Entre quarta e sexta-feira o governo demite-se. E isso é o melhor que pode acontecer a Passos e a Sócrates, quase em partes iguais.
Esta metáfora tem sido aplicada variadíssimas vezes, e equitativamente, entre quem percebe (e adora) a extraordinária resiliência do primeiro-ministro e entre quem a odeia e não a percebe de maneira nenhuma. A ideia de que Sócrates escolhe "a espada", em alguns momentos, em vez da parede é em si um absurdo. A parede e a espada são em si a mesma coisa - um prenúncio de morte. Não há escolha possível.
Em política, o que se pode escolher não é a espada em vez da parede, mas o momento em que se pode ficar entre a espada e a parede. E esse, evidentemente, José Sócrates escolheu-o primorosamente.
Não havia melhor timing para abandonar uma situação de pressão financeira, com a obrigação de cumprir as ordens da senhora Merkel e da sua nova governação europeia. Não havia melhor altura para sujeitar o PS a votos - uma derrota folgada será sempre encantadora para um partido que se arriscava a acabar, depois de toda a austeridade somada e diminuída, nos níveis do PS de Almeida Santos em 1985, no pós-Bloco Central associado ao FMI.
Ao facilitar a ideia, também Passos Coelho tem a ganhar por se pôr neste momento entre a espada e a parede. Era impossível ao líder do PSD continuar coadjuvante das políticas governamentais sem que nos próximos meses isso acabasse por o derrotar dentro do próprio partido. A hipótese de Pedro Passos Coelho chegar a primeiro-ministro é agora - e não daqui a um ano.
O fim do estado de graça do líder do PSD foi rápido e provavelmente a desastrada apresentação do projecto de revisão constitucional marcou um ponto de não retorno. Seguiu-se a interminável embrulhada à volta do Orçamento e a confusão em torno das alegadas alternativas. Hoje são cada vez mais aqueles que dentro do PSD duvidam das suas capacidades para levar o partido à "vitória final" (incluindo alguns dos antigos membros do chamado núcleo duro).
Assim, não existe alternativa ao chumbo das medidas, por muito que o governo tenha inventado um simulacro de diálogo à última hora apenas por razões tácticas - as de afastar de Sócrates o ónus da abertura da crise política.
Entre quarta e sexta-feira o governo demite-se. E isso é o melhor que pode acontecer a Passos e a Sócrates, quase em partes iguais.
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