18.6.08

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Vem a confirmar-se pela boca do Dr. Guilherme Pinto, e através do “Público” de hoje, ser verdade que alguns vereadores (pelo menos) da câmara beneficiaram da oferta de deslocação à Suiça, para assistir a um jogo da selecção, com todas as despesas pagas pela Petrogal.
Já ontem tinha circulado por aí, pela blogosfera, que essa «prenda» se incluiria num plano mais vasto de ofertas idênticas a diversos executivos autárquicos, integradas –supôe-se – no plano de assistência social da Petrogal.(seria curioso saber quais foram os outros executivos camarários contemplados, que mais não fosse para sabermos da extensão e intensão de tal plano assistencial).
O Dr. GP, que sobre a mulher de César tem opinião formada e consistente, acha que daí não vem mal ao mundo.
Disse mesmo ao “Público”: «É ridiculo alguém pensar que é por aí que a câmara vai perder a sua independência face à Petrogal».
É confortante, desde logo, termos consciência de que o Dr. G. P. sabe onde, quando, como e porquanto é que a câmara perde a independência. Poderia até mandar publicar a tabela em edital.
Se a viagem dos vereadores - numa altura em que há uma questão aberta entre os interesses da Petrogal e a qualidade de vida e bem estar dos cidadãos de Matosinhos - já era só por si uma rematada asneira, as declarações do Dr. G.P. só vieram aprofundar o atoleiro em que todos se meteram.
Não há em matérias destas boa fé que prevaleça.
Mas, e mais: esta vereação traz uma marca de origem indelével de que não se conseguiu libertar; E que se acentua e agrava com comportamentos destes.
Não nos podemos esquecer de que foi construída pelo Narciso Miranda com a finalidade de através dela continuar a gerir a câmara e controlar os negócios que dela dependem e à volta dela giram.
Escolheu cuidadosamente todos e cada um dos vereadores, sabendo quem colocava, onde, e com que finalidade.
E eles não só se sujeitaram à escolha como se dispuseram conscientemente a colaborar no plano e favorecer as intenções do “Meste de Aviz”.
Claro que com a falta de carácter – que nuns já era conhecida e noutros apenas se adivinhava – logo que puderam trairam a mão que os fez, e sempre os alimentou. Provavelmente uns querim comer mais, outros voar mais alto e outros parecer gente.
Estas viagens, que não são mais do que uma ligeira afloração do muito que acontece, e há-de ser melhor conhecido, não podem passar sem crítica e discussão política. E sem um forte repúdio da população de Matosinhos.
Há ainda que chamar a atenção para a importância cívica da informação que corre pelos «blogs» e que é fundamental que se reforce e intensifique (ainda que a linguagem possa ser por vezes desbragada e a intromissão na vida privada criticável).
Não fora a informação ter passado ontem pelos «blogs» e o Dr. G. P. não se teria sentido na necessidade de vir explicar-se publicamente, e publicamente reconhecer este acto vergonhoso.




17.6.08

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Isto é verdade????
«Novo escandalo,que vai dar muito que falar, 4 vereadores da Camara de Matosinhos,viajam para a Suissa, vão ao futebol,sâo alojados em hotel de 5 estrelas, tudo pago pela Petrogal. Terao ainda capacidade para defenderem os Leceiros dos ataques da refinaria? Isto será eticamente aceitável? isto nao será corrupçao? qual a independencia destes senhores do PS PARA NOS DEFENDEREM? Se estivessemos em Pais exigente e, em concelho onde se faz a gestao a sério,com rigor,transparencia e isençao estes Vereadores terao de se DEMITIREM»
(comentário de "BRITO CAPELO" n'OPortodeLeixões)

15.6.08

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Citação(ainda a propósito do referendo europeu):
13. O PS acredita que é preciso ser-se radical na defesa da democracia, como sistema político fundado nos direitos humanos, na soberania popular, no primado da lei e na livre competição entre ideias e programas, e como sistema social que se baseia na iniciativa das pessoas e valoriza a diversidade e a diferença, o encontro e o respeito mútuo entre gentes e culturas, a expressão criativa e a participação e inovação social. Para o PS, são prioritárias as reformas institucionais que favoreçam a participação democrática, aproximem dos cidadãos o Estado e a administração, melhorando o rigor, a eficiência e o sentido de serviço da sua acção, e aprofundem a descentralização administrativa, valorizando designadamente o poder local.
Os socialistas são democratas radicais, porque entendem que não há alternativa para a democracia, como regime político baseado na liberdade e na escolha popular, e entendem que a democracia constitui um fim em si mesma, um precioso bem que é necessário defender. A democracia é também uma cultura, uma maneira de conceber as acções e as relações entre os indivíduos e os círculos sociais que eles formam. Essa é a cultura da liberdade, da autonomia, da descentralização, da iniciativa, da criatividade, da comunicação, da participação no espaço público, da celebração da diversidade e das diferenças, do reconhecimento mútuo e do encontro. É a extensão aos vários domínios da vida social da convicção de que da pluralidade dos seres e das ideias e da livre argumentação e livre escolha se faz uma sociedade pacífica, dinâmica, culta e próspera.
Esta defesa radical da democracia e do valor e da prática da cidadania, quer como realização de direitos, quer como assunção de deveres e partilha de responsabilidades, é que deve orientar também as reformas do sistema político e da administração, no sentido de fomentar as condições e o alcance da participação dos cidadãos e aumentar a proximidade e a eficiência dos serviços que lhes são prestados
Declaração de Principios do PS

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Cada um faz dos factos políticos a leitura que mais lhe convém, ou que mais se adapta aos seus ideais ou convicções, ou que lhe parece adequada aos fins que pretende alcançar.
Do meu ponto de vista a relevância do "não" irlandês é a da recusa de ver os destinos da Europa conduzidos por uma classe política (a das potências dominantes) e um poder político burocrático instalado em Bruxelas, que se acham seres iluminados e no direito de afastar os cidadãos das decisões políticas relevantes.
Que, enfim, se acham no direito de fazer batota.
E que já se preparam para a fazer à custa da liberdade de decisão dos irlandeses.
Claro que se percebe que decisões como a do referendo irlandês não podem agradar aos batoteiros políticos nacionais, aos que se comprometeram com o referendo na campanha eleitoral e o abandonaram quando perceberam que ele podia não lhes trazer os dividendos políticos que esperavam.
E que para justificar a sua decisão, o entorse aos compromissos, e para se justificarem, porque a sua vida (a sua carreira política) é construída com base no jogo oportunístico e na falta de carácter e de seriedade, estão prontos a tudo, desde que isso lhes pareça poder garantir o poder que pensam que tém