18.6.08

186

Vem a confirmar-se pela boca do Dr. Guilherme Pinto, e através do “Público” de hoje, ser verdade que alguns vereadores (pelo menos) da câmara beneficiaram da oferta de deslocação à Suiça, para assistir a um jogo da selecção, com todas as despesas pagas pela Petrogal.
Já ontem tinha circulado por aí, pela blogosfera, que essa «prenda» se incluiria num plano mais vasto de ofertas idênticas a diversos executivos autárquicos, integradas –supôe-se – no plano de assistência social da Petrogal.(seria curioso saber quais foram os outros executivos camarários contemplados, que mais não fosse para sabermos da extensão e intensão de tal plano assistencial).
O Dr. GP, que sobre a mulher de César tem opinião formada e consistente, acha que daí não vem mal ao mundo.
Disse mesmo ao “Público”: «É ridiculo alguém pensar que é por aí que a câmara vai perder a sua independência face à Petrogal».
É confortante, desde logo, termos consciência de que o Dr. G. P. sabe onde, quando, como e porquanto é que a câmara perde a independência. Poderia até mandar publicar a tabela em edital.
Se a viagem dos vereadores - numa altura em que há uma questão aberta entre os interesses da Petrogal e a qualidade de vida e bem estar dos cidadãos de Matosinhos - já era só por si uma rematada asneira, as declarações do Dr. G.P. só vieram aprofundar o atoleiro em que todos se meteram.
Não há em matérias destas boa fé que prevaleça.
Mas, e mais: esta vereação traz uma marca de origem indelével de que não se conseguiu libertar; E que se acentua e agrava com comportamentos destes.
Não nos podemos esquecer de que foi construída pelo Narciso Miranda com a finalidade de através dela continuar a gerir a câmara e controlar os negócios que dela dependem e à volta dela giram.
Escolheu cuidadosamente todos e cada um dos vereadores, sabendo quem colocava, onde, e com que finalidade.
E eles não só se sujeitaram à escolha como se dispuseram conscientemente a colaborar no plano e favorecer as intenções do “Meste de Aviz”.
Claro que com a falta de carácter – que nuns já era conhecida e noutros apenas se adivinhava – logo que puderam trairam a mão que os fez, e sempre os alimentou. Provavelmente uns querim comer mais, outros voar mais alto e outros parecer gente.
Estas viagens, que não são mais do que uma ligeira afloração do muito que acontece, e há-de ser melhor conhecido, não podem passar sem crítica e discussão política. E sem um forte repúdio da população de Matosinhos.
Há ainda que chamar a atenção para a importância cívica da informação que corre pelos «blogs» e que é fundamental que se reforce e intensifique (ainda que a linguagem possa ser por vezes desbragada e a intromissão na vida privada criticável).
Não fora a informação ter passado ontem pelos «blogs» e o Dr. G. P. não se teria sentido na necessidade de vir explicar-se publicamente, e publicamente reconhecer este acto vergonhoso.




Sem comentários: