4.2.11

ATENÇÃO IDIOTAS PERIFÉRICOS:

O vosso governo continua a defender o Estado Social:


Bancos lucram mais mas pagam menos impostos


Apesar da crise e do aumento do IRC os três maiores bancos privados portugueses subiram os lucros, o ano passado, mas nem por isso vão pagar mais impostos, 


2433




Uma "modesta proposta"

Espero, pelos melhores e mais sensatos motivos, que algum partido aproveite a minha "modest proposal" para a revisão constitucional em curso: que, em vez de votarmos nas nossas "legislativas", passemos a votar nas alemãs, pois é hoje claro que, se quem manda em Portugal são os governos saídos das "legislativas" portuguesas, quem manda nesses governos é a Sra. Merkel ou quem quer que governe a Alemanha.

O que se tem passado desde que a crise financeira assentou arraiais por cá - apesar da política exorcista de Sócrates e do truque infantil de fechar os olhos para que a crise não nos visse - mostra que, de modo a manter a legitimidade democrática das repetidas decisões do Governo tomadas contra os seus compromissos eleitorais, deveríamos votar não para a AR mas para o Bundestag e para o chanceler alemão.
Anuncia-se que hoje, no Conselho Europeu, a Sra. Merkel irá exigir a Sócrates que inscreva na Constituição um limite ao défice ou à dívida pública, disso fazendo depender a flexibilização do FEE que permita a ajuda europeia a Portugal sem recurso ao FMI. E, como era de esperar, logo apareceu na AR gente do PS e do PSD a imaginar "maneiras possíveis" de meter essa exigência a martelo nas propostas de revisão já apresentadas.
Segundo o DN, Sócrates recusa. Resta saber durante quanto tempo. A sua "firme recusa" à anterior exigência da Sra. Merkel de despedimentos fáceis e baratos durou um mês.

3.2.11

é a vida...


Educação

Portáteis negados aos mais pobres

Alunos com Acção Social Escolar sem computadores.

Os alunos mais carenciados, abrangidos pela Acção Social Escolar (ASE), estão a ser impedidos desde o início do ano lectivo de aceder aos computadores do programa e-escola. A maioria espera ainda pelas senhas, mas, mesmo os que já as receberam, não conseguem obter os computadores junto das operadoras de telecomunicações.
Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), estima que o problema afecte centenas de alunos carenciados. "Lamentamos esta situação, cuja explicação é simples: o Estado tem de pôr lá o dinheiro para as operadoras entregarem os computadores", disse ao CM. Questionado se já tinha pedido explicações ao Governo, o dirigente afirmou: "Não quero explicações, quero que anunciem que a partir de amanhã os meninos da ASE podem levantar os portáteis".

nasceu duas vezes?

Sisa referia-se a casa que nunca foi construída

Por José António Cerejo
Os dados de avaliação constantes da caderneta predial da Casa da Coelha referem-se a casa de área inferior à que viria a ser construída

2.2.11

DEOLINDA - Parva que sou




Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "casinha dos pais"
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

Sou da geração "vou queixar-me pra quê?"
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração "eu já não posso mais!"
Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar

2429




Prendas para que vos quero

Tenho andado a matutar nas afirmações do ex-presidente Jorge Sampaio à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa onde foi defender o seu amigo José Penedos, arguido de crimes de corrupção e participação económica em negócio no chamado processo "Face Oculta".

Conta quem lá esteve que Sampaio garantiu ao tribunal que o amigo está acima de qualquer suspeita; o que é uma maneira de dizer, pois Sampaio foi justamente defendê-lo de muitas e graves suspeitas... Mas até aqui tudo bem, é o seu papel como testemunha de defesa e ele cumpriu-o zelosamente, prescindindo até da faculdade de testemunhar por escrito porque "os papéis são silenciosos" (e não falam aos jornalistas à saída dos tribunais).
Mas Sampaio foi mais longe, fez questão de revelar que, na Presidência, recebeu prendas "que não cabiam em três salas". Mais: que "nunca compr[ou] uma caneta ou um relógio" (mostrou até a caneta que trazia, que lhe terá sido oferecida não sabe por quem). E que, apesar disso, "nunca se senti[u] minorado na [sua] honestidade".
Quererá Sampaio dizer que receber prendas é sempre coisa inteiramente inocente? Que ninguém recebe prendas para cobrar favores? Que, pelo facto de ele próprio ter recebido prendas, três salas delas, sem dar nada em troca toda a gente (no caso todos os seus amigos) fazem o mesmo? E, já agora, acha Sampaio que quem o ouve à porta de um tribunal ou lá dentro é estúpido?

2428


Para o PS português, é o momento, também, de fazer uma reflexão aprofundada. Para dar um novo impulso à sua participação na vida política (independentemente do Governo), com mais idealismo socialista e menos apparatchik, mais debate político e menos marketing, mais culto pelos valores éticos e menos boys que só pensam em ganhar dinheiro e promover-se, enfim, mais voltado para o futuro e menos para o passado.





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2427




A última oportunidade de Cavaco

Cavaco Silva, agora reeleito presidente, tem pela frente uma tarefa ciclópica: fazer esquecer a insignificância do seu primeiro mandato. Será que o consegue? O presidente, enquanto árbitro de todo o sistema político constitucional, deve zelar pelo regular funcionamento das instituições. Tem de garantir que os diversos poderes - Executivo, Legislativo e Judicial - cumprem cabalmente as suas funções. O que não vem acontecendo, nem de perto nem de longe, enquanto Cavaco assobia para o lado.

As instituições políticas estão completamente desacreditadas. O Parlamento, sede da democracia, teria por missão legislar e fiscalizar a actividade governativa. Mas a Assembleia da República está instrumentalizada pelo Governo e pelos aparelhos partidários. Sem funções relevantes, os deputados entretêm-se a fazer negócios. Temos assim dezenas de deputados a acumular a função parlamentar com a de administradores, directores ou consultores de empresas que têm negócios privilegiados (e que negócios!) com o Estado português. Será um funcionamento "regular" do Poder Legislativo? O Poder Executivo, por sua vez, envergonha-nos. Sócrates diz-se e contradiz-se, está envolvido em sucessivos escândalos, escolhe para aliados internacionais os maiores ditadores. Não hesita no favorecimento às empresas amigas do regime. Será isto, também, o "regular" funcionamento do Poder Executivo? Por último, estará em situação regular o Poder Judicial, a maior disfunção da nossa democracia? Para que serve esta justiça, incapaz de combater a corrupção, apenas ágil a perseguir os mais fracos?
Cavaco Silva entrou na política pela porta grande, pela mão de Sá Carneiro, em ruptura com o sistema. Mas foi sendo assimilado pelo regime. No seu primeiro mandato aceitou ser o representante máximo dum regime podre. Em contradição com a sua própria história, tem hoje a seu lado Ramalho Eanes, aquele que foi o maior adversário de Sá Carneiro. Sintomático!
Apesar de tudo, o povo decidiu dar-lhe uma segunda e última oportunidade. Se Cavaco Silva souber interpretar a revolta dos cidadãos, se obrigar o sistema a regenerar-se - só assim sairá da política pela porta grande por onde entrou.

1.2.11

promessas falsas













O que têm em comum o portinho de Angeiras e a linha de Leixões além de não passarem de promesas eleitorais ocas e para não cumprir?



2425

do modo de vida socretista


Deixa de apitar o comboio fantasma

PEDRO OLAVO SIMÕES

Cerca de um ano depois de entrarem em funcionamento, os comboio de passageiros fizeram hoje, segunda-feira, as últimas viagens na Linha de Leixões.
Dos tempos modernos nascem peculiares sensações de estranheza: há comboios em circulação, num ambiente urbano, que não estão vandalizados. Nem rasgão no estofo nem assinatura estapafúrdia na parede, as carruagens sem mácula poderiam ter acabado de sair da fábrica. Mas não. Circularam perto de um ano numa linha chamada de Leixões, sem a Leixões chegarem, e serviram pouca gente, pouca gente, porque ninguém corrigiu fraquezas operacionais que saltam à vista de qualquer um.
A despedir-se das composições que o levavam a passear entre S. Mamede de Infesta e Ermesinde, Álvaro Coutinho, aposentado, confirmava os erros que geralmente vêm sendo apontados: "Nunca fizeram o que prometeram, que era uma estação junto ao Hospital de S. João e levar o comboio até Leixões, com uma paragem junto à Efacec. A linha está feita, não compreendo por que não fizeram isso".
Nem ele nem a maioria dos cidadãos. Sem articulação viável com outros meios de transporte (no hospital, o metro estaria à disposição de muita gente que não o tem perto de casa) e ligando destinos improváveis (a linha de passageiros só funcionou entre Ermesinde e Leça do Balio), só para poucos este serviço e o investimento público que implicou fizeram sentido. É o caso, por exemplo, de Cláudia Rego, que sozinha representava 50% dos passageiros distribuídos pelas três carruagens que saíram de Leça do Balio às 16.09 de ontem. Um caso invulgar, pois reside em Barcelos, de onde todos os dias se desloca para S. Mamede, onde cumpre um estágio como técnica administrativa na Escola Secundária Abel Salazar: "Comecei em Setembro e acabo em Agosto. Até agora, ando apenas de comboio, de Barcelos para Ermesinde e de Ermesinde para S. Mamede. Daqui para a frente, tenho de usar autocarros, da STCP, e já comecei a sentir no bolso, pois gasto mais vinte e poucos euros de passe".
Vimo-la num comboio despido de gente, mas nem sempre assim é. "Às 9 horas, vê-se muita gente", assegura, e da experiência de alguns meses fica-lhe a impressão de que o número de utentes "tem vindo a crescer". Terá, mas pouco, e logo volta a questão das ligações com outros meios de transporte: "Não há muita sintonia".
Não haverá, realmente. Certo é que o destino da triste carreira de passageiros, ao fim de tão pouco tempo, indicia grande desafinação. Ou o Estado foi perdulário ou não se foi ao encontro das necessidades da população.

2423


Dinheiro Vivo

As falências de Passos

Pedro Passos Coelho abriu as hostilidades: as empresas públicas que dão prejuízo crónico devem ser fechadas. Disse-o assim mesmo, sem preliminares. Muita gente deu um salto na cadeira. Sobretudo os que estão nas cadeiras dessas empresas.
Por:Pedro S. Guerreiro, director do Jornal de Negócios
A ‘proposta’ de Passos Coelho tem a simplicidade, e a força, de um ‘slogan’ político. E ainda não foi explicada, o que permite criticá-la tal como o Governo já fez: quer fechar o Metro, a CP e a Refer, é isso?
O PSD ainda não respondeu mas já lançou uma discussão que interessa: empresas como essas custam milhões aos contribuintes e acumulam um endividamento colossal, o que fazer-lhes? Na maioria dos casos, encerrá-las é obviamente errado – e nem sequer é opção. Mas se estas empresas tivessem contratos de serviço público, com as transferências do Estado previstas e adequadas, então teriam a obrigação de ter resultado operacional positivo. Não antes, mas depois das transferências dos dinheiros públicos. Só que, hoje, o próprio Estado não lhes paga o correspondente ao serviço público.
Este círculo vicioso criou elefantes de custos. A alternativa é privatizar sem mais, deixando a monstruosa dívida histórica no Estado. Porque essa dívida, ao contrário das empresas, não pode ser fechada. Nem perdoada.

2422




Evangelizemos, o Estado paga

No "site" da Agência Ecclesia, Jorge Cotovio, secretário-geral da Associação Portuguesa de Escolas Católicas, apela à "luta" e à "acção" contra a decisão do Governo de atribuir às escolas privadas com contrato de associação, designadamente às da Igreja, financiamento por turma igual ao que recebem as escolas públicas. Porque, "se achamos que as escolas católicas são um meio privilegiado de evangelização junto da juventude e das suas famílias, não podemos atirar a toalha ao chão".
Reivindicam-se as escolas católicas como "escolas públicas não estatais" que prestam "serviço público" de ensino e que devem, por isso, ser financiadas pelo Estado (e até, pelos vistos, com financiamentos superiores àqueles com que o Estado financia as suas próprias escolas). Afinal, o "serviço público" que tais escolas têm em vista é a "evangelização junto da juventude e das suas famílias".
Temos assim os contribuintes a financiar a evangelização de uma confissão religiosa sob a capa do "ensino público", e apesar de a Constituição determinar que "o ensino público não será confessional" (artº 43º, nº 3).
A financiar, por exemplo, um colégio de Coimbra onde os alunos são, contra a lei, seleccionados conforme o seu, e dos pais, "ideário" e onde é seu dever "desenvolver uma devoção especial a Nossa Senhora" e dever dos professores "participar na oração comunitária da manhã na Capela". Isto numa "escola pública".

o desgoverno que temos


Taguspark dá aumentos salariais superiores a 10%

Revela auditoria financeira encomendada pela nova administração.
A ex-administração do Taguspark, parque tecnológico de maioria de capitais públicos, deu em 2010 aumentos salariais superiores a 10 por cento a vários funcionários. E, segundo a auditoria pedida pela nova equipa de gestão às contas deixadas pelos antigos administradores, um assessor de Rui Pedro Soares, então administrador não-executivo do Taguspark em representação da Portugal Telecom (PT), foi contemplado com uma subida no vencimento de 98%, a mais elevada entre os nove quadros contemplados com actualizações nos ordenados.
A auditoria às contas do mandato da administração anterior do Taguspark revela que Américo Thomati, João Carlos Silva e Vítor Castro, então membros da comissão executiva do parque tecnológico, aprovaram aumentos salariais entre 10% e 98% a um conjunto de nove funcionários. A actualização dos ordenados foi aplicada, segundo fonte próxima da ex-administração, "em função do contributo das pessoas para os resultados do Taguspark".
A maior subida salarial, segundo a auditoria, foi atribuída a Paulo Bernardino: em Dezembro de 2009, este inspector da Polícia Judiciária reformado recebia 2980 euros, valor que subiu para 5893 euros, um acréscimo de 98%, em Dezembro de 2010.
Paulo Bernardino, que participou nas investigações que conduziram ao desmantelamento das FP25 de Abril, era director da segurança do parque tecnológico, função que também exerceu na PT. Terá ingressado no Taguspark a convite de Rui Pedro Soares, então administrador da PT, devido à insegurança que existia à data na área daquele parque tecnológico. Ao que o CM apurou, este especialista em segurança já terá entretanto saído do Taguspark.
Nuno Manalvo, ex-chefe de gabinete de Isaltino Morais, também foi contemplado com um aumento salarial apreciável: em Dezembro de 2009, ganhava 3740 euros; em Dezembro do ano passado, passou a receber de ordenado 5893 euros, um acréscimo de 58%.
Os restantes aumentos salariais oscilam entre 26%, para a assessora jurídica Carla Pimenta, e os 10%, atribuídos à assessora Sandra Ayres.
Ex-vogal na Administração do Porto de Lisboa então liderada por Miguel Frasquilho, Sandra Ayres também terá ingressado no Taguspark a convite de Rui Pedro Soares. Em Dezembro do ano passado, recebia 5863 euros.

31.1.11

2420





Humor negro na AR


É provável que a maioria dos portugueses se tenha já apercebido de que Sócrates e o Governo PS estão inocentes de grande parte das decisões políticas que têm tomado, pois que, como o outro, "apenas cumpriram ordens", na circunstância dos "mercados" ou outra qualquer entidade a quem ninguém pode pedir responsabilidades.
Na verdade, os governos que elegemos são hoje, nas matérias decisivas de economia e finanças (e não só) que importam, meros feitores mais ou menos respeitadores e obrigados de interesses alheios, de direito e de facto, externos e internos. Por isso, promessas que façam aos eleitores em tais matérias (como a de Sócrates ainda há um mês, garantindo que "o Governo manterá 'inalteradas' as normas que enquadram os despedimentos) são necessariamente ou ingénuas ou fraudulentas.
O Governo apenas cumpre, pois, ordens. Mas, já que pouco tem que pensar e decidir, exigir-se-lhe-ia talvez um pouco mais de competência e convicção na parte que lhe toca, a da justificação política das medidas que a mão invisível que governa o país lhe manda que tome.
Dizer, como Sócrates na AR, que incentivar os despedimentos diminuirá o desemprego, pois despedindo facilmente os seus trabalhadores, as empresas abrirão postos de trabalho para... outros trabalhadores, é uma solução tipicamente "marxista" (facção Groucho). Infelizmente, para muitos milhares de portugueses, será uma tragédia e não uma comédia.