Dinheiro Vivo
As falências de Passos
Pedro Passos Coelho abriu as hostilidades: as empresas públicas que dão prejuízo crónico devem ser fechadas. Disse-o assim mesmo, sem preliminares. Muita gente deu um salto na cadeira. Sobretudo os que estão nas cadeiras dessas empresas.
Por:Pedro S. Guerreiro, director do Jornal de Negócios
A ‘proposta’ de Passos Coelho tem a simplicidade, e a força, de um ‘slogan’ político. E ainda não foi explicada, o que permite criticá-la tal como o Governo já fez: quer fechar o Metro, a CP e a Refer, é isso?
O PSD ainda não respondeu mas já lançou uma discussão que interessa: empresas como essas custam milhões aos contribuintes e acumulam um endividamento colossal, o que fazer-lhes? Na maioria dos casos, encerrá-las é obviamente errado – e nem sequer é opção. Mas se estas empresas tivessem contratos de serviço público, com as transferências do Estado previstas e adequadas, então teriam a obrigação de ter resultado operacional positivo. Não antes, mas depois das transferências dos dinheiros públicos. Só que, hoje, o próprio Estado não lhes paga o correspondente ao serviço público.
Este círculo vicioso criou elefantes de custos. A alternativa é privatizar sem mais, deixando a monstruosa dívida histórica no Estado. Porque essa dívida, ao contrário das empresas, não pode ser fechada. Nem perdoada.
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