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O que se afigura muito difícil para um só homem e assenta na concepção de que o PS não existe como corpo deliberativo e organizado. Fora algumas intervenções na Comissão Política ecoadas na imprensa – entre as quais avulta a de Carlos César – foi como se o partido não existisse neste período post-europeias.
Regime de partidos sim, mas estes só como comités eleitorais? Ora quer-me parecer que tanto, ou mais, do que Sócrates – que tem a sua personalidade individual – o PS também deve indagar rapidamente qual a natureza da sua presença na sociedade portuguesa se não quiser ter um triste destino nos tempos mais próximos. Ainda por cima já se percebeu o nada que a sociedade portuguesa tem a esperar de uma eventual vitória da direita nas próximas legislativas.
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GRUPO
Sócrates à conquista dos independentes de direita
José Sócrates reuniu uma série de notáveis para ajudar o PS a pensar e a reflectir, tendo em conta os próximos actos eleitorais. O encontro decorreu em Lisboa, na quinta-feira, e contou com a presença de António Mexia, presidente da EDP, António Carrapatoso, presidente da Vodafone, Henrique Granadeiro, presidente da PT, para além de Júdice e Proença de Carvalho.
no DN
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Alta velocidade eleitoral
Está encontrado o tema central da campanha para as eleições legislativas: a alta velocidade ferroviária, vulgo TGV. Consciente dum sentimento geral de oposição ao projecto, Manuela Ferreira Leite, por táctica ou convicção, parece decidida a opor-se à alta velocidade ferroviária. E ainda bem.
A construção do TGV, que orça em valores da ordem dos 15 mil milhões de euros, irá comprometer orçamentos de estado para três gerações. Estes gastos, feitos num país pobre, não fazem qualquer sentido. Seria como se um cidadão que andasse descalço e roto pretendesse comprar um Rolls Royce. O TGV não apresenta nenhum dos requisitos mínimos a que deve submeter-se uma qualquer obra pública. Não é economicamente viável, o investimento jamais se recupera e a exploração comercial é muito deficitária. Não induz sequer criação de riqueza. Acresce que o TGV retalhará o território, dividindo aldeias e criando barreiras entre localidades. Seria o maior atentado ao território, em particular no norte densamente povoado. Por último, nem sequer é aceitável do ponto de vista da coesão social, pois só uma ínfima minoria irá utilizar este transporte.
E, no entanto, José Sócrates persiste neste disparate. Ao pretender desbaratar os nossos impostos neste elefante branco, o primeiro-ministro surge agora aos olhos da opinião pública como o coveiro da economia portuguesa. Tenta justificar o TGV como projecto estratégico, mas tem do seu lado apenas o apoio do grande capital - da alta finança, que pretende negociar empréstimos sem risco, e das maiores construtoras, que dominam a política portuguesa.
Será pois este o tema das eleições. Que o PSD ganhará, se conseguir convencer o eleitorado de que, no governo, abandona a alta velocidade ferroviária. Tal não será fácil, pois Ferreira Leite tem um problema de credibilidade, já que foi figura central desse governo de Durão Barroso que anunciou baixar os impostos e aumentou o IVA, que garantiu abandonar a construção do aeroporto da Ota e foi o principal responsável pela sua concepção. Tem ainda um terrível calcanhar de Aquiles: alguns dos membros da direcção nacional do PSD estão altamente comprometidos, enquanto advogados, com os interesses ligados ao TGV.
Não será pois fácil a tarefa da presidente do PSD. Até porque sempre é mais fácil acreditar que Sócrates faz o TGV; do que fazer fé na coerência e determinação de Manuela Ferreira Leite, quando promete que o não faz.
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Estado perde três mil milhões em cinco meses
SETE ANOS
Carga fiscal sobe em Portugal
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INVESTIMENTOS
Novo Aeroporto adiado para o pós-eleições
Depois de ter anunciado o adiamento na adjudicação do TGV, o Governo vai anunciar nos próximos dias que tomou a mesma decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, em Alcochete. A decisão de abrir o concurso para a obra será tomada pelo governo que sair das próximas eleições legislativas. A líder da oposição não deverá contestar este investimento
no DN
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PRIMEIRO CHUMBO DO ICN TERÁ SIDO 'FALSO'
Freeport: 'Chumbo estratégico' pode estar sob suspeita
A constituição do ex-presidente do ICN como arguido na investigação do 'outlet' de Alcochete pode estar ligada a suspeitas de que o primeiro chumbo do ICN foi 'falso' para 'valorizar' junto aos ingleses a aprovação suspeita que se seguiu
no DN