9.10.10

Espectativas elevadas

Há várias razões para eu ficar contente com a não aprovação do OE.
1- Livro-me deste..........deste e ponto final
2- A grande hipótese do Sr. Anibal ganhar as eleições, era armar-se em herói por ter conseguido por os dois meliantes de acordo( ainda há muito parolo que iria acreditar)
3- Com duodécimos ninguém sai fora dos carris e portanto o Estado(este) não irá gastar mais,
porque não pode.
4- Quanto mais importância tiver o Sr. Aníbal na cena politica, mais a sua incompetência vem ao
de cima.
5- Se o PSD, ameaçar não aprovar o OE, logo veremos o Paulinho das feiras em bicos de pés a
aprovar tudo o que seja necessário, só para sentar o rabito perto do poder.
6- Sem OE aprovado, os figurões Manuel Alegre e Aníbal Cavaco Silva, ficam numa posição ainda
mais caricata, pois irão dizer as mesmíssimas coisas, arrastando consigo os respectivos
apoiantes(PS,PSD,BE)
7- Os 4 candidatos de direita estavam a contar fazer uma campanha alegre jogando á sueca.
Já andavam incomodados com a concorrência deleal(porque não deve nada a ninguém) de
Francisco Lopes, que lhes irá lembrar passo a passo que não têm discordâncias de fundo.
Agora sem OE aprovado, as coisas agravam-se. Vai ser bem divertido.

O Alegre vai ficar triste, o Cavaco encavacado, o Nobre vai sentir-se plebeu, e o Defensor vai ficar sem defesas nenhumas, nem de moura nem de mouros.
Vamos ter circo e com palhaços de primeira.
Pobretes mas alegretes.
Siga a rusga, enquanto o povo deixar.

Rui Viana Jorge

2287

2286

Sócrates apresenta demissão em Belém a 29 de Outubro.

por Ana Sá Lopes

A queda do governo está iminente. O chumbo do PSD ao Orçamento do Estado levará Sócrates a Belém para pedir ao Presidente que arranje outro primeiro-ministro



8.10.10

Prémio Nobel/Conveniente
Nos últimos dez/quinze anos a América Latina, tem vindo a virar as costas aos EUA.
Venezuela, Equador, Bolívia, Brasil, e claro Cuba tem vindo sucessivamente a avançar com economias não dependentes do vizinho EUA.Para só falar nos mais importantes.
Arranjar alguém deste continente que pudesse receber o prémio Nobel da literatura sendo culturalmente adverso a este movimento, seria ouro sobre azul para o Capitalismo internacional.
Quem melhor que um ex candidato a Presidente, desbocado nos ataques ao seu continente e até ao seu País?
Estava resolvida mais uma pulhice contra a América do Sul que anda saída da casca.
VARGAS LLOSA.
Amigo intimo de José Maria Aznar(ex 1º ministro Espanhol), Francisco Flores(ex presidente de S. Salvador)
Em 1983 nomeado presidente de uma comissão para investigar o assassinato de 8 jornalistas, ilibou os militares que pouco tempo depois foram condenados.
Apoiante recente do sr. Sebastian Piñera(empresário de estrema direita) á presidência do Chile.
Também é cidadão Espanhol.
Que maravilha.....
Também por acaso no dia seguinte é nomeado prémio Nobel da Paz Liu Xiaolo dissidente Chinês.
A REALIDADE ULTRAPASSA A FICÇÃO.
O prémio Nobel estará muito novel, ou será mesmo o que estou a pensar.....
Rui Viana Jorge

2284


Tribunal de Contas arrasa contrato do TGV
O Tribunal de Contas preparava-se para chumbar o contrato de adjudicação do troço do TGV entre o Poceirão e Caia. Os conselheiros descobriram várias irregularidades no processo e tinham já decidido recusar o visto prévio ao contrato - o que só não se concretizou porque o Governo decidiu pedir a devolução do contrato, precisamente no dia em que os conselheiros iam aprovar o acórdão com a sua decisão final

...
Esses pedidos já indiciavam as dúvidas de fundo que os juízes se preparavam para alegar na decisão final. Entre estas, e à semelhança do que aconteceu com os contratos de concessão das novas auto-estradas, o TC deu sinais de considerar que o interesse público não estava salvaguardado por o risco económico-financeiro da operação de concessão recair sobretudo no Estado. Além disso, verificavam-se disparidades entre o contrato e o caderno de encargos do concurso, o que configuraria uma violação do princípio da concorrência.

7.10.10

INTERSINDICAL+ UGT

Quando há um ano o insigne Engenheiro dominical, perante uma enorme manifastação da Intersindical, disse que era tudo manipulação do PCP, espero que na próxima diga a mesma coisa, e até lhe sugiro que vá um pouco mais longe, dizendo que o PCP até manipula a UGT.
O insigne Eng. dominical, já por mais que uma vez demonstrou ser um zérinho em cultura política, isto para que todo o seu curriculun não tenha altos e baixos.
Sou daqueles que há muito digo (e reafirmo) que no ataque político cabe também um ataque ao carácter, quando o discurso ou a obra descamba para perto da obscenidade, como é o caso.
Estou mesmo em crêr que devemos(os Portugueses) pensar que a figurinha do nosso Eng. dominical, denota já desvios que são,estou em crer, aspectos demenciais.
O mais grave de tudo, não é eu como muitos, acharmos que o gajo está chalado.
O mais grave, é a quantidade de parasitas que deambulam á sua volta, trocando o futuro do País por um prato de lentilhas(digamos antes de caviar).
Para completar a desgraça, a alternância mais provável, desenha um desastre igual.
Ás vezes penso no final do século IXX e fico sonhando com bengaladas, duelos, e mais desmandos.

Rui Viana Jorge

Estado Social













5.10.10

2280

2279


O Público de hoje tem duas páginas de forte impacto gráfico:

- a primeira, relativa à República

- a da crónica do repulsivo vital que mudou de imagem; deixou o aspecto de avô cantigas e assumiu abertamente o de empregado do PS.
Na fotografia, claro!




(a imagem não está disponível na edição online)


.

2278

Facturas eleitoralistas



As contas públicas são uma grande mentira. É a conclusão a que temos de chegar quando, em menos de quinze dias, o mesmo Governo que dizia que estava tudo bem, aplica medidas que muitos diziam ser necessárias.
Não fomos exactamente a Grécia em matéria de aldrabice nas contas públicas mas estivemos muito perto de o ser. 

A falta de transparência nas contas do sector público que todos os meses o Ministério das Finanças publica é uma das mais importantes lições do que se passou de Agosto até 29 de Setembro, o dia em que soubemos que faltavam 2.600 milhões de euros nas contas para respeitar o défice de 7,3% do PIB prometido em Bruxelas e acordado com o PSD e mais de cinco mil milhões para se chegar aos 4,6% em 2011. 

O Governo não enganou apenas o PSD e o Parlamento. Enganou-nos a todos fazendo-nos crer que o problema estava controlado e desacreditando todos quantos, à medida que iam saindo os números, se iam mostrando preocupados.

A mentira ou omissão, como lhe queiram chamar, sobre a necessidade de novas e mais duras medidas de austeridade não é inconsequente. Muitos dos portugueses que acreditaram que tudo estava bem, como lhes dizia o Governo, tomaram decisões de gastos com o subsídio de férias. Em vez disso poderiam ter poupado para enfrentarem com menos sacrifícios o difícil ano que se aproxima.

A segunda grande lição do que se passou e que vai merecer com certeza análises académicas é a do custo elevado que o eleitoralismo pode ter. E de como actuações de defesa da manutenção do poder têm uma factura elevada para os portugueses.



Vamos começar por esquecer o que se passou em 2009, o ano das eleições em que se fez tudo o que não se devia ter feito. Não por não ter sido grave mas porque o que se passou a seguir ainda foi pior. Olhemos para o que se passou depois de Maio deste ano. 

Quando José Sócrates disse em Maio que o mundo tinha mudado, tinha razão. Depois do que se passou na Grécia, Angela Merkel obrigou todos os países do euro a abandonarem as políticas expansionistas que tinha também subscrito no Grupo dos 20.

Nessa altura, o Governo apresentou o conhecido PEC 2 e obteve do PSD o acordo para adoptar uma das mais importantes medidas, o aumento do IVA, obrigando o maior partido da oposição a aceitar uma subida de impostos com o famoso pedido de desculpas.
Um papel muito bem feitinho tinha as contas feitas e tudo parecia estar programado até 2011. Mais eis que depois do Verão tudo muda. 

Em duas semanas passámos do "está tudo bem" para o segundo aumento de impostos num ano e um corte de salários. Os submarinos, as receitas não fiscais e os mercados financeiros são os argumentos que ouvimos do governo para o plano de austeridade apresentado. Mas a soma destas parcelas estão muito longe dos perto de oito mil milhões de euros que vão ser arrecadados este ano e no próximo para se respeitar os compromissos assumidos em Bruxelas.



Milhões de euros depois, em juros e descrédito, e após muitas mentiras, erros e omissões desde Maio, José Sócrates diz-nos finalmente que o problema era muitíssimo mais grave do que o detectado em Maio. Ou acreditamos que se enganou nas contas ou temos de admitir que se limitou a fazer a gestão política do problema. 

A solução para o problema financeiro do país foi desenhada por José Sócrates definindo como prioridade a manutenção do PS no Governo. Em segundo plano ficou a minimização dos custos do ajustamento a um mais baixo nível de vida dos portugueses. Resolver o problema em Maio teria tido corroído menos os nossos bolsos, mas dava ao PS e a José Sócrates menos garantias de se manter no Governo.

Temos de reconhecer que toda a estratégia política é brilhante. O PSD vai viabilizar um Orçamento e engolir as ameaças que fez e as condições que colocou. Se a economia internacional evoluir como se espera em finais de 2011, quando estivermos a falar do Orçamento de 2012, poderá já haver dinheiro para o habitual bodo aos pobres em caso de eleições.

As medidas eram necessárias mas poderiam ter sido menos duras se adoptadas mais cedo. A factura de governar para eleições quem a paga somos nós. 

2277




Sacrifícios para "todos"

O"i" fez as contas e concluiu que o esforço de mil milhões de euros - sem contar com as reduções de benefícios fiscais - exigido pelo aumento de impostos anunciado por Sócrates será equitativamente dividido: os consumidores suportarão 93% e os bancos... 7%.

Só que os bancos acham 7% muito. Faria de Oliveira, presidente da CGD, já avisou que "é evidente" que os bancos repercutirão nos clientes os custos da nova taxa sobre o sector financeiro (se esta alguma vez vier, claro, a consumar-se). E, como seria de esperar, lá sairão os 7% igualmente do bolso dos consumidores.
O comentário a mais ingénuo, ou mais bem humorado, ao "aviso" de Faria de Oliveira foi decerto o do presidente da SEFIN que apelou à banca (cuja ganância e falta de escrúpulos está, como se sabe, na origem da crise) para que se preocupe com o interesse nacional, não se furtando a ajudar o Estado que, antes, nela enterrou em ajudas milhões dos contribuintes (no caso português, os 4,5 mil milhões metidos no BPP e BPN chegariam agora para, sem aumento de impostos, baixar o défice de 7,3% para 4,6%).
Ora a ajuda dos bancos ao Estado funciona assim: financiam-se no BCE, que está impedido de emprestar directamente aos Estados, a taxas de 1% e, depois, emprestam esse mesmo dinheiro ao Estado (só até Julho foram 12,9 mil milhões de euros) a 3% e 6%. Com amigos destes a ajudar, para que precisa o interesse nacional de inimigos?

4.10.10

2276





O rigor, a honestidade, a lisura, a decência, a probidade, a isenção, a credibilidade, a seriedade intelectual e política do eng. de domingo e sus muchachos




Governo justifica nova ponte com previsões de PIB de 3,5%/ano

Previsões estão em causa, mas Governo não esclarece se vai fazer novos estudos para TGV


O Governo sempre defendeu a rentabilidade económica da futura ponte entre Chelas e o Barreiro, integrada no projecto do TGV, com base nos estudos de um consultor externo da RAVE, empresa pública para a alta velocidade.
O crescimento esperado para a economia é uma das premissas fundamentais para chegar à conclusão da viabilidade da ponte. O consultor elaborou duas projecções, uma de convergência lenta e outra de convergência rápida da economia portuguesa com o PIB.
No cenário pessimista, a economia portuguesa deveria crescer 1,8%/ano entre 2009 e 2013. E esse crescimento subiria, nos 22 anos seguintes, 
3,2% cada ano. 

No cenário optimista, de convergência rápida, ficou previsto um crescimento médio anual de 1,9% até 2013 e de 3,5% a partir daí até 2035.
As projecções, afinal, parecem ambas muito optimistas. A verdade é que o PIB real desceu nos últimos dois anos. Em 2009 caiu mesmo 2,52%.
Na última década, só no ano 2000, a economia portuguesa teve um crescimento semelhante ao previsto pela RAVE. O crescimento do PIB esteve sempre abaixo de dois ou mesmo de 1 por cento
Face a isto, a TVI, perguntou na semana passada, ao ministro das Obras Públicas
«Parecem-lhe estes cenários ainda previsíveis?»; «considera necessária a sua actualização?». Mas, o ministro não respondeu. 


2275


notícias do estado social do eng.



Quem ganha menos vai fazer mais descontos

LUCÍLIA TIAGO
A conjugação do corte salarial (entre 3,5% e 10%) com a contribuição adicional para a CGA vai baixar o valor do desconto dos salários mais elevados e ter o efeito exactamente inverso entre quem ganha 1500 a 2 mil euros. O IRS também perde receita.

2274


De pé, ó vítimas da fome

O deputado do PS Ricardo Gonçalves quer que a cantina da AR abra "à hora de jantar" para acudir aos deputados, que "são de longe os mais atingidos na carteira" pelas medidas de austeridade, já "quase não [tendo] dinheiro para comer".

Ao CM, Ricardo Gonçalves queixou-se de que, além de uns miseráveis 3700 euros de vencimento, apenas recebe mais "60 euros de ajudas de custos por dia" para "viagens, alojamento e comer fora".
Compreende-se o seu desalento. O deputado Gonçalves deixou uma próspera carreira de professor para, respondendo ao chamamento cívico, passar a deputar na AR, e agora tem que se governar com 3700 euros por mês mais 60 euros por dia para "viagens, alojamento e comer fora".
Não surpreende que Teixeira dos Santos ande a "dormir mal" e que Sócrates tenha, como confessou na AR, "apertos de coração".
Deputados esfomeados é coisa horrível de ver (dir-se-á que Ricardo Gonçalves não representa a deputação, mas o facto de Maria José Nogueira Pinto lhe haver em tempos chamado "palhaço" confere-lhe desde logo ampla representatividade).
Justifica-se que, no próximo PEC, o Governo poupe um pouco mais no subsídio de desemprego e no Rendimento Social de Inserção. Ou nas pensões, cujo valor médio já anda pelos 397,17 euros, o que faz dos pensionistas "de longe os menos atingidos na carteira".
Com essa redução da despesa poder-se-á servir uma ceia de Natal condigna na cantina da AR.


2273

SÓCRATES VS. REALIDADE

Os cinco erros do primeiro-ministro na entrevista à TVI

por Bruno Faria Lopes

1 - “Isso é partir do princípio de que teria sido melhor para o país tomar as medidas em Maio. Eu não estou convencido disso.”
Não. Atraso nas medidas agravou subida do juros.
A especulação sobre a dívida portuguesa foi alimentada pela situação da Irlanda e pelos sinais errados que as contas públicas de Portugal foram emitindo. Bancos (Credit Lyonnais, por exemplo) e agências internacionais notaram o atraso português na consolidação orçamental. Espanha tomou medidas e teve recessão e mais desemprego, argumenta o primeiro-ministro. Portugal toma-as agora com maior esforço no PIB do que em Espanha e com recessão e subida do desemprego à vista. Entretanto, a imagem externa do país e a factura dos juros (paga pelos contribuintes) agravaram-se.

2 - “Quando as condições de mercado melhorarem nós poderemos renegociar essas colocações de dívida.”
Não. Portugal não pode renegociar emissões já feitas.
José Sócrates defende que a factura dos juros da dívida emitida este ano poderá ser renegociada. Não é assim. “Demonstra uma profunda ignorância sobre o financiamento público”, aponta Cantiga Esteves, professor de Finanças no ISEG. As emissões foram feitas e dispersadas em mercado secundário a um juro fixo que não pode ser alterado. O governo poderia recomprar essas obrigações se os juros caíssem, mas pagaria mais por elas (porque quando os juros caem, o preço das obrigações sobe). Não há dúvida: a factura a pagar será mesmo mais alta.

3 - “Os contribuintes não vão pagar nada porque estes fundos [de pensões da PT] foram provisionados”
Não. É impossível dar hoje essa garantia aos portugueses.
Em primeiro lugar, os “cálculos actuariais” de que Sócrates falou são muito falíveis, como “têm demonstrado várias teses de mestrado em Finanças”, diz João Duque, professor de Finanças no ISEG. As taxas de mortalidade usadas estão sempre a mudar (com o aumento da longevidade) – esta é uma realidade dinâmica e o provisionamento feito pela PT pode não chegar. Segundo: o Estado vai gastar já o dinheiro que recebe da PT e terá mais tarde de taxar os portugueses para pagar as pensões. É um empréstimo que a PT (que propôs o negócio ao Estado) faz: a que taxa de juro? Não se sabe.

4 - “O facto de a nossa economia estar agora mais robusta dá mais garantias de que apesar destas medidas continuará a crescer”
Sócrates invoca o crescimento de 1,4% até Junho para defender a capacidade da economia de aguentar a austeridade orçamental. Está sozinho nessa análise. Economistas portugueses (da esquerda à direita) e estrangeiros (FMI, “Economist”, Barclays, etc.) apontam para uma recessão em 2011, indicando bloqueios estruturais ao crescimento. E depois de 2011? Jorge Coelho, do PS, explica ao i: “Isto não é problema que se resolva em dois ou três anos. Só se o défice baixar e a economia internacional animar é que podemos pensar em levantar voo. Mesmo assim, será um voo muito baixinho.”

5 - “Quando um governo diz que congela as pensões quer dizer que todos os pensionistas receberão em 2010 o que recebiam em 2009”
O chefe de governo fala da decisão de congelar as pensões, mas deixa de fora uma medida do seu governo: “Convergência da tributação dos rendimentos da categoria H [pensões de reforma] com regime de tributação da categoria A [trabalho]”. Por outras palavras: num ano de congelamento da prestação, o governo vai agravar a tributação de IRS sobre as pensões de reforma, aproximando-a do nível taxado aos rendimentos do trabalho. Na prática, haverá por isso uma redução real no valor das reformas, acrescido do desgaste provocado pela inflação.

3.10.10

2272

2270


Apoios: Curso do ex-ministro nos EUA patrocinado por eléctrica portuguesa

Três milhões da EDP para Pinho

Agradecemos à EDP "o seu generoso apoio ao seminário ‘Leaders in Global Energy’". São estas as palavras com que a Universidade de Columbia agradece o donativo de cerca de três milhões de euros concedido pela companhia eléctrica portuguesa e que inclui o patrocínio ao seminário do ex-ministro da Economia Manuel Pinho, onde aliás José Sócrates esteve presente na semana passada.
Por:Paulo Pinto Mascarenhas
A EDP não divulga o apoio total, mas no relatório de 2009/2010 da SIPA - a Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da Universidade de Columbia -, indica-se que, ainda em Junho de 2010, foi concedido um donativo de cerca de 700 mil euros da companhia portuguesa. O que volta a ser reforçado numa notícia de Julho no site da Universidade na internet. O CM sabe que esta é apenas uma das tranches transferidas ao longo de quatro anos.
Manuel Pinho é apresentado formalmente pela direcção da SIPA como um novo "professor visitante" que foi "ministro da Economia e da Inovação" em Portugal e também antigo "economista no Fundo Monetário Internacional". Ainda a propósito do "generoso" donativo da EDP, declara-se que Manuel Pinho irá participar na criação de "alguns novos programas" na área energética.
Nos agradecimentos à eléctrica portuguesa, acrescenta-se que a "EDP, Energias de Portugal, S.A." mantém interesses em energias convencionais e renováveis "em 11 países de quatro continentes, incluindo os EUA".
Na palestra que proferiu a 23 de Setembro na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e que coincidiu com uma visita do presidente da EDP, António Mexia, à mesma cidade, o primeiro--ministro José Sócrates escolheu como tema principal a política de energia em Portugal, com o título ‘Energy Policy and the Portuguese New Growth Agenda'.
José Sócrates esteve presente no World Leaders Forum, que recebeu o patrocínio e o apoio da SIPA, como também é divulgado no site daquela universidade norte--americana.

2269


Terra prometida

O Governo prometeu que dominava a crise. Prometeu este mundo e o outro nas eleições de 2009. Para as ganhar, Sócrates e Teixeira dos Santos distribuíram dinheiro sem olhar a quem. Em todos os dias dos últimos dois anos, o Governo disse que a crise internacional ia brava, mas que por cá a economia reagia bem. Que já estava a recuperar e que em breve estaríamos a sair do vermelho. Primeiro seria em 2010, depois em 2011; agora, num ano qualquer que há-de vir.
Por:Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto
O Governo recebeu, ao longo dos últimos anos, avisos de toda a gente sobre os desequilíbrios das contas públicas. A uns chamou profetas da desgraça, a outros velhos do Restelo, às oposições, irresponsáveis. Sócrates, verdadeiro homem providencial, prometeu que nos haveria de guiar à Terra Prometida das energias renováveis e das fabulosas tecnologias. Ele e os seus papagaios disseminados por jornais, televisões e internet levar-nos-iam para a modernidade. Hoje, no delírio propagandístico que atravessa este PS irreconhecível, ainda há quem tenha a lata de dizer que a culpa de tudo o que vivemos é do PSD e de Passos Coelho. E há também quem repita esta obscenidade na esfera mediática sem corar. Como se Sócrates não estivesse lá nem nunca tivesse estado. Como se fosse uma espécie de patriota que, coitado, se esfalfa pelo nosso bem. Uma vergonha...