28.10.11

do socretismo como modo de vida


CONSULTORA KPMG

Deputado do PS acusado de uso indevido de nome e imagem

por Lusa


A KPMG acusou hoje o ex-secretário de Estado das Obras Públicas do PS Paulo Campos de ter atribuído à consultora um relatório que não lhe pertence, o que pode indiciar uma "utilização indevida" da sua imagem e nome.
De acordo com uma carta enviada ao presidente da Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas, Luís Campos Ferreira, distribuída aos jornalistas no Parlamento pelo Grupo Parlamentar do PSD, a consultora diz que na audição do deputado socialista, na terça-feira, foi apresentado "um conjunto de gráficos e outros elementos de análise, capeados por uma página típica de relatórios emitidos pela KPMG" mas garantindo que não são da autoria da empresa "nenhum daqueles gráficos ou elementos".
Os deputados desta Comissão Parlamentar foram chamados para uma reunião extraordinária a meio da tarde de hoje para analisar a carta enviada pela consultora, que diz trabalhar desde 2001 com as Estradas de Portugal em matéria de consultoria financeira.
"Consideramos existirem indícios de utilização indevida da imagem e nome da KPMG, bem como de terem sido atribuídas à nossa firma um conjunto de factos e conclusões que não correspondem a nenhum dos relatórios emitidos pela KPMG para a Estradas de Portugal, EP", refere a consultora na missiva.
A KPMG coloca-se ainda à "disposição" do presidente da Comissão para "o que tiver por conveniente".
O antigo secretário de Estado e actual deputado do PS foi ouvido na Comissão de Economia e Obras Públicas na terça-feira, a pedido do PSD e do CDS-PP, para prestar esclarecimentos sobre a renegociação dos contratos com as concessionárias das SCUT.

26.10.11


CÂMARA DE MATOSINHOS

140 mil euros em iluminação de Natal em tempo de crise

por Lusa



A autarquia de Matosinhos vai este ano gastar 140 mil euros em iluminação de Natal porque "em momentos de profunda crise é importante dar uma ideia de normalidade" e lembrar "o espírito da época".
"É muito importante, particularmente em momento de profunda crise e tendência depressiva, criar condições para dar uma ideia de normalidade na vida dos cidadãos, especialmente na altura do Natal que é quando mais se vai sentir", disse hoje o presidente da câmara de Matosinhos durante a reunião desta tarde, admitindo ser "a favor" de a autarquia poder despender uma verba para "apontamentos sobre o espírito da época".
Guilherme Pinto considera que quem este ano cortar com as iluminações de Natal irá dar um sinal de que "acha que o país deve estar completamente deprimido". "Eu acho que é importante a animação que se verifica no Natal, para os comerciantes, população e mesmo cidadãos que vão ter tantas dificuldades", defendeu.
A autarquia irá porém reduzir em 23 por cento a verba destinada a iluminação de Natal, destinando apenas 140 mil euros para essa finalidade.
"A câmara não pode canalizar este dinheiro para o reforço à ajuda das pessoas. Se o pudesse fazer, com certeza", garantiu o autarca quando questionado pela oposição sobre o facto de Matosinhos ser das "câmaras que tem a maior despesa no Natal".
Guilherme Pinto lembrou como a câmara "dá ajuda a 550 famílias com 100 euros para apoio a rendas" não sendo possível "transferir dinheiro diretamente para as pessoas, tirando esta política de arrendamento".
"Quando os cidadãos andarem mais deprimidos, quando olharem para os bolsos vazios, é muito importante olharem para a cidade e perceberem que é Natal", disse.


DN

Investigação

Ganhou 16 milhões em menos de 10 minutos

É ler para crer: em menos de 10 minutos, um deputado da Assembleia Municipal de Matosinhos conseguiu uma mais valia de 16 milhões de euros em negócio de compra e venda de terreno.




A opinião desinteressada


Em tempos, como os nossos, de falta de memória, valem-nos a Net e quantos, na Net - pois a generalidade dos media tradicionais se tornou hoje em instrumento de esquecimento -, não desistem de se lembrar. Sem a Net, no caso a blogosfera, ficariam por desmascarar muitas trapaças de opinião com que alguns dos figurões que peroram nas TVs e jornais vão levando, com o ar mais "técnico" deste mundo, a água ao insaciável moinho das próprias conveniências.
Devo à infatigável memória do blogue http://derterrorist.blogs. sapo.pt o "link" que me fez descobrir o que Ângelo Correia pensava há um ano sobre direitos adquiridos: "A terminologia político-sindical proclama a existência de 'direitos adquiridos' (...)[Ora] numa democracia, 'adquiridos' são os direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha de profissão, organização política (...) Continuarmos a insistir em 'direitos adquiridos' intocáveis é condenar muitos de nós a não os termos num qualquer dia do futuro" (CM, 14/6/10).

Isto era um há um ano. Entretanto, quando direitos adquiridos a salários e pensões são todos os dias espezinhados, discutindo-se agora a suspensão das subvenções vitalícias de ex-políticos que acumulem vencimentos no sector privado, Ângelo Correia já pensa outra coisa: "Os direitos que nós temos são...direitos adquiridos!" (RTP, 24/10/11).

Aqui está um homem em cujas desinteressadas opiniões se pode confiar.

25.10.11

Despesas de funcionamento e subsídios aumentam em 2012


Redução da despesa no próximo ano resulta de cortes nos gastos com pessoal, nas prestações sociais e no investimento.


As despesas com consumos intermédios e subsídios da Administração Central(ministérios e seus serviços, institutos públicos e Serviço Nacional de Saúde), as duas rubricas mais vezes associadas ao funcionamento do Estado, vão aumentar em 2012. Segundo o Relatório do OE, praticamente toda a poupança nos gastos da Administração Central é feita através de cortes que não tocam na "máquina". A redução da factura salarial é de 15%, as transferências sociais caem 11% e as despesas de capital (que incluem investimento e transferências para autarquias, regiões e empresas) "mingam" em 15%. Já o consumo intermédio sobe 1% e os subsídios à actividade económica "saltam" 15% face ao anterior. 

Fio de Prumo

É uma casa portuguesa

Se houver coragem para combater o proteccionismo à banca e aos construtores, o problema resolve-se
Por:Paulo Morais, Professor Universitário



Ter uma casa condigna era o sonho dourado do nosso imaginário social. Mas muitos anos de políticas erradas transformaram este sonho num pesadelo para milhões de portugueses.
Os que adquiriram habitação com recurso a crédito bancário fácil não imaginariam que ao fim de alguns anos correriam o risco de ficar sem casa e sem dinheiro. Não conseguindo pagar as prestações ao banco, cerca de cento e trinta mil famílias estão hoje nesta situação desesperante, quase como sem--abrigo. A alternativa de que dispõem é a de se transformarem em escravos dos bancos até ao fim dos seus dias.
Por outro lado, os que habitam casas antigas com rendas baixas estão condenados a viver em condições cada vez piores, pois as rendas irrisórias que pagam não permitem aos senhorios (muitas vezes mais miseráveis do que os inquilinos) realizar quaisquer obras de manutenção. As condições da habitação deterioram-se, e com aquelas também se degrada a vida e até a saúde dos seus locatários.
Finalmente, os que vivem em bairros sociais estão abandonados à sua sorte, em prédios sem conservação, pois o seu senhorio, a câmara, só deles se lembra em tempo de eleições. As zonas onde estes se integram são complexas sob o ponto de vista social, a insegurança é uma constante. Este é o resultado da concentração de milhares de famílias socialmente desfavorecidas, em espaços confinados. Os bairros construídos em Lisboa, nos anos oitenta e noventa, no âmbito do programa de erradicação de barracas dos governos de Cavaco Silva, constituem o pior exemplo destas políticas segregacionistas.
Como foi possível chegar a esta situação? Com um acumular de erros sucessivos, que vão das políticas de congelamento de rendas de Salazar aos actuais sistemas de crédito à habitação, subsidiado e fácil; e passando pela distribuição de casas sociais como forma de compra de votos e favores partidários. Em termos de políticas de habitação, teria sido difícil fazer pior! Mas, apesar de tudo, pode haver uma solução. Se houver coragem para combater o proteccionismo aos maiores beneficiários desta miséria, a banca e as construtoras, o problema resolve-se. Com certeza!