Falta de alternativa e cobrança indiferenciada motivam críticas do Grande Porto ao Minho.
O anúncio feito pela Ascendi (ex- -Aenor), do acordo das concessionárias com o Estado sobre as portagens nas SCUT no Grande Porto e Costa de Prata, voltou a reanimar a discordância de autarcas dos concelhos afectados.
Em declarações ao JN, o reeleito presidente da Câmara da Maia, Bragança Fernandes, disse estar "contra a existência de portagens no concelho, uma vez que para a construção da A41 os munícipes já pagam um imposto acessório e, além disso, não existe qualquer alternativa, a não ser a que atravessa a cidade".
Referindo-se à estrada A41, o autarca frisou que se trata "de uma via de distribuição viária que serve todas as freguesias, tal como a VCI no Porto".
Para explicar o seu total desacordo, dá dois exemplos. Num deles, traça o trajecto para chegar ao aeroporto Francisco Sá Carneiro. "Ora, não compreendo, nem aceito que tenha de se pagar portagens para tal".
No segundo, Bragança Fernandes vai mais longe e questiona se "os camiões de recolha de lixo, cujo único acesso à Lipor é pela A41 (não existe outra alternativa), também vão pagar portagens".
O presidente da Câmara da Maia recordou ainda que "em sede da Junta Metropolitana do Porto (JMP) ficou decidido que a colocação de portagens e os pontos a fazê-lo seria definido na JMP. Tal não aconteceu, e quem lançou a notícia quer é desestabilizar".
O também reeleito presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, é menos assertivo no seu discurso, lembrando que mantém a sua opinião, ou seja, admite portagens, "mas para viagens de longo curso e nunca intermunicipais. O que será algo simples de fazer através de um sistema informático".
Quanto à existência de portagens e para quando, disse apenas que "está a ser montado um pórtico numa das extremidades do concelho. Imagino que será para portagens".
"Parece-me que, ou a Aenor está a pôr o carro à frente dos bois, ou tem alguma informação nova: primeiro, porque não está ainda resolvida a questão dos chips nas matrículas e, em segundo lugar, não está cumprido o compromisso do Governo de negociar com todos os autarcas afectados pelas três SCUT", frisou José Rui Ferreira, porta-voz do Movimento de Contestação às Portagens.
No Minho, o vice-presidente em exercício (e edil eleito) da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa, considera que "não existem alternativas" à A28, um argumento repetido pelo porta-voz do movimento cívico Alto Minho Contra Novas Portagens, José Carlos Barbosa.
JN