14.8.09

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no CORREIO DA MANHÃ



Matosinhos: Agentes da Polícia Municipal revoltados

Acusam Câmara de dívida

Os agentes da Polícia Municipal (PM) de Matosinhos queixam-se de não receber o pagamento das horas extraordinárias há seis meses. A dívida chega, em alguns casos, a cerca de mil euros e está a gerar revolta no efectivo policial. Contactado pelo CM, o comandante da Protecção Civil, Salgado Rosa, desmente a acusação e diz que apenas os subsídios de fim de Março e Maio estão em débito, mas ressalva que o é "a pedido dos próprios agentes, devido aos descontos mensais que fazem".

A versão dos polícias municipais é bem diferente. "Desde Fevereiro que não nos pagam. A justificação que nos deram foi a de que com a mudança de lei, que entrou em vigor em Janeiro de 2009, é necessário lançar os mapas do pessoal, no início do ano, e que isso não foi feito", disse um agente da PM.

As fontes ouvidas pelo CM afirmam que o conflito entre os agentes e a hierarquia se agravou na passada segunda-feira, quando numa reunião com o coordenador-principal da PM, António Gil Vaz, o problema foi colocado.

"A resposta fez-se em tom de ameaça. Disse-nos que se levantássemos muitas ondas, ficaríamos sem subsídio de turno, o que representa 25 por cento do vencimento. Para os agentes mais novos, que ganham muito mal, é uma forma de pressão muito grande", revelou a fonte. "Sentimo-nos descriminados", acrescentou.

O comandante Salgado Rosa responde com surpresa. "Não temos problema em pagar, como nunca tivemos. Estou muito surpreendido com essas acusações porque foi a pedido deles que não pagámos ao ser alertados para a sobrecarga fiscal", salientou. Ao que apurámos há já agentes que estão a negar fazer horas extraordinárias, o que está a gerar complicações a quem faz o escalonamento do pessoal.

PORMENORES

46 ELEMENTOS

O efectivo da PM de Matosinhos é de 46 elementos.

FERIADOS

Os agentes queixam-se ainda de discriminação pelo facto de o trabalho em dia de feriado não ser pago a 200% e de não terem direito a um dia de folga.

SERVIÇOS IMPORTANTES

Salgado Rosa diz que não há recusas a fazer horas extraordinárias. "Eles até pedem, porque é uma forma subir os ordenados baixos."

COMANDANTE

Salgado Rosa, enquanto ex- comandante da PM do Porto, foi testemunha no julgamento do autarca Nuno Cardoso.

João Carlos Malta

Gosto, sobretudo, da explicação do comandante Salgado Rosa: os polícias não querem receber as horas extraordinárias para não pagrem mais impostos.
Trabalhar está bem, receber é que não!
Fica-lhe mal é reconhecer que não colabora na recuperação fiscal do engenheiro de domingo.

Devo dizer que sempre tive muita simpatia por este comandante Salgado Rosa.
É um homem solidário.
Foi o único oficial da PSP que depôs como testemunha abonatória dos acusados - e condenados - elementos do Pelotão de Segurança.

E, claro, isto suscita uma outra questão:
Terá razão o comedor quando diz que a Câmara de Matosinhos tem um rol enorme de dívidas?
Será que também deve aos seus próprios polícias? Horas de trabalho?

1 comentário:

Anónimo disse...

por acaso tem piada...
como tudo no departamento da polícia...
inventam-se serviços extraordinários porque os agentes pedem?????????????
só pode estar a brincar!
nem um cartão de identificação actualizado os agentes têm...
não pagam horas extra... não pagam feriados...fardamento ilegal...instalações precárias...ordens verbais ridículas...os agentes passam meses especados na marginal sem poderem dar um passo...
Isto é o verdadeiro serviço público!
Matosinhenses eleitores, p.f. acordem e vão votar!!!