17.5.11




Jogar às eleições

Para mim, a popularidade das sondagens continua a ser um mistério maior, que nenhuma ficha, por mais técnica que seja, consegue elucidar.

É certo que as sondagens não prometem exactidão. É uma atitude sensata, já que até a física só à condição é que promete que a água ferva a 100 graus centígrados. No entanto as fichas técnicas reclamam "margens de erro" reduzidíssimas, o que, sendo compreensível do ponto de vista da credibilidade comercial do produto (pois as sondagens são um negócio), suscita mais interrogações que respostas.
A mais recente sondagem da Intercampus para o "Público" e a TVI sobre as intenções de voto (só esta expressão, "intenções de voto", é um mundo) nas próximas eleições põe o PSD com 0,7% de vantagem sobre o PS. Há três dias, em outra sondagem da mesma empresa, era o PS que tinha 2,9% de vantagem sobre o PSD e, quatro dias antes, tinha o PSD 1,1% de vantagem.
Todos estes resultados foram obtidos ouvindo pouco mais de mil pessoas "com telefone fixo" (em tempos em que o telefone fixo é quase uma raridade arqueológica). E nenhum deles poderá ser confirmado nem desmentido.
Não os conhecendo bem, não ponho em dúvida os métodos estatísticos que, a partir de uma tal amostragem, permitem anunciar resultados, quaisquer que sejam. Mas pergunto-me se alguém se meteria a comprar um carro em segunda mão (e quem diz um carro em segunda mão diz uma estratégia política) confiando neles.

1 comentário:

Um Reformado à rasca disse...

Emm relacção a sondagens estou de acordo com o seu ponto de vista.Mais digo em termos de setatistica cada potuguês bebe 5 litros de
vinho.Pregunto? Qem bebe o meu se eu nem bebo.As impresas de sondagens tem uma missão satisfazer o cliente é esse o rigor. Não ás eleições anticipadas é uma fraude!
Um Lavrense Atento