Défice - Empresas do ministério da Saúde com passivo crescente
Saúde com ‘buraco’ de 139 milhões
Três agrupamentos complementares de empresas (ACE) criados pelos Serviços de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) tiveram, em 2010, um passivo de 53 milhões de euros, a que se soma o passivo de 86 milhões de euros dos próprios SUCH, totalizando um ‘buraco’ financeiro de 139 milhões de euros.
Por:Cristina Serra/Sónia Trigueirão
A grave situação financeira dos três ACE – ‘Somos Compras’, ‘Somos Contas’ e ‘Somos Pessoas’ – levou o Ministério da Saúde, tutelado por Ana Jorge, a criar, em Março de 2010, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), que absorveu os activos e passivos das empresas. Segundo apurou o CM, a falta de homologação das contas dos ACE pelo Ministério das Finanças fez derrapar ainda mais as contas destas empresas.
Essa derrapagem financeira levou os SUCH a pressionar os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde para acelerar o processo de transição das empresas. A necessidade de aceleração do processo de transição deve-se ao facto de os SUCH não terem capacidade económica para absorver o passivo de 53 milhões de euros dos agrupamento de empresas, porque têm um passivo superior – 86 milhões de euros. O CM sabe que recentemente houve negociações entre os responsáveis pelos SPMS e os ministérios das Finanças e da Saúde, para tentar solucionar o problema. Os SPMS ainda não têm estrutura orgânica definida.
O presidente dos SUCH, Nelson Baltazar, afirmou ao CM que "os agrupamentos foram aglutinados pelos Serviços Partilhados [do Ministério da Saúde]", sendo que a criação dos agrupamentos é anterior à sua gestão. O responsável não quis comentar a situação financeira das empresas.
Os agrupamentos iniciaram a actividade em 2008 e foram criados após o Ministério da Saúde ter convidado, em 2007, o SUCH a alargar as áreas de actividade.
Não foi possível obter, em tempo útil, um esclarecimento do Ministério da Saúde.
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