Um passeio pela História
Nos distantes anos 60, o partido comunista Italiano dirigido pelo senhor Berlinguer, alcunhado pelo “culo di ferro”,por aguentar horas a fio de pé, conluiou-se com o Partido comunista francês do sr. George Marchais, e o ainda clandestino partido comunista Espanhol do sr. Carrilho, criando aquilo a que resolveram chamar de eurocomunismo.
Tudo isto para justificar o desentendimento com a internacional Comunista.
Julgavam estes senhores que o referido desalinhamento lhes iria dar maiores oportunidades e maior protagonismo nos referidos países.
Pois bem; visitei Itália nessa década, logo no ano em que o PCI tinha acabado de vencer as eleições, como partido mais votado com 33 virgula qualquer coisa por cento.
Aliás a minha viagem teve mesmo o propósito de festejar e passear num país onde os comunistas (mesmo que com grandes diferenças do que pensava), iriam para o governo.
Iriam mas não foram.
O espaço entre ter ganho as eleições, e a formação do governo, apanhou-me já em viagem de automóvel.
Escassos dias permitiram transformar uma vitória em derrota, já que a Itália passou a ser governada pelo chamado pentapartido (5 partidos).
Um dos principais actores desta mudança, chamava-se Bettino Craxi, secretário geral do PS Italiano que tinha obtido uns comedidos 10%, e assim ia parar ao governo.
Vem a talhe de foice (sem martelo), que anos mais tarde teve este cavalheiro teve que fugir para a Tunisia para não dar com os costados na cadeia por muitos anos; nessa altura o sr. Mário Soares foi visitá-lo por serem muito amigos, conforme disse o próprio à imprensa portuguesa.
Pois bem; nessa minha viagem frustrada, constatei que tal entendimento foi possível porque o PSI argumentou com firmeza ser o PCI um partido stalinista. Está tudo dito.
Na próxima vez falarei do que se passou por em França em Maio de 68 e a posição do PSF onde tambem me desloquei.
Meus amigos, Sócrates, não está desalinhado; direi mesmo que estudou bem a lição que os PS(s) vão dando por esse mundo fora.
ruivianajorge@kanguru.pt
2 comentários:
O eurocomunismo deu no que se sabe...
Os PSs do Sul da Europa (e outros) foram usados, como também é sabido, para destruir a Internacional Socialista, que nos anos 60 e 70 propugnava uma social-democracia que poderia ter sido um projecto interessante.
O PCP dessa época e aquilo que propunha para Portugal não me agradava e não me interessava.
Não obsta a que hoje seja um partido com espaço político em Portugal e tenha um papel que é importante nos «balanços e contrabalanços» da política nacional, como partido de contra-poder.
O PCP é um Partido com proposta e projecto, o que não acontece com todos os que andam no terreno político já que há quem ande na pesca à linha e ao sabor dos ventos conforme o lado de onde soprem. Ainda este Sábado houve a Assembleia Regional do Porto onde foi discutida não só a situação interna mas, também, o que se passa no Distrito e as propostas para combaterem a crise cada vez mais intensa que se vive.
Mas que interessa isso, mesmo que o pântano seja cada vez maior.
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