CTT vão pagar 3,4 milhões de renda
por EVA CABRAL
Comunistas querem saber as razões para um arrendamento de edifício à Mota-Engil na Expo.
O PCP exige explicações sobre o negócio imobiliário entre os CTT e a Mota-Engil segundo o qual os Correios vão pagar uma renda de 3, 4 milhões de euros por um edifício no Parque das Nações que aquela construtora está a ultimar.
Bruno Dias, deputado do PCP, referiu ao DN que "não descortina qualquer razão para o negócio imobiliário entre os CTT e a Mota- -Engil" tendo enviado ao Ministério das Obras Públicas uma pergunta em que pede "explicações sobre a decisão da administração dos CTT, uma empresa de capitais exclusivamente públicos".
O deputado frisa que a Administração dos CTT acaba de anunciar que todos os Serviços Centrais a funcionarem nos diversos edifícios da empresa em Lisboa serão transferidos para o Edifício Báltico, no Parque das Nações, previsivelmente já até ao final do ano 2010.
Segundo refere, "esta mudança tem suscitado fortes preocupações entre os trabalhadores e seus representantes, já que ainda estão em vigor contratos de arrendamento celebrados com o fundo de pensões do Santander Totta, assinados em 2004 para os edifícios na Praça D. Luís (por um prazo de dez anos), na Conde Redondo (por 15 anos) e nos Restauradores (por dez anos)".
O deputado frisa mesmo que a "imprensa especializada do sector imobiliário tem dado um grande destaque ao negócio entre os CTT e a Mota-Engil". Referem que se trata "do maior negócio realizado neste período, comercializado em regime de co-exclusividade pela Abacus Savills e pela Cushman & Wakefield, e influenciou em muito os próprios indicadores do mercado".
Bruno Dias refere que essas notícias revelam que a conclusão do edifício de escritórios da Mota-Engil está prevista para Setembro deste ano, e "os valores noticiados apontavam para preços entre 17 e 19,5 euros por m2 e por mês , a que acresce o valor de 2,15 euros por m2 por mês de condomínio, para uma área de 14 704 m2".
O deputado adianta que "estes valores parecem significar que a empresa pública terá de pagar pelo arrendamento destas instalações quase 3,4 milhões de euros por ano, a que acrescerá presumivelmente a taxa de IVA. Ou seja, frisa Bruno Dias, "se sob o Governo PSD os CTT começaram a alienar edifícios arrendando novamente os mesmos edifícios, em contratos de dez a 15 anos, entretanto transferem os serviços para o edifício da Mota-Engil". Um negócio que em seu entender implicará a tomada de posição por parte da tutela o Ministério das Obras Públicas.
O deputado comunista tem dedicado atenção à situação dos CTT, tendo entregado um "pacote" de questões sobre várias situações que ocorrem na empresa.
Bruno Dias quer assim igualmente esclarecimentos sobre a política salarial que está a ser seguida pela empresa.
Em questão desta feita colocada ao Ministério das Finanças, denuncia o facto de a Administração dos CTT ter recentemente reiterado "a sua posição no sentido de não aceitar qualquer possibilidade de actualização salarial aos trabalhadores".
Apesar disso, o PCP tomou conhecimento de que directores de 1.ª linha dos CTT foram aumentados acima dos 3% e directores de 2.ª linha foram aumentados entre 2% e 3%. Ou seja, as chefias dos CTT estão a "escapar" ao congelamento salarial decretado pela tutela face à política de austeridade.
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