15.12.09

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Dia a dia

A hora H do regime

O que se pode esperar de uma economia deprimida, de um País asfixiado pelo desemprego e pela dívida externa, de um sistema político desacreditado, de uma justiça atada de pés e mãos? Não apenas uma crise política como a que se adivinha em matéria de governabilidade, mas um terramoto nos fundamentos do regime. Desta vez, o que está em causa não é só a estabilidade governativa.

Não é apenas a questão de saber se só a maioria absoluta nos salva do caos. A questão de fundo está em saber se estes protagonistas (Governo e Oposição) nos levam a algum lado. Se têm um projecto sério e credível para o País que evite uma explosão social a curto prazo. Se têm soluções que afastem o espectro da bancarrota grega e tragam algum futuro aos mais jovens que não morra na fasquia salarial dos 500 euros. Se ainda há uma verdadeira separação de poderes e o princípio da igualdade dos cidadãos perante a lei é respeitado.
Se os empresários sérios podem pensar em investir sem temer vetos de gaveta e sem serem obrigados a beijar a mão de alguém. Se esta irrespirável atmosfera que vivemos não for removida pouco adiantarão as soluções de circunstância ditadas pela necessidade do protagonista A ou B. Esta é a hora H do regime, e resta saber se serão os actuais líderes os homens da mudança. É que, olhando para a paisagem, não parece...



Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto

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