Exclusivo JN: Paulo Campos foi o autor do convite a Joana Amaral DiasNELSON MORAIS Foi Paulo Campos, o actual secretário de Estado das Obras Públicas, quem tentou convencer Joana Amaral Dias, do Bloco de Esquerda, a integrar a lista de candidatos do PS às próximas legislativas. Amigo de Joana Amaral Dias há vários anos, Paulo Campos foi convidado pelo presidente da Federação Distrital de Coimbra do PS, Vítor Baptista, a ocupar o terceiro lugar na lista socialista deste distrito. Mas decidiu recusar esse convite e telefonou a Joana Amaral Dias para saber se ela estaria interessada no lugar. A bloquista Joana Amaral Dias, que se havia aproximado do PS quando aceitou ser mandatária da Juventude da última candidatura presidencial de Mário Soares, acabou por declinar o convite de Paulo Campos e, na sexta-feira passada, comunicou essa decisão ao dirigente máximo do Bloco de Esquerda, Franscisco Louçã. Joana Amaral Dias também terá dito a Louçã que, além do segundo lugar na lista de Coimbra, ter-lhe-ia sido oferecido um cargo de dirigente no Instituto da Droga e da Toxicodependência. Segundo a mesma fonte do Bloco, Joana Amaral Dias nunca referiu a Louçã quem lhe tinha oferecido os lugares de deputada e no IDT. No sábado passado, Louçã trouxe a história a público de forma muito cáustica. Acusou de tráfico de influências José Sócrates, secretário-geral do PS e primeiro-ministro, por ter sido oferecido um lugar de Estado à militante bloquista, em troca de apoio para o combate das legislativas. “Isso mostra-nos o desespero em que está o PS”, comentou Louçã. Ainda segundo Louçã, o caso “mostra-nos uma forma de política menor, de vergonha, que é uma política que oferece lugares de Estado, que trafica influências e oferece lugares a troco de algum apoio. Isto é uma vergonha, é a forma de governar em maioria absoluta, é pensar que o Estado é de um partido, mas não é. A democracia não permite traficâncias”, defendeu o dirigente bloquista. O porta-voz do PS, João Tiago Silveira, reagiu ainda no sábado, afirmando que as declarações proferidas por Francisco Louçã eram “falsas”. No domingo, foi a vez de o próprio José Sócrates desmentir qualquer convite a Joana Amaral Dias. “Desminto categoricamente que tenha convidado Joana Amaral Dias ou que tenha pedido a alguém para a convidar”, afirmou. Sócrates esclareceu que, no PS, existem apenas três pessoas que poderiam ter dirigido um convite a Joana Amaral Dias - ele próprio, o presidente da Federação do PS de Coimbra e o ministro do Trabalho, Vieira da Silva -, mas garantiu que nenhuma delas o tinha feito. “O que lamento é que um líder político utilize uma falsidade para atacar outro, ainda por cima, insinuando que andamos a traficar influências”, criticou, dirigindo-se a Francisco Louçã, e acrescentou: “Utilizar mentiras e usar inverdades para atacar um líder político é uma coisa que não se deve fazer”. no JN |
29.7.09
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1 comentário:
Paulo Campos desmente convite a Joana Amaral Dias
20h08m
Nelson Morais
O secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, desmentiu, esta tarde, que tenha dirigido um convite à bloquista Joana Amaral Dias para fazer parte da lista de candidatos do PS por Coimbra.
“Nunca convidei a Dra. Joana Amaral Dias para deputada, nem tinha mandato para tal”, reagiu Paulo Campos à notícia adiantada pelo JN esta tarde, que identifica o secretário de Estado como o autor do convite alegadamente feito a Joana Amaral Dias, militante do Bloco de Esquerda natural de Coimbra.
O secretário de Estado, também natural de Coimbra, admitiu manter “contactos pessoais” com Joana Amaral Dias, mas escusou-se a revelar se os utilizou para falar na possibilidade de uma candidatura da bloquista pela lista do PS. No entanto, garantiu nunca lhe poderia ter dirigido qualquer convite, até pelo facto de não estar mandatado para o efeito pela Federação de Coimbra do PS ou pela direcção Nacional do partido.
Paulo Campos também desmentiu que tenha proposto a Joana Amaral Dias qualquer lugar no Instituto da Droga e da Toxicodependência, como alega que aconteceu o dirigente bloquista Franscisco Louçã, ou que tenha conversado sobre o assunto com o secretário-geral do PS, José Sócrates.
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