Casa nova da SIC custa dois milhões à Câmara de Matosinhos
Custo da empreitada subiu 750 mil euros face ao previsto
CARLA SOFIA LUZ E INÊS SCHRECK
A Câmara de Matosinhos vai gastar dois milhões de euros na renovação do antigo matadouro municipal para acolher o grupo Impresa, detentor da SIC. Nem ao fim de 15 anos, período do contrato, conseguirá abater o investimento realizado no edifício.
O acordo entre a Autarquia e o grupo de Pinto Balsemão, proprietário da SIC, Expresso e Visão, entre outros, foi celebrado em Julho do ano passado. A Câmara comprometeu-se a reabilitar e adaptar o edifício do antigo matadouro municipal, na Rua de Afonso Cordeiro (em Matosinhos-Sul), e a arrendá-lo por oito mil euros mensais, durante um período de 15 anos, renovável.
Na data do acordo previa-se que a obra de requalificação do matadouro custasse 1,2 milhões de euros. Mas o valor base da empreitada, cujo concurso público sofreu uma rectificação recentemente, já subiu para 1,95 milhões de euros. Ou seja, ficará, no mínimo, por mais 750 mil euros do que o inicialmente anunciado.
O que significa que, no final do contrato, o Município ainda não abateu o investimento feito. Ao fim de 15 anos, quando as partes poderão ou não renovar o acordo, as rendas pagas pelo grupo Impresa vão totalizar 1,44 milhões de euros. Menos 510 mil euros do que o valor investido na recuperação do edifício.
Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, lembra que está em causa a recuperação de património municipal e que esse investimento teria de ser feito, com ou sem o grupo Impresa.
“O objectivo foi encontrar um parceiro para que esta obra não fique apenas a expensas da Câmara”, acrescentou, referindo-se às mensalidades que serão pagas pelo grupo de Comunicação Social.
Por outro lado, continuou o autarca, “o negócio interessa porque tem um efeito multiplicador do ponto de vista económico”. Ou seja, o facto da Impresa instalar-se em Matosinhos, por si só, atrai outras empresas.
De acordo com o presidente da Câmara, o antigo matadouro municipal não servirá apenas a Impresa. Funcionará como uma espécie de Media Park, sendo que a SIC e as publicações do grupo de Pinto Balsemão vão ocupar apenas 40% do edifício.
“Temos um acordo firmado com outras empresas para a ocupação de mais 30% do espaço. Para os restantes 30% temos tido dificuldade em escolher porque há muitos interessados”, revelou Guilherme Pinto.
As empresas que já acordaram com o Município ocupar um espaço no antigo matadouro são, sobretudo, indústrias criativas e empresas ligadas à inovação e às novas tecnologias, revelou o presidente da Câmara, sem querer precisar quais.
O edifício é constituído por parte do antigo matadouro e pelas antigas oficinas da Câmara. A Impresa ocupará uma área coberta de cerca de 2200 metros quadrados e 600 metros quadrados de área descoberta, incluindo acessos e estacionamento.
A conclusão da obra chegou a ser anunciada para Junho de 2010, mas “dificuldades da Câmara para dar resposta a tantas obras em curso” atrasaram os procedimentos. A abertura do concurso público para a requalificação do espaço só foi aprovada em reunião do Executivo, em Julho passado.
A empreitada, agora com um preço base de 1,95 milhões, tem um prazo de execução de cinco meses.
2 comentários:
Para uma uma Câmara que está numa situação financeira dificil o mote é continuar a desbaratar dinheiro. Dá-se um terreno ao Belmiro, perdoa-se o IMI à JP SáCouto e agora dá-se de mão beijada um edifício à SIC em troca de mensalidades simbólicas. Ainda por cima sem transparência e com empresas escolhidas a dedo entre amigos.
Disgusting...
è a presidência dos Pintos das Osgas e companhia. Qualquer dia a câmara não têm dinheiro para pagar aos funcionários. Mais um emprestimo pedido aos bancos.
Vamos continuar a votar P.S. e vamos longe.
Enviar um comentário