4.9.10

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Haja vergonha

A 31.08.2009 o então ministro da Justiça procedia ao lançamento da primeira pedra do Campus da Justiça do Porto. Com pompa e circunstância adequadas, para rentabilizar a cerimónia, a um mês das eleições legislativas
Por:António Martins, Presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses
Passado um ano, nenhuma pedra, tijolo, areia ou cimento foi acrescentado àquela. Até porque, antes de acrescentar qualquer destes materiais à obra, prevista para começar em 2010 e terminar em 2012, a empresa construtora quer um aumento das rendas que indicou e com que venceu o concurso.
O negócio, que envolvia a transferência da propriedade do terreno, do Estado para a construtora, no fim do contrato, já era pouco claro e nada equilibrado. O habitual. Também já sabíamos dos trabalhos a mais nas empreitadas de obras públicas com o preço final destas a disparar, às vezes em mais de 100%.
Porém, esta atitude de nem sequer começar a obra e já estar a pedir a revisão dos preços e a atitude de lançar uma obra sem sequer o contrato estar negociado e assinado, como agora se sabe, só não raia o absurdo porque estamos em Portugal, onde a vergonha já se perdeu e os poderes públicos e políticos não acautelam devidamente o património do Estado, que é de todos nós, mas está a saque.

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