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Um patrão de vanguarda
Contrariando a injusta ideia feita de que temos um patronato retrógrado e avesso ao progresso e à "revolução tecnológica", o patrão "prà-frentex" de uma fábrica de calçado de Arouca resolveu, numa de "o futuro é já hoje", meter pés a caminho do radioso futuro neo-liberal que nos espera e, antecipando a anunciada liberalização constitucional dos despedimentos de Passos Coelho, despediu por "razões atendíveis" (fechar a fábrica - nem que seja, como já terá feito há quatro anos, para abrir outra - é certamente uma "razão atendível") todos os trabalhadores, não cara a cara como um patrão antiquado faria, mas "simplexamente" por SMS. Mais "emoticon" menos "emoticon" (talvez um " :-- ( " choroso), a carta de despedimento deve ter sido algo do género: "Fabrika fexou tás despdido/a". É fácil de imaginar que só quando as novas tecnologias facultarem o envio de cheques visados por telemóvel é que o patrão novo-tecnológico de Arouca pagará aos trabalhadores o que lhes deve, que, segundo a Lusa, é "metade do subsídio de Natal de 2009, o subsídio de férias de 2010, o salário de Julho e também o de Agosto".
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