5.8.10

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"Unamo-nos, meu doutor"

No fulgurante (primeiro sondagens acima, logo a seguir sondagens abaixo) PSD de Passos Coelho, a regra é agir duas vezes antes de pensar. Daí que o barulhento projecto de revisão constitucional do PSD tenha sido forçado a voltar à 'estaca zero', tantos eram, conforme reconhece no DN fonte do próprio grupo de trabalho, os seus "disparates do ponto de vista técnico e político". Ainda (até quando?) na 'estaca um' está a ideia de redução dos salários "em 10 a 15%" se o PSD vier a ser Governo, explicitada no "i" pelo génio empresarial ungido por Passos Coelho para coordenar o Livro Branco das Empresas do PSD e lhe dar umas "ideias para o Programa de Governo". Também Miguel Frasquilho, vice-presidente da bancada parlamentar do mesmo PSD, acaba de anunciar do alto do "Jornal de Negócios" a boa nova da multiplicação da competitividade pela diminuição dos salários. Como no epigrama do boticário e do médico, de Bocage ("Unamo-nos, meu doutor/ e demos cabo do Mundo!"), dir-se-ia que, no Tratado de Tordesilhas neoliberal do Bloco Central, ao PS cabe tirar aos desempregados e ao PSD tirar a quem trabalha.

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