11.1.10

1656





Filhos de um deus menor

Chamam-lhe casamento. Mas não é. É a prova legislada de que Portugal é um país onde práticas discriminatórias se tornam lei. O que a Esquerda parlamentar aprovou é o absurdo. De facto e de jure diz aos homossexuais que podem fazer tudo como "os outros". Menos cuidar de crianças. Porque aí o partido de Sócrates "ainda" tem reservas. Pelo menos nesta legislatura. E por isso as cautelas com o bem-estar das crianças foram vertidas em forma de diploma. Porque o Partido Socialista tem reservas quanto aos homossexuais como educadores de infância. Porque "os superiores interesses das crianças" têm de ser salvaguardados. Logo, não estão salvaguardados com estes casamentos. Se tivesse confiança nos homossexuais para cuidar de crianças, Sócrates não fazia uma lei a dizer que não tinha.

E foi o que fez. E por força dessa lei de Sócrates, os homossexuais ficarão obrigados a usar nesta República centenária uma braçadeira branca com um triângulo cor-de-rosa a clamar pederastia. E ainda outra. No outro braço. A advertir que por isso, logo por causa disso, a República não lhes confiará crianças. Porque a república de Sócrates não confia que pais homossexuais possam cuidar devidamente de crianças.
A lei de Sócrates coloca braçadeiras nos homossexuais que caiam no logro de se incriminarem. Depois, esteriliza-os. Impedindo-os de constituir família pelo único meio que podem. Porque se o mundo dos afectos é complexo, o da biologia é impiedoso. Por isso, o partido de Sócrates vai ter de legislar mais para manifestar as suas "reservas" sobre a procriação medicamente assistida em casais homossexuais. Senão a sua "lei" ainda é mais absurda. Ou então vai ter de legislar e dizer que se enganou. Que é o que vai acontecer. E que afinal os homossexuais podem ser bons pais e boas mães. Mas só para a próxima legislatura. Quando o seu aparelho estiver a esgravatar outra vez votos. E então o slogan será: trouxemos aos homossexuais a felicidade do casamento. E agora vamos trazer-vos a da paternidade. Ou da maternidade. Porque, dirá o slogan, os homossexuais portugueses, afinal, são gente de bem que passaram a prova de idoneidade que Sócrates lhes impôs. Venceram o período probatório e podem tirar as braçadeiras.
Deu muito trabalho a trazer isto para Portugal, dirá Sócrates em campanha. Mas o trabalho liberta. Mais uma legislatura e deixam de ser assimilados a cônjuges. Passam a ser de jure cônjuges. Até lá, a República não pode entregar as suas crianças aos cuidados de homossexuais.
O estranho é que a Esquerda (quase) toda se deixou levar por (mais) esta manifestação do insuportável tacticismo a que consegue chegar o aparelho partidário que Sócrates capturou.
O país devia ter-se pronunciado sobre tudo isto. Sobre o que fizeram aos homossexuais e ao casamento. De facto, vai ter de se pronunciar. Isto foi longe de mais.

Sem comentários: