19.8.11




Um terramoto de grau 0


A proposta de lei de Estatuto do Pessoal Dirigente da função pública deve ter estragado as merecidas férias de muitos "jotas": futuros directores-gerais, secretários-gerais, inspectores-gerais e presidentes de institutos ou organismos do Estado terão de ter uma licenciatura há, pelo menos, 12 anos, e subdirectores-gerais, subsecretários-gerais & etc. há, pelo menos, 8 (a proposta não especifica se licenciaturas pela Independente valem).

A dúvida, como uma nuvem negra, cobriu de repente o Sol da Praia da Luz à Quarteira: "Então Passos Coelho e Portas fazem-nos uma coisa destas depois de termos calcorreado o país atrás deles?". Imagine-se o justificado desespero do líder da JSD madeirense que assim teria, durante mais 12 anos, que continuar a urinar em carros da Polícia e não no exaltante urinol de um Ministério.

"Boys" e "girls" democratas cristãos e social-democratas devem, porém, compreender que também há gente de meia-idade com cartão partidário. Além disso, como dizia um meu antigo administrador de condomínio, a situação é alarmante mas não é preocupante. Ainda sobram muitos lugares de assessor e chefe de gabinete (e, no Ministério da Economia, até de super-assessores e super-chefes de gabinete). E, não, o Governo não os esqueceu: os ministros (há que confiar neles) poderão sempre rejeitar os candidatos aprovados por concurso e escolhidos pela Comissão de Recrutamento e indicar os "seus".

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