10.5.11

Filarmónica Fraude
Fernando  Sobral - fsobral@negocios.pt



As oposições não ganham eleições. Os governos perdem-nas. No caso português, a Troika ganha sem necessitar de concorrer.
O clube de amigos de José Sócrates, que transformou o PS e o Estado no clube do Bolinha, fez tudo para as perder. Fez da realidade uma ficção. Conseguiu o milagre impossível: transformou o microondas doFMI e da UE num solário. Portugal chegou a um momento crucial. Vamos julgar seis anos de governação que não foi feita em nome do bem comum, mas apenas no interesse de alguns acantonados no poder. Vamos decidir quem vai aplicar as medidas do FMI. E definir a estratégia para o futuro de Portugal. Mas, olhando para o folclore a que temos assistido nas últimas semanas, parece que estamos a decidir apenas quem será o maestro da Filarmónica Fraude. Os principais partidos portugueses estão amarrados às condições de quem empresta dinheiro. Normalmente, os seres humanos libertam-se de grilhetas. Têm mais dificuldade em fugir sem pagar as dívidas. É por isso que não surpreende que Sócrates se comporte como o célebre coiote dos desenhos animados que corria para todo o lado. Só quando olhava para baixo é que deixava de desafiar as leis da gravidade e caía no chão. Sócrates recusa-se a olhar para a realidade. Porque sabe que, sem o longo braço do poder estatal, o seu valor é zero. Cairá quando os votantes deixarem de acreditar nas promessas que faz e desfaz como um ilusionista que não pensa no futuro. O Governo andou estes anos a tentar perder as eleições. Veremos se a oposição aproveita a oportunidade que lhe foi dada por quem se comporta como o coiote dos desenhos animados.

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