15.4.11




Vícios privados culpas públicas

O à-vontade com que o ainda ministro das Finanças continua, na situação de emergência financeira em que o país se encontra, a dispor do dinheiro dos contribuintes e dos sacrifícios dos portugueses mais vulneráveis não tem, pelos vistos, limites. Agora diz que o Estado está "disponível" para entrar no capital dos bancos.

Isto depois de o mesmo Estado ter enterrado milhões no BPP e BPN e se ter endividado a juros usurários em benefício dos bancos, que intermediaram a dívida pública com dinheiro obtido no BCE a 1% e emprestado ao Estado a 7,8 e 9%. E que, quando a coisa deu para o torto, exigiram ao Governo a entrada do FMI, cuja "ajuda" inclui uma fatia específica para a Banca (se calhar para o negócio das privatizações a pataco que aí vem).
Disse-o o director-geral do FMI: "O problema de Portugal não é tanto a dívida pública como o financiamento dos bancos e a dívida privada".
De facto, a dívida pública portuguesa (previsão para 2011) corresponde a 97,3% do PIB e é inferior à de países como a Irlanda (107%), Grécia (150,2%), Bélgica (100,5%) ou Itália (120,2%). Mesmo as da França e Alemanha andam, respectivamente, pelos 86,8% e 75,9%.
Já a dívida privada, de que pouco se fala e cujas principais fatias são da Banca e do imobiliário, é de 220% do PIB! É essa dívida que a Comissão Administrativa de FMI, BCE e CE vem agora cobrar a pobres, pensionistas e desempregados. A bem da Nação, como sempre.

1 comentário:

Livre Pensador disse...

Os chulos da humanidade fazem sempre estas habilidades: Pode haver banqueiros com principios e valores... mas é difícil encontrar tais Senhores...
Onde está o grande ecónomista Dr. Cavaco Silva. Tenho uma reforma de 500€, que diz a isto sr. Presidente? 41 anos de desconto e 55 idade, aposentado por motivos de saúde...

Um lavrense atento