12.4.11

Estrada para nenhures


Dinheiro Vivo

Estrada para nenhures

Ouve-se José Sócrates a falar no Congresso do PS deste fim-de-semana e fica-se basbaque: deve ser outro país aquele de que fala. Depois vê-se a unanimidade apoteótica dos socialistas em torno de Sócrates e fica-se preocupado: as fileiras não estão cerradas, estão é encerradas – encerradas à realidade.
Por:Pedro S. Guerreira, Director do Jornal de Negócios
O fogo-de-artifício serve de manobra de diversão: enquanto se olha para o ar, não se vê o chão. Mas o chão fugiu--nos de debaixo dos pés.
O País foi intervencionado. Pediu ajuda. Entrou em bancarrota. O País falhou, ficou sem dinheiro, sem crédito, sem credibilidade. A realidade é esta, é triste, é mesmo vergonhosa. Esse falhanço é colectivo mas não fomos nós ‘todos' que falhámos. Primeiro porque não fomos todos irresponsáveis, depois porque temos chefes, que elegemos e que não são inimputáveis. O Governo pode invocar a crise internacional como atenuante mas não é aceitável que dois dias depois de ver o País ajoelhar-se em súplica aos credores se feche num discurso de triunfo.
Hoje aterra em Lisboa a equipa do FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. Devíamos ter vergonha por tê--los chamado. Tenhamos ao menos esperança de que sejam eles a ajudar os portugueses. Porque os que cá estão não parecem talhados para isso.

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