25.11.10

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Igualdade assasinada

"Aldrabice", "manobra" e "vergonha" foram as palavras usadas ontem pelo PCP, BE e CDS para qualificar o negócio que o PS e o PSD fizeram sobre uma lei que abre excepções nos cortes salariais na Função Pública. E têm razão!
Por:Eduardo Dâmaso,
A história é simples: tudo o que é empresa pública (TAP, Caixa Geral de Depósitos, Refer, REN, por aí adiante) passa a ter a possibilidade legal de escapar aos cortes salariais. Aquilo que a que o ministro Jorge Lacão chama uma mera "adaptação" a regimes contratuais diferenciados é um verdadeiro assassinato do pouco que já restava de uma ideia de igualdade entre cidadãos. Esta é, aliás, uma história exemplar do pântano gerado pelo Bloco Central dos Interesses.
Nesse mundo imenso do sector empresarial do Estado, feito de fundações, institutos e empresas, mandam os ‘boys’ dos dois partidos. São eles que criam as contrapartidas em concursos e concessões para os financiadores dos dois partidos. Ou seja, têm um poder de pressão (e de chantagem) não subestimável. Assim sendo, que interessam 600 mil funcionários públicos? Que interessa a ideia de que os cortes "são para sempre" se para esta gente nem são para hoje!? Como é possível ainda alguém acreditar nestes políticos que têm do País e dos portugueses uma visão maniqueísta de filhos e enteados?

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