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Os banqueiros anarquistas
É certo que quando Joe Berardo clama que o Governo deve "nacionalizar tudo e começar tudo de novo" estará provavelmente a pensar na "nacionalização" das suas próprias dívidas, pondo os contribuintes a pagá-las (como já fazem com a guarda e manutenção da sua colecção de arte no CCB); e que quando Belmiro de Azevedo declara que "quando o povo tem fome, tem direito a roubar" não está exactamente a prometer que irá retirar as câmaras de vigilância dos supermercados Continente. O rabo de fora da solução de Berardo para a crise, juntamente com uma ideia sobre a que crise se refere, está na frase: "Portugal está completamente endividado, ao nível do Governo (...) e dos privados"; já a crise de Belmiro é outra (e a mesma), a do aumento dos impostos. Para Berardo, "estamos a brincar com o lume"; para Belmiro, é o Governo quem "está a brincar com o fogo". Dir-se-ia que têm ambos uma caixa de fósforos na mão. Não têm. É fogo de vista. Dê-se-lhes o que querem e logo, por milagre, desaparecerão o "problema dramático" da economia portuguesa (Berardo) e o risco de "consequências sociais graves" (Belmiro).
1 comentário:
Ele apenas cometeu uma imprecisão...
Não é nacionalizar, é confiscar!
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