A hipótese marciana
O empresário Pedro Queirós Pereira, da SEMAPA, tirou da cartola a solução extraterrestre para a crise. Constatando, com pouca originalidade, que a responsabilidade da situação que o país vive passa por sermos governados por gente sem qualidade, propôs que, em vez de se reduzirem os salários dos políticos, eles sejam aumentados "três, quatro ou cinco vezes mais", de modo a podermos ser "mais bem governados", governados pelos "melhores".
Vê-se que Pedro Queirós Pereira é homem viajado, mas deve ter passado anos de mais em Marte, planeta onde, de facto, os partidos escolhem deputados e "boys" pelo seu mérito pessoal e profissional (e moral), e não por amiguismo ou por serviços prestados e a prestar.
Alguém que o convide a descer à Terra e vir a Portugal visitar a AR, empresas públicas, hospitais, autarquias, gabinetes ministeriais. Depressa perceberá que, fossem os políticos aumentados "três, quatro ou cinco vezes mais", as direcções partidárias lhes exigiriam "três, quatro ou cinco vezes mais" acriticismo e obediência e eles teriam "três, quatro ou cinco vezes mais" razões para andarem na linha.
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