2.5.10

2052


Os velhos malandros

Em tempos de crise é sempre assim: alguns economistas ou outros especialistas próximos dos governos tendem a assimilar a argumentação destes para explicar as dificuldades e perdem a racionalidade a que os bons profissionais estão obrigados.

Por isso, nesta crise, esses economistas ou outros especialistas estão tão agarrados ao álibi dos ataques especulativos. E a medidas do Governo que não atacam despesa excessiva e irracional do Estado e uma economia que destrói empregos em vez de os criar. Medidas do Governo que atiram para os desempregados o estigma da crise em vez de tocarem nos verdadeiros problemas. E quais são esses verdadeiros problemas? Derrapagem sistemática e criminosa de obras públicas assente numa lógica de puro tráfico de influências. Gastos sem critério em tudo o que tem a ver com o aparato do poder (basta olhar para a indústria das falsas inaugurações...). Manipulação política de empresas que deveriam funcionar pela mais pura lógica do mercado e sem abuso de posição dominante. Corrupção galopante e não atacada nem judicial nem preventivamente. Pior do que ter uma economia que não cresce hoje é pressentir que isso não vai acontecer na próxima década. Que vamos vegetar e não viver. Mas, pronto, os malandros são mesmo os desempregados...



Eduardo Dâmaso, Director-Adjunto

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