Não há almoços grátis
A palavra "pressões" entrou em grande no vocabulário mediático. Tudo por via de uma cândida e judicial (e crê-se que judiciosa) conversa de magistrados ao almoço sobre um processo em investigação que, para um dos convivas, terá sido de troca de impressões e, para os outros, de compra e venda de supressões. Infelizmente não fui convidado, e não posso dirimir a digestão da con(tro)versa.
Impressiona-me, no entanto, não ter lido em parte alguma sobre o menu da refeição nem sobre quem pagou a conta, e espero que o inquérito do Conselho Superior do Ministério Público não deixe essa matéria por esclarecer. Porque uma coisa é o almoço ter sido pago pelo alegado - "alegado", em jornalês, é assim a modos como o escudo invisível do dentífrico, que protege o esmalte deontológico e o mantém brilhante e lavado; outras vezes é o diáfano e queirosiano manto de dúvida que cobre a nudez crua da verdade - pressionador, outra coisa é que as despesas da conversa tenham sido por conta dos pressionados. Ou que o menu tenha sido secretos de porco preto ou, como tudo parece indicar, pescadinha de rabo na boca.
1 comentário:
Manuel António Pina, sempre, no seu Melhor..
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