Ausência de Narciso polémica
Um grupo de militantes da Concelhia de Matosinhos do PS reuniu-se, quinta-feira, para contestar a composição da lista para a comissão nacional. O porta-voz, Alexandre Lopes, considera inqualificáveis algumas ausências, nomeadamente a de Narciso Miranda.
Eduardo Coelho
As ausências de Narciso Miranda, Manuel dos Santos, Mário Almeida, Fernando Gomes e Francisco Assis da nova Comissão Nacional (CN) do Partido Socialista estiveram na origem da reunião de um grupo de militantes do PS de Matosinhos, que se realizou, na quinta-feira, na sede da secção da Senhora da Hora.Alexandre Lopes, presidente da autarquia local e candidato opositor a Manuel Seabra nas últimas eleições para a concelhia, explicou que aquela reunião foi feita em nome daqueles que votaram na sua lista, ou seja 20 por cento dos votos expressos.Em comunicado distribuído aos órgãos de comunicação social, o dirigente socialista mostrou-se desagradado com a composição da nova CN eleita no congresso do passado fim-de-semana em Santarém.“É inqualificável a ausência de Narciso Miranda. Desta forma esquecem-se do seu capital histórico, político e eleitoral. Uma vez mais se demonstra que o PS do Porto e de Matosinhos não têm memória”, refere o comunicado distribuído aos jornalistas.
Desprezo
Além do antigo presidente da câmara municipal, Alexandre Lopes lembrou ainda o “desprezo” a que foi votado Manuel dos Santos, vice-presidente do Parlamento Europeu e militante do PS senhorense. O também presidente da Junta de Freguesia da Senhora da Hora considerou ainda uma vergonha o facto de Guilherme Pinto ter sido relegado para terceiro plano. “É um erro político cuja leitura é inquestionável: todos quiseram fragilizar o actual presidente da câmara municipal”.Face a este cenário, o grupo de militantes levanta a questão: “É esta a pacificação que se apregoava? Porquê que, mais uma vez, e à semelhança do congresso distrital, a concelhia não reuniu com os seus militantes”.
Demissão
O comunicado vai ainda mais longe ao recordar o facto do actual presidente da distrital do Porto ter apresentado a sua candidatura num gabinete em Lisboa ou “dum presidente de concelhia que não participou na campanha em Matosinhos, nem no dia de festejar a vitória”.A concluir o documento, Alexandre Lopes lançou um apelo para que os membros do executivo de Guilherme Pinto que compõem a Comissão Política Concelhia do PS se demitam. O dirigente socialista referia-se aos vereadores Nuno Oliveira e Joana Felício, bem como as administradoras municipais Olga Maia e Helena Vaz. “Se não o fizerem estarão a compactuar com estes actos e assumirem-se também como responsáveis”, refere o mesmo documento.Contactados pelo JANEIRO, os presidentes da distrital do Porto e da concelhia de Matosinhos, Renato Sampaio e Manuel Seabra, respectivamente, preferiram não se pronunciar sobre o teor do comunicado do grupo liderado por Alexandre Lopes. A mesma reacção teve o presidente da câmara municipal, Guilherme Pinto.Já Narciso Miranda, em declarações ao JANEIRO, reconheceu que a sua exclusão da Comissão Nacional se deveu a uma acção concertada entre a concelhia, liderada pelo seu ex-número dois, Manuel Seabra, e a distrital, presidida por Renato Sampaio. Narciso Miranda afirmou, entretanto, que esta situação está a criar uma instabilidade nos socialistas do distrito. “Quiseram assassinar-me do ponto de vista político, apesar do meu passado. Sou socialista por convicção”, concluiu o ex-autarca.
Jantar de apoio
Na próxima sexta-feira, uma unidade hoteleira da cidade do Porto acolhe um jantar de apoio a Narciso Miranda e outros conhecidos militantes da estrutura distrital do PS, excluídos da mesma forma da lista apresentada durante o congresso do PS.
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