23.11.06

Matosinhos Hoje

Diz Narciso: “tentaram assassinar-me politicamente mas não conseguiram”

Jantar de solidariedade e repúdio na próxima sexta-feira

Foi para o ar a 36ª edição do programa “Olhos nos Olhos”. Numa semana quente do congresso do Partido Socialista e no qual a figura de Narciso Miranda andou na boca daqueles que não aceitaram o “esquecimento” do seu nome para fazer parte das listas para a Comissão Nacional, onde entrou toda a gente que, segundo se diz, tenha estado nas graças do dirigente nacional Marques Perestrelo. E José Sócrates, tudo o indica, terá assinado de cruz, de tanto preocupado estava em fazer o discurso para o espelho. Isto é o pensamento de quem está por fora.Na Rádio Club de Matosinhos não esteve, como de costume, por ausência de Matosinhos, João Lourival para o enunciar das perguntas a Narciso Miranda, sendo substituído por José Carlos Oliveira. Está claro que o interesse do programa estava no “abrir dos olhos” para o rescaldo do congresso. E isso foi feito, tal como a audiência do programa esperava. Mas antes disso ainda se falou doutras coisas.
A vassourada – A não inclusão do nome de Narciso nas listas segundo este não foi uma atitude do PS, mas uma atitude de “gente pequena, insegura, sem nível”. Narciso diz que foi demonstrada grande fragilidade humana de quem tomou a atitude e um gesto do mais repugnante sectarismo. “Já me quiseram assassinar politicamente, mas não conseguiram. Tenho sete fôlegos”. Referiu Narciso que é de fugir de quem pensa baixinho, sem grandeza política e humana, rematando que “tive sempre medo das pessoas que não estão preparadas para exercer cargos, porque começam a olhar para as sombras e, alguns, por causa disso, transformam-se em ditadores”.
Narciso aludiu que outros nomes importantes na vida do Partido também foram esquecidos e outros tratados de maneira absurda ao serem ultrapassados por “desconhecidos” na vida do PS.
A forma de esquecer Narciso – Ainda sobre esta situação de tapar o caminho ao ex-presidente da Câmara, este explicou que as coisas se passaram da seguinte forma: o presidente da concelhia de Matosinhos, na linha do que tem vindo a fazer nos últimos dois ou três anos, escolheu-se a ele próprio e a mais dois amigos, entre os quais um deles – o António Parada – que há dois anos, em nota disciplinar assinada por nomes como Almeida Santos, Vera Jardim, Jorge Lacão e outros, foi apontado para um processo de expulsão do partido, o qual estranhamente foi protelado e acabaria por vir a permitir que o visado fosse eleito presidente da Junta de Freguesia, dirigente local, distrital e nacional. E tudo isto com o beneplácito dos coordenadores da Concelhia e da Distrital. E Parada ficaria à frente do presidente da Câmara de Matosinhos e de nomes de relevo do Partido. O que é isto?! Por isso dou os parabéns ao Parada e a quem o ajudou na promoção. Tudo funcionou e funciona na base da mentira. Diz ainda Narciso que certamente neste grupo de escolhidos que Renato Sampaio diz “serem os melhores do Porto” estarão os nomes dos próximos candidatos à presidência das Câmaras do distrito. Vamos aguardar.
É mau de mais – Narciso não tem dúvidas em afirmar que tudo isto é mau de mais e faz um aviso: eu quero continuar a apoiar a Câmara de Matosinhos, o seu presidente e a sua equipa porque foi gente, na sua maioria que trabalhou comigo e tem a minha confiança, mas é muito feio dizer que eu tenho o Guilherme Pinto como meu ponta de lança. Dou-lhe o meu apoio, sem dúvida, mas de amigo, de militante de base e de autarca de grande experiência.
O jantar de repúdio – Está marcado para a próxima sexta-feira, pelas 20 horas, no Hotel Tuela, na cidade do Porto, um jantar de solidariedade para com Narciso Miranda e de repúdio pelo ataque que lhe foi feito com o não incluír do seu nome nas listas para a Comissão Nacional, jantar que é organizado por um imenso grupo de militantes. Narciso mostra-se satisfeito com a atitude e está admirado por lhe ter sido dito que a lotação já estará esgotada. Tem pena porque é sinal que o partido cada vez se divide mais e começa a ser uma doença. E num gesto de manifesto descontentamento não tem dúvidas em afirmar que em Matosinhos, na concelhia, aí sim, se usam métodos stalinistas, retirando fotografias minhas e pintando os dentes a outras. É pena que haja alguns que são coniventes por omissão. Enalteceu a forma como a Senhora da Hora se tem vindo a impor, tendo a dirigir as actividades partidárias um jovem que tem tido um comportamento adulto como cidadão e político.
A continuidade de Narciso – O ex-presidente da Câmara deixou dito, a terminar, que politicamente vai continuar a trabalhar no espaço socialista, mas intensificando essa actividade das mais diversas formas, sobretudo motivando o debate em volta da cidadania. Daí jamais se afastará. Profissionalmente diz que tem de procurar viver e já tem muito com que se preocupar.

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