A luta contra a corrupção
As guerras orçamentais de alecrim e manjerona entre PS e PSD, os dichotes e remoques, as ameaças, os arrufos, a fotografia do telemóvel, as trocas de acusações sobre o bar aberto a "boys" e "girls" que são hoje certos serviços e empresas públicas (a ANACOM terá gasto 150 mil euros num jantar, 100 mil em "rebranding" e 20 mil em "Moleskines", e a Associação de Turismo dos Açores 196 mil numa festa com "disco party", "welcome drink" e "cocktail dinatoire", o que quer que isso seja), tudo coisas por que os média se pelam, deixaram praticamente na clandestinidade a aprovação pelos mesmos compadres de uma nova lei de financiamento dos partidos.
Nem o desabafo de Seguro ("Não voto leis contra os meus princípios. Serei implacável no combate à corrupção"), nem a notícia de que muitos deputados do PS não tiveram sequer conhecimento prévio das alterações finais introduzidas na lei por Ricardo Rodrigues, o dos gravadores, e ter-se-ão visto obrigados a votá-la "de olhos fechados", foram bastantes para que o cheiro a esturro chegasse ao nariz do jornalismo de recados que hoje maioritariamente por aí se faz.
Uma das novidades da lei é que os partidos poderão agora receber donativos dos candidatos integrados nas suas listas eleitorais. Ou, vista a coisa de uma perspectiva mais feliz, que passará agora a ser possível "vender" lugares, elegíveis ou não, em listas eleitorais a troco de donativos.
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