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Artigo publicado em 25 de Outubro de 2009.


O GANHUÇO

Lembro-me quando era pequeno, juntamente com os meus colegas, irmos á praia apanhar as navalheiras ou
os carneiros (pequenas sapateiras que nos apareciam na baixa mar).

Utilizávamos o chamado Ganhuço, nada mais nada menos do que um saco de rede, suspenso por uma longa vara, usado
na recolha do sargaço.
Era bastante comum, sobretudo nas praias de Leça da Palmeira a recolha do sargaço, a sua secagem e o seu transporte para a zona da Aguçadoura
onde as mesmas eram utilizadas para estrumar a fértil terra agrícola dessa zona.

O Ganhuço, este mais pequeno apanhava tudo, as navalheiras, os ouriços e as pequenas sapateiras na altura chamadas de carneiros, e as algas.

O dia 11 de Outubro passado revelou-se na nossa terra como o dia do Ganhuço, tudo o que vem á rede é peixe.
Depois dos cerrados ataques ao Presidente da Câmara á sua gestão, eis que surge uma aliança tipo Ganhuço que cabe tudo e mais alguma coisa
lá dentro. O povo, esse, assiste pasmado e sereno ao desenrolar da situação…pasmados com este tipo de atitudes, perguntam: 
Mas afinal que PSD é este? Foi este o PSD que eu votei?
Com que direito dois destacados membros que nada têm a ver com as gentes de Matosinhos essa terra de Horizonte e Mar decidem á
margem e revelia de tudo e todos a melhor estratégica que lhes convém.
Pergunta-se com que direito fazem isso? legitimados por quem?
Então muda-se o jogo de um dia para o outro, tudo aquilo que era mau, passa a ser bom? 
Afinal o Google tinha razão, o politico honesto não pode ser encontrado.
Eu não quero de forma nenhuma estar a tirar pedras para o ar, até porque existem telhados de vidro e as mesmas pedras podem cair em cima dos mesmos.
No entanto este tipo de acordos deveria merecer a melhor atenção por parte das CPC que tutelam os nossos partidos.
Matosinhos revela-se assim um laboratório de experiências em que alguém tenta colocar no tubo de ensaio duas poções diferentes e que á priori as reacções
químicas são perfeitamente toleráveis…não haverá o perigo de explosão.

Será que a este tipo de atitude poderemos pedir tolerância?
Não, definitivamente não, sabemos todos que a tolerância se torna com o tempo, num direito adquirido. 
Em Matosinhos á efectivamente lugar para tudo e todos, no entanto o hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos.
Finalizando direi somente: Matosinhos de facto merecia melhor…. 

Saudações Marítimas
José Modesto 

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