Um péssimo negócio
O modelo de financiamento das Scut foi excelente para as construtoras e para os bancos, mas um péssimo negócio para os contribuintes. A culpa foi dos políticos que tiveram pressa em fazer obra rápida ainda por cima sem ter de a pagar logo.
Na prática, foi como dar um cartão de crédito ilimitado a viciados em compras.
Guterres e Cravinho adoptaram o conceito que foi continuado por Jorge Coelho – que trabalha agora numa das construtoras mais beneficiadas por este modelo de engenharia financeira – e pelo seu antigo secretário de Estado Luís Parreirão.
Tal como um vírus, este modelo de project finance, em que se entregou a privados concessões que seriam pagas no futuro com as rendas da utilização, foi usado e abusado, não apenas nas estradas como nos hospitais. São as famosas parcerias público-privadas, em que o lucro é privado e o prejuízo dos contribuintes.
As Scut construídas são necessárias. Era inadmissível cidades como Guarda, Castelo Branco, Viseu, Viana do Castelo ou Chaves não terem auto-estrada. Mas se as obras fossem financiadas com recurso à dívida pública teriam ficado mais baratas.
As portagens apenas mitigam o custo das parcerias público-privadas. A partir de 2013, a conta vai disparar. Se algum político lhe prometer que a austeridade acaba em 2013 não acredite.
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