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2115
Do Vaticano a Belém
O oficioso "Osservatore romano", que o Vaticano costuma usar para atirar pedras escondendo a mão, achou que a morte de Saramago seria boa altura para o apedrejar, tanto mais que, agora, ele já não pode defender-se. O apedrejador de serviço meteu, por isso, mãos à vaticana obra e, mesmo não percebendo por que motivo terá Deus deixado Saramago viver até à "respeitável idade de 87 anos" e andar por aí a exibir uma "crença obstinada" não nos dogmas da Igreja mas nos do materialismo histórico, condenou-o às chamas do Inferno (infelizmente a Igreja já não tem poder para condenar gente como Saramago à fogueira na Terra). Também Cavaco tem queixas de Saramago mas, no seu caso, só protocolares pois, ao contrário do Vaticano, Cavaco não é rancoroso. Saramago não teve, de facto, o cuidado de acertar a data da morte com a agenda da Presidência, o que impediu o presidente de ir ao funeral. Saramago devia saber que Cavaco "gosta de cumprir promessas" e que prometera "à família que no dia 17 partiria com eles para a ilha de S. Miguel". Ora regras de concordância gramatical podem interromper-se, férias não.
1 comentário:
Realmente,ao longo da história todos aqueles que tiveram pontos de vista diferentes da Igreja, foram bem tratados, ainda bem que há Deus, dizem eles!... Mas Saramago, deve estar muito contente com a empresa de marketing que é atualmente o vaticano,que fez um belo trabalho...
Saramago aprendeu com as lições da história,fez uma opção, foi para a fugeira de livre vontade, breve será santo e patrono dos que foram queimados em nome de Deus...
A igreja tem gente que faz coisa boas,mas também pecados e outros...logo que devia ser mais telorante e pedagósica.
Um lavrense atento.
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