21.6.10

2115




Do Vaticano a Belém

O oficioso "Osservatore romano", que o Vaticano costuma usar para atirar pedras escondendo a mão, achou que a morte de Saramago seria boa altura para o apedrejar, tanto mais que, agora, ele já não pode defender-se. O apedrejador de serviço meteu, por isso, mãos à vaticana obra e, mesmo não percebendo por que motivo terá Deus deixado Saramago viver até à "respeitável idade de 87 anos" e andar por aí a exibir uma "crença obstinada" não nos dogmas da Igreja mas nos do materialismo histórico, condenou-o às chamas do Inferno (infelizmente a Igreja já não tem poder para condenar gente como Saramago à fogueira na Terra). Também Cavaco tem queixas de Saramago mas, no seu caso, só protocolares pois, ao contrário do Vaticano, Cavaco não é rancoroso. Saramago não teve, de facto, o cuidado de acertar a data da morte com a agenda da Presidência, o que impediu o presidente de ir ao funeral. Saramago devia saber que Cavaco "gosta de cumprir promessas" e que prometera "à família que no dia 17 partiria com eles para a ilha de S. Miguel". Ora regras de concordância gramatical podem interromper-se, férias não.

1 comentário:

Anónimo disse...

Realmente,ao longo da história todos aqueles que tiveram pontos de vista diferentes da Igreja, foram bem tratados, ainda bem que há Deus, dizem eles!... Mas Saramago, deve estar muito contente com a empresa de marketing que é atualmente o vaticano,que fez um belo trabalho...
Saramago aprendeu com as lições da história,fez uma opção, foi para a fugeira de livre vontade, breve será santo e patrono dos que foram queimados em nome de Deus...
A igreja tem gente que faz coisa boas,mas também pecados e outros...logo que devia ser mais telorante e pedagósica.
Um lavrense atento.