11.2.10

1724





Uma moedinha para o défice

O momento circense do debate do Orçamento foi ontem protagonizado por Paulo Portas, quando tirou da cartola o coelho dos salários dos políticos e, de cartola na mão, sugeriu a Sócrates que desse qualquer coisa compatível com as suas possibilidades (por exemplo, o seu 13º mês e o do presidente, deputados, autarcas, etc.), para o peditório do défice.

Convidado a levar essa proposta ao Parlamento, disse coisa nenhuma, talvez porque o arriscado número tivesse terminado e fosse altura de agradecer os aplausos e os votos do excelentíssimo público ou talvez em virtude da ameaça de Sócrates de que, se o fizesse, poderia contar com o seu apoio (o que implicaria sério risco de a medida vir a ser aprovada). O que Sócrates não disse foi que, não fora o CDS/Partido Populista ter votado mais uns milhões para o poço sem fundo do Carnaval orçamental madeirense, talvez o défice não chegasse ao ponto de precisar de esmolas dos políticos. Crismado em tempos de "partido do táxi", quem se surpreenderá que o CDS seja - nesta questão como o é nas da segurança e imigração - o porta-voz da agenda política dos taxistas?

Sem comentários: