JN:
PSD pode pedir expulsão de Guilherme Aguiar
00h30m
Para o PSD/Matosinhos "não está fora de hipótese" propor a expulsão de Guilherme Aguiar à Comissão Política do partido, que vai a votos no próximo dia 21. Já o recente eleito vereador afirma que "o partido não manda" nele.
Com duas conferências de imprensa marcadas para a mesma hora, em Matosinhos, PSD local e Guilherme Aguiar esgrimiram, ontem, opiniões sobre a recente posição do social-democrata em assumir um acordo com o Executivo liderado pelo socialista Guilherme Pinto.
Clarisse Sousa, presidente do PSD/Matosinhos, acusou Guilherme Aguiar de se "julgar acima do partido", culpabilizando-o de uma "campanha sem união", que resultou "no pior resultado de sempre que o partido teve desde 25 de Abril".
A mesma responsável foi dura nas críticas que fez "à forma como Guilherme Aguiar lidou com as estruturas do PSD" local, descrevendo-a como "um caos". "Os nomes da vereação não foram estudados pelas estruturas do partido, mas surgiram de um capricho seu de querer trazer Gaia em peso para Matosinhos ", lamentou Clarisse Sousa.
Já o autarca reiterou que a "única pessoa que veio de Gaia" foi ele, e que a sua decisão "não é sinal de abuso de poder", tendo dado exemplos de coligações estabelecidas noutros municípios. O candidato sublinhou ainda que as questões que dizem respeito à Câmara "não são da competência do partido".
Da mesma forma, Guilherme Aguiar não se mostrou preocupado com a possível expulsão do PSD. "Esse é um problema que diz respeito ao partido. Tenho alguns conhecimentos dos estatutos mas respeitarei a vontade", afirmou, acrescentando: "O PSD não manda em mim".
Por seu turno, Artur Osório, presidente da mesa do PSD/Matosinhos e líder da bancada social-democrata na Assembleia Municipal, disse ver com "estranheza e desconfiança" o facto de Guilherme Aguiar não ter comunicado ao partido a intenção de se coligar com o PS. "Nunca nos comunicou nada. Por isso não é digno de pertencer ao PSD", reiterou , Artur Osório, que vai pedir uma "posição por parte da distrital".
Já para Clarisse Sousa "não estará fora de hipótese" propor à Comissão Política do PSD a expulsão de Guilherme Aguiar do partido.
Em resposta, Guilherme Aguiar apontou a mudança de atitude da líder da concelhia, "a partir do momento em que não foi convidada a integrar a lista da vereação". Em relação à pasta de vereação que irá assumir, Guilherme Aguiar preferiu não revelar, afirmando que cabe ao presidente da Autarquia essa comunicação. "Mais importante do que os pelouros, é termos encontrado uma convergência de pontos de vista", concluiu.
A guerra entre a Concelhia de Matosinhos do PSD e o candidato pela coligação PSD/CDS à presidência da câmara, Guilherme Aguiar, já tinha começado, mas ontem travou-se uma das mais duras batalhas do conflito. "O PSD não manda em mim. Eu respeito os princípios estatutários do partido, mas o PSD não é meu dono e muito menos a comissão política concelhia", afirmou Guilherme Aguiar numa conferência de imprensa marcada para a mesma hora (12h00) e a escassa distância de outra, protagonizada pelo PSD-Matosinhos e que serviu para criticar Guilherme Aguiar.
Nessa conferência, Clarisse Sousa, presidente demissionária da Concelhia de Matosinhos do PSD, acusou Guilherme Aguiar de "não estar a respeitar a vontade do povo" devido ao acordo celebrado na última quarta-feira com o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto. Acordo esse que prevê uma delegação de competências em Guilherme Aguiar e em Nelson Cardoso, o outro vereador eleito pela coligação PSD/CDS.
Clarisse Sousa acusou Guilherme Aguiar de "excluir totalmente o partido" da recente campanha autárquica, de ter trazido para Matosinhos "Gaia em peso" e de estas opções terem levado ao pior resultado do PSD no concelho desde o 25 Abril. Já Artur Osório - presidente da mesa do núcleo de Matosinhos e novo líder da bancada social-democrata na assembleia municipal matosinhense - afirmou que Guilherme Aguiar "não é uma pessoa digna de pertencer ao PSD" e que o acordo com Guilherme Pinto consubstancia "um acto muito grave".
A conferência de imprensa de Guilherme Aguiar foi tão longa que deu tempo para o vereador responder às críticas proferidas no outro encontro com jornalistas. "A dr.ª Clarisse Sousa representa 1400 militantes e eu represento 15.000 eleitores" foi uma das frases proferidas por Guilherme Aguiar que contra-atacou, afirmando que a líder concelhia o elogiava várias vezes, mas que isso deixou de suceder quando ele lhe negou a possibilidade de ser terceira na lista candidata à câmara. "E, na sequência de não ser número três, recusou ser número dois na lista da assembleia municipal", acrescentou.
"Eu respeito as decisões do partido quando é da sua competência. E não é da competência do partido dizer ao vereador qual é o comportamento que deve ter perante a comunidade que o elegeu", insistiu Guilherme Aguiar, que deu o exemplo da Câmara de Gaia. Se fosse o partido a mandar, então o vice-presidente, Marco António Costa, que é líder concelhio e distrital, "mandaria no presidente da câmara". Já quando questionado sobre uma eventual sanção por parte do PSD, declarou: "Isso é um problema que diz respeito ao partido. O que eu digo é que o PSD não é meu patrão, o meu patrão é a minha consciência."
1 comentário:
Só foi dono quando ele esteve em Gaia, agora não.
De facto o homem é mesmo paraquedista.
Matosinhos merecia melhor
Zé da Ponte
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