25.10.09

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Narciso contra "acordo de tachos" entre PS e PSD

00h30m

INÊS SCHRECK
O entendimento entre Guilherme Pinto (PS) e Guilherme Aguiar (PSD) "é um acordo de interesses pessoais e de tachos", diz Narciso Miranda, considerando que ficou, agora, com mais responsabilidades na Oposição em Matosinhos.
O candidato independente à Autarquia, derrotado nas eleições do passado dia 11, diz não ter ficado surpreendido com o entendimento alcançado esta semana. Recorde-se que Guilherme Pinto perdeu a maioria absoluta e anunciou que vai entregar um pelouro a José Guilherme Aguiar, do PSD, pasta que poderá vir a acumular com a liderança de uma empresa municipal.
Narciso Miranda recorda que, desde as eleições, só tem ouvido Guilherme Pinto gabar-se de o ter derrotado ou esmagado. "Não há uma palavra sobre o futuro de Matosinhos. Só ouço derrotei, esmaguei, só ouço ódios e vinganças, o que é dramático do ponto de vista político", referiu, acrescentando que "reduzir o debate a questões pessoais e fazer acordos sustentados em interesses pessoais ou em empatias de carácter estritamente pessoal é ferir a inteligência dos cidadãos".
A "empatia" a que se refere Narciso foi um dos argumentos usados por Guilherme Pinto para justificar a aliança à direita. O socialista referiu que o entendimento com José Guilherme Aguiar foi conseguido "graças à relação empática existente". Perante a declaração, Narciso não resiste: "como é que há empatia se, na campanha, durante um debate na rádio, Guilherme Aguiar acusou Guilherme Pinto de ser um mentiroso compulsivo?"
Narciso também não gostou de ouvir Guilherme Pinto invocar a "convergência dos programas eleitorais dos partidos" para justificar o acordo do PS com o PSD. "Isto é rasgar os valores do projecto ideológico do PS", comentou.
Perante aquilo que considera um "pântano político", Narciso entende que carrega responsabilidades acrescidas na Oposição de Matosinhos. "Não faremos obstrução, actuaremos de forma construtiva na base da transparência e do rigor", afirmou, garantindo que lutará por políticas geradoras de emprego, por uma gestão urbanística rigorosa e combaterá a pobreza e a exclusão social. "Seria políticamente criminoso se baixássemos os braços e não assumissemos as nossas responsabilidades", concluiu.

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