1.4.11


Dia a dia

O labirinto grego

Um dia histórico e eloquente o de ontem. Foi dissolvida a Assembleia da República e foram marcadas as eleições. Ficámos também a saber o que já se adivinhava em todo o lado menos no Governo: as contas públicas estão a ser sucessivamente ‘marteladas’ há vários anos.
Por:Eduardo Dâmaso,
Pior: estão a ser falsificadas por cima de uma realidade económica e social de emergência, o que transforma semelhante acto em pura delinquência.
Os últimos anos do consulado de Sócrates são uma página negra na confiança e na credibilidade da política. Este labirinto grego em que Sócrates nos meteu, contaminando a credibilidade de importantes instituições da administração central, cada vez mais dominadas por boys obedientes e não por técnicos independentes e qualificados, levou-nos para a "crise sem precedentes" que ontem Cavaco Silva implacavelmente descreveu.
E a verdade, por muito que doa, está em tudo o que o Presidente da República disse. Está num País mais pobre, mais descrente, mais desempregado, deprimido, conduzido para a total incomunicabilidade entre actores políticos. Esse é o País que procura energia para dar a volta à crise e não o que Sócrates e o Governo inqualificavelmente pintam nas pantominas que todos os dias distribuem na televisão.

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