29.10.10

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O Cronista Indelicado

Teixeira dos Santos é gémeo de Sócrates

Em quem devemos nós acreditar? Em Eduardo Catroga ou em Teixeira dos Santos? Um dos dois está a mentir sobre aquilo que se passou à mesa das negociações do orçamento. Se querem a minha opinião, baseada nos princípios de Probabilidade e Estatística, eu diria: mais vale acreditar em Eduardo Catroga. Infelizmente, cada um dos cabelos brancos que o ministro das Finanças ostenta na cabeça (e ainda são muitos) já nos mentiu pelo menos uma vez ao longo dos últimos cinco anos.
Por:Por João Miguel Tavares
Nós olhamos para a cara de lavrador de Teixeira dos Santos e tendemos a ver ali um homem sério e honesto. Um "técnico" imune à politiquice rasteira. Mas será assim? Não, não é. Talvez tenha sido assim há quatro anos. Não nos dias de hoje. Afinal, este é o ministro das Finanças que em 2009, quando todo o mundo económico já estava a ruir, baixou o IVA e subiu os salários públicos em 2,9% para ganhar as eleições. Afinal, este é o ministro das Finanças que depois de fazer todo o tipo de desorçamentações e jigajogas (os fundos da PT são apenas o exemplo mais recente) veio agora acusar Eduardo Catroga de apresentar "exigências que iriam esconder o défice".
Querem saber quem roeu propositadamente a corda por razões de politiquice rasteira? É fácil. Basta comparar as declarações de Teixeira dos Santos entre os telejornais da tarde e os telejornais da noite. À hora de almoço, o ministro das Finanças disse: "Tornei claro ao PSD que não podia prolongar esta negociação de forma indefinida." À hora do jantar, afirmou: "Devemos continuar disponíveis para ultrapassar o impasse a que se chegou." O que era impossível às 12 horas voltou a ser possível às 20 horas. Isto não é próprio de um ministro sério. A única diferença entre Teixeira dos Santos e José Sócrates é que ele já não usa o mesmo número de calças de quando tinha 20 anos.

1 comentário:

Livre Pensador disse...

PORTUGAL DE SEMPRE

Sem que discurso eu pedisse,
ele falou, e eu escutei.
Gostei do que ele não disse;
do que disse não gostei.

A sorte desta gente: é usar a justiça Divina,
Que não funciona desde pequenina...
Um lavrense atento