22.3.10

1939


As pessoas no fim

O PEC tal como conhecido a semana passada combinava austeridade com equidade. Mas esta semana, conhecido na integralidade, emerge uma agenda que esteve escondida. Ao contrário do que parecia, quem vai sofrer mais com o PEC não são as classes médias, são os mais pobres. É dramático, mas o maior contributo para a diminuição da despesa é dado pela redução das transferências do Orçamento do Estado para a segurança social. Ou seja, as políticas que formam a rede de mínimos sociais verão o seu financiamento muito limitado (do complemento solidário para idosos ao subsídio social de desemprego, passando pelo rendimento social de inserção). Não falo do modo como esta opção contradiz o programa eleitoral com que o PS se apresentou às eleições, nem sequer do que esta escassez de recursos representará num país pobre como o nosso, quando o desemprego se manterá a níveis socialmente intoleráveis. O que está em causa é também uma questão de identidade partidária. Há muita falta de memória na política, mas não tanta que faça esquecer que, há perto de 20 anos, quando o PS, com António Guterres, redefiniu a sua linha programática, um dos eixos centrais desse aggiornamento foi a criação de uma rede de mínimos sociais, baseada em direitos de cidadania. No tempo em que os slogans políticos eram levados a sério, era o que queria dizer "as pessoas primeiro". Subitamente, numa terça-feira, o governo do PS vem limitar o financiamento dessa rede, mas acima de tudo cria um tecto administrativo ao que se propõe gastar. Em última análise acaba com uma lógica de direitos de cidadania e faz regressar a política de combate à pobreza aos apoios discricionários com que rompeu no passado. A mensagem é clara: as pessoas ficam para o fim. 

Pedro Adão e Silva no LÉXICO FAMILIAR

1 comentário:

Anónimo disse...

As pessoas de facto estão sempre no fim!

Cada vez me convenço mais que os sujeitos que nos dirigem apenas se preocupam em melhorar a sua qualidade de vida.

O exemplo mais claro do que estou a dizer verificou-se este fim de semana com a iniciativa VAMOS LIMPAR PORTUGGAL.

Os portugueses quando são chamados para ajudar a melhorar a sua qualidade de vida estão sempre presentes.

VIVA PORTUGAL!

Mas no nosso concelho precisávamos de outras limpezas. Refiro-me a uma limpeza em alguns funcionários camarários.

Refiro-me mais propriamente ao Dr. Guilherme Pinto, à Engenheira Olga Maia, ao Nuno Oliveira e ao Arquitecto Luís Miranda.

Estes funcionários camarários contrariamente a outros que servem a câmara de forma competente e completamente desinteressada, olham apenas pela sua qualidade de vida.

Procuram manter negócios imobiliários na obscuridade não imaginando que tudo o que se faz na luz da noite na grande maioria das vezes fica claro como a luz do dia.

O negócio imobiliário com a empresa FDO em Cabanelas-Lavra é o exemplo perfeito do que acabo de referir.

Todos os contornos do negócio são totalmente conhecidos. Sabe-se como foram comprados os terrenos aos lavradores de manhã por meia dúzia de euros e de tarde passaram a estar destinados à empresa FDO.

Para o local apesar do PDM não estar definido temos já um plano de construção de 20 prédios.

O espectáculo vai mais longe quando se sabe que quem projectou tal construção é nada mais nada menos que a mulher do Responsável do Urbanismo Camarário. A já famosa arquitecta ana paula petiz projectou esta megalómana construção.

O que estes funcionários camarários pretendem é LIMPAR MATOSINHOS, ISTO É, LIMPAR UMA PARTE RURAL DE LAVRA!

Estou cada vez mais convicto que a limpeza não deveria ser apenas em matas e pinhais mas antes nas pessoas que dirigem a nossa terra.

Falam de Narciso Miranda mas estes que nos dirigem são bem piores.
Há que limpar da autarquia todos estes individuos.

Esta é a única forma de salvarmos o nosso planeta, isto é, MATOSINHOS